A Posição VS/SV no Português Brasileiro: Tradição, Pesquisa e Ensino

Autores

  • Shélida da Silva dos Santos Universidade Federal do Rio de Janeiro / UFRJ
  • Julio Manoel da Silva Neto Universidade Federal do Rio de Janeiro / UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.35520/diadorim.2017.v19n2a10672

Palavras-chave:

Ensino, Variação linguística, Ordem VS/SV, Transitividade

Resumo

Observamos, ainda hoje, que o ensino de língua materna nos colégios continua seguindo, por diversas vezes, apenas o prescrito pela tradição gramatical, sem levar em consideração uma reflexão linguística sobre os usos dos falantes. Diante dessa questão, fica perceptível a lacuna existente entre o produzido no ambiente de pesquisas científicas e o que efetivamente chega às escolas. Considerando esse fato, o presente trabalho discute a relação entre os eixos tradição gramatical (BECHARA, 2009; CUNHA; CINTRA, 2008), pesquisa linguística (SANTOS, 2008; SANTOS e SOARES DA SILVA, 2012) e ensino (BASSO; OLIVEIRA, 2012; FRANCHI, 2013), com enfoque na ordem do sujeito -- SV/VS --, em alguns contextos, e verbos transitivos, intransitivos e inacusativos. Nesta primeira etapa, partindo do que postula a tradição e retomando este conteúdo à luz das pesquisas , apresentamos alguns fatores para a motivação da ordem SV/VS e a diferença entre as transitividades verbais, ressaltando a distinção entre  os verbos monoargumentais intransitivos e inacusativos. Após esse ponto, nosso olhar se voltou para um livro didático, um dos maiores suportes pedagógicos do docente, a obra Português: contexto, interlocução e sentido (ABAURRE; PONTARA; ABAURRE, 2013), muito usada nas escolas públicas do Rio de Janeiro, a fim de observarmos como esses fenômenos são contemplados nesse material didático. Em nossa análise, notamos que a obra segue apenas o proposto pela gramática tradicional, sem abordar uma reflexão sobre a ordem do sujeito, nem sobre a transitividade verbal. Com base nesse ponto, julgamos válido propor sugestões de exercícios (comentados), sobre esses tópicos já apresentados acima, focalizando gêneros orais e escritos, destinados ao segundo ano do ensino médio, tendo como base o Currículo Mínimo do Estado do Rio de Janeiro (2012).

Biografia do Autor

Shélida da Silva dos Santos, Universidade Federal do Rio de Janeiro / UFRJ

Graduada em Letras( Português- Literaturas) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2016), com iniciação científica em Letras Vernáculas. Como bolsista de iniciação científica (PIBIC), investigou a colocação do sujeito com os verbos inacusativos no Português Europeu (PE) em peças teatrais escritas nos séculos XIX e XX. Atualmente, é mestranda de Língua Portuguesa pela UFRJ e prossegue sua investigação com os verbos inacusativos tanto no PE quanto no Português Brasileiro (PB). Tem interesse em Linguística, ensino de Português e Variação Sintática, com especial atenção para análise diacrônica.

Julio Manoel da Silva Neto, Universidade Federal do Rio de Janeiro / UFRJ

Possui graduação em Letras - Português e Francês pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2014), especialização em Língua Portuguesa, em andamento, pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (2015-2016) e mestrado em Letras Vernáculas, em andamento, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2016-2018). Na área acadêmica, foi bolsista do subprojeto Pibid português-literaturas (2012-2014) e de projeto de Iniciação Científica, na área de Letras Vernáculas, língua portuguesa (2012). Atualmente é professor de escola particular e tutor do Pré-vestibular comunitário CEDERJ (PVS) . Tem experiência na área de Letras, com ênfase em ensino de língua materna e estudos sobre Referenciação

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Publicado

2017-12-29

Edição

Seção

III. Para o tratamento de norma e variação no ensino de gramática