APROPRIAÇÃO & TRANSMEDIAÇÃO NA POESIA DE PATRÍCIA LINO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35520/diadorim.2022.v24n2a51065

Palavras-chave:

Poesia portuguesa contemporânea, Patrícia Lino, Apropriação, Transmediação.

Resumo

A partir da reflexão sobre a noção de gênio não original teorizada por Marjorie Perloff (2013), da perspectiva da escrita não criativa, de Kenneth Goldsmith (2011) e do princípio de escrever sem escrever, de Leonardo Villa-Forte (2019), desenvolve-se um estudo a respeito das práticas de apropriação e de transmediação presentes nos vídeo-poemas e no “objeto-livro” I who cannot sing (2020), da poeta portuguesa Patrícia Lino. Objetiva-se analisar como vídeo-poemas e as composições poético-sonoras do álbum-livro, tanto impresso quanto disponível em formato multimídia na web, mesclam elementos do meio digital por meio da técnica do sampleamento da escrita poética. Lino, ao usar textos e vozes de outros poetas portugueses e brasileiros, cria um pastiche sonoro que imita elementos de um compact disc e repropõe poemas-canções por meio da mixagem entre palavra poética e som. Por fim, conclui-se que a artista multimodal se apresenta como uma DJ das palavras que, ao cantar sem saber cantar, vale-se de arranjos, beats e transmediações.

Biografia do Autor

Paulo Alberto da Silva Sales, Instituto Federal Goiano

 Professor do Instituto Federal Goiano Campus Hidrolândiado e do Programa de Pós-Graduação em Língua, Literatura e Interculturalidade (POSLLI) da Universidade Estadual de Goiás, Campus Cora Coralina. Desenvolve Estágio Pós-Doutoral em Estudos de Literatura na Universidade Federal Fluminense, sob supervisão de Ida Alves e Co-supervisão de Celia Pedrosa.

 

 

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Publicado

2023-06-19

Edição

Seção

Dossiê de Literatura/Literature Dossier