ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: LÍNGUA MATERNA, ESTRANGEIRA E DE HERANÇA - ENTREVISTAS COM VANDA MARIA ELIAS, LUIS GONÇALVES E CRISTINA FLORES
DOI:
https://doi.org/10.35520/diadorim.2022.v24n2a53213Palabras clave:
Ensino de Língua Portuguesa, Português Língua de Herança-PLH, Português Língua Estrangeira-PLE, diretrizes didático-pedagógicas, materiais didáticos.Resumen
O presente número da revista Diadorim, especialmente dedicado ao Ensino de Língua Portuguesa, teve, desde o início, a preocupação de reflexão sobre os conceitos de língua materna, língua estrangeira e língua de herança, que estão presentes no título deste volume. Nesse sentido, as editoras consideraram muito relevante poder convocar os contributos de alguns professores e pesquisadores prestigiados que são referências inequívocas para o ensino do Português. Essa escolha recaiu em três professores doutores de países distintos, entrevistados em março de 2022: a professora Doutora Vanda Elias, do Brasil; o Professor Doutor Luis Gonçalves, dos Estados Unidos; e a Professora Doutora Cristina Flores, de Portugal. A professora Doutora Vanda Maria Elias é professora Adjunta de Língua Portuguesa na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), no curso de Letras, e desenvolve pesquisas relacionadas ao texto, hipertexto e ensino de língua portuguesa (materna). Nas suas respostas, ela reflete sobre o ensino de português língua materna, revistando e recenseando os conceitos tradicionais, e sublinhando a necessidade constante de atualização no mundo digital em que vivemos, além de acentuar a necessidade do letramento digital, justamente para que na aula de português possam ser convocados textos destes domínios, ao serviço de uma competência de leitura mais atenta e mais crítica. Por seu turno, o professor Doutor Luis Gonçalves é presidente da American Organization of Teachers of Portuguese (AOTP) e National Council of Less Commonly Taught Languages (NCOLCTL) e , a partir da sua elevada experiência de ensino do PLE nos EUA, mostra a importância de convocar documentos reais que potencializem interações inovadoras e que permitam desenvolver outros letramentos. Para implementar esses novos desafios, o Professor Luis Gonçalves chama a atenção para a necessidade de alterar os planos de estudos dos mestrados, insistindo na necessidade da prática pedagógica e defende a necessidade de formar profissionais para o ensino que concebam a perspectiva pluricêntrica da língua, para que detenham conhecimentos de variação linguística. Uma das mais prestigiadas e reconhecidas investigadoras sobre o português como língua de herança é a Professora Doutora Cristina Flores, professora e investigadora na Universidade do Minho, em Portugal, que desmistifica e combate a conotação negativa da expressão “língua de herança” e que a define com o rigor linguístico que sustenta as suas pesquisas, defendendo que uma língua de herança é uma língua materna. Os estudos desenvolvidos pela pesquisadora, a que alude nesta entrevista, comprovam a importância da aquisição do português por segundas e terceiras gerações luso-descendentes, pois o ensino da língua permite às crianças manter laços familiares e culturais ao país de origem, para além, naturalmente, das vantagens profissionais que decorrem do domínio de várias línguas. Portanto, nestas entrevistas, os três professores destacam aspectos teórico-metodológicos associados ao ensino de língua portuguesa, abordando materiais didáticos, desafios pedagógicos e políticos, documentos oficiais; ao final, todos sugerem leituras que complementam a reflexão a respeito da temática que abordaram. Dessa forma, estas entrevistas configuram-se como uma contribuição essencial aos estudos linguísticos acerca do ensino, nas suas múltiplas especialidades, mostrando um amplo panorama do que tem sido pesquisado, no Brasil, Estados Unidos e Europa.Descargas
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