ANÁLISE DE EMPRÉSTIMOS SOB A ÓTICA DA MORFOLOGIA DISTRIBUÍDA
DOI :
https://doi.org/10.35520/diadorim.2021.v23n2a40799Mots-clés :
Empréstimo, morfossemântica de empréstimos, construção composicional e idiomática, novas construções sintáticas.Résumé
Este estudo tem como objetivo analisar e apresentar a maneira pela qual palavras e construções sintáticas da língua inglesa são integradas na gramática dos falantes do português do Brasil, considerando a análise construcionista de Gramática Gerativa da Morfologia Distribuída (MARANTZ, 1997). A análise desses empréstimos é dividida em três partes: análise de palavras simples, compostas e de criações sintáticas nativas contendo um empréstimo. A hipótese é a de que uma análise baseada em raízes que se concatenam a morfemas forneça ferramentas mais precisas para analisar a incorporação de palavras emprestadas. Os resultados obtidos através das análises de dados mostram que há um padrão no processo de naturalização dos empréstimos na língua portuguesa: palavras simples e compostas, quando aportuguesadas, trazem apenas a raiz. Os contextos sintáticos das palavras da língua de origem sejam eles construções composicionais ou idiomáticas, uma vez integrados à raiz na língua alvo, podem alterar-se livremente a ponto de tornarem-se pontos de partida para novas construções sintáticas pautadas pela gramática do português. Esses resultados de incorporação de palavras emprestadas do inglês no português confirmam a hipótese do modelo teórico da Morfologia Distribuída no que diz respeito à formação de palavras no âmbito geral.
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