A redução no quadro de clíticos de terceira pessoa no português brasileiro: um estudo diacrônico
DOI:
https://doi.org/10.24206/lh.v7iespec.44191Palavras-chave:
Clítico acusativo. Clítico dativo. Clítico indefinido. Português europeu. Português brasileiro.Resumo
Neste artigo, reunimos três estudos que utilizam as mesmas amostras de peças de teatro brasileiras e portuguesas, escritas ao longo dos séculos XIX e XX, para uma análise de sintaxe comparativa do uso dos clíticos acusativo e dativo para referência à 3ª pessoa e do clítico indefinido “se”. Com base em propostas sobre seu estatuto, como elementos de concordância, em oposição aos clíticos para referência à 1ª e 2ª pessoas, que se comportam como sintagmas e são dêiticos, encontramos as respostas para seu desaparecimento no português brasileiro e evidências da sua estabilidade e robustez do português europeu. Incluídos entre os elementos de concordância, enfraquecidos no PB tal como os morfemas flexionais verbais, por questões sócio-históricas, esses clíticos passam a ser representados por formas alternativas explicadas, em parte, pela orientação para o discurso e, em parte, para a remarcação do valor do Parâmetros do Sujeito Nulo.Referências
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARDOSO, M. M. C. Estratégias de Indeterminação em Peças Portuguesas e Brasileiras: uma análise contrastiva. Dissertação de Mestrado, UFRJ. 2017
COSTA, S. O (não) preenchimento do objeto anafórico na Língua Portuguesa: análise diacrônica do PB e do PE dos séculos XIX e XX. Tese de doutorado, UFSC, 2011.
BIBERAUER, T. et al. (eds.) Parametric Variation: null subjects in Minimalist theory. Cambridge: Cambridge University Press. 2010.
CYRINO, S. O ON no português do Brasil – um estudo sintático-diacrônico. Tese de doutorado, Unicamp, 1994.
CYRINO, S. O ON no português do Brasil – um estudo sintático-diacrônico. Londrina: Editora UEL, 1997.
CYRINO, S. O objeto nulo do português brasileiro: sincronia e diacronia. In: GALVES, C.; KATO, M. A.; ROBERTS, I. (org). Português brasileiro: uma segunda viagem diacrônica. São Paulo: Editora Unicamp, 2019: 173-199.
CYRINO, S. M. L.; DUARTE, M. E. L.; KATO; M. A. Visible subjects and invisible clitics in Brazilian Portuguese. In: KATO, M. A; E. V. NEGRÃO (Orgs.). Brazilian Portuguese and the Null Subject Parameter. 1º ed. Frankfurt am Maim/Madrid: Vervuert/Iberoamericana, 2000. p. 55-73.
CYRINO, S.; MATOS, G. Null Objects and VP Ellipsis in European and Brazilian Portuguese. In: WETZELS, L.; MENUZZI, S; COSTA, J. (eds.) The Handbook of Portuguese Linguistics. Malden: Wiley Blackwell. 2016. p. 294-317
DUARTE, M. E. L. Variação e sintaxe: clítico acusativo, pronome lexical e categoria vazia no português do Brasil. Dissertação de mestrado, PUC-SP, 1986.
DUARTE, M. E. L. Clítico acusativo, pronome lexical e categoria vazia no português do Brasil. In: TARALLO, F. (org.) Fotografias Sociolinguísticas. Campinas: Pontes, 1989: 19-34.
DUARTE, M. E. L. Do pronome nulo ao pronome pleno; a trajetória do sujeito no português do Brasil. In: ROBERTS, I; KATO, M. A. (orgs.). Português brasileiro: uma viagem diacrônica - homenagem a Fernando Tarallo. Campinas: Ed. da Unicamp, 1993, 107-128. Reeditado pela Editora Contexto em 2018.
DUARTE, M. E. L A perda do princípio “Evite Pronome” no português brasileiro. Tese de Doutorado em Linguística, UNICAMP, Campinas, 1995.
DUARTE, M. E. L.; RAMOS, J. Variação nas funções acusativa, dativa e reflexiva. In: MARTINS, M. A.; ABRAÇADO J. (orgs.) Mapeamento sociolinguístico do português brasileiro. São Paulo: Contexto, 2015, p. 173-195.
DUARTE, M. E. L; FERNANDES, U. Construções de tópico-sujeito em contexto de variação e mudança. Web-Revista Sociodialeto , v. 6, 2016. p. 347-371
DUARTE, M. E. L; MARINS, J. Brazilian Portuguese: a ‘partial’ null subject language? (a sair) Cadernos de Estudos Linguísticos, Unicamp.
EGERLAND, V. Impersonal pronouns in Scandinavian and Romance. Working Papers in Scandinavian Syntax 71, 2003. p. 75–102.
FERNANDES, U. Realizações do dativo de 3ª pessoa em peças brasileiras e portuguesas: uma análise diacrônica. Dissertação de Mestrado, UFRJ, 2018.
FREIRE, G. C. Os clíticos de terceira pessoa e as estratégias para a sua substituição na fala culta brasileira e lusitana. Dissertação de mestrado. Rio de Janeiro, UFRJ, 2000.
FREIRE, G. C. A realização do acusativo e dativo anafóricos na escrita brasileira e lusitana. Tese de doutorado, UFRJ, 2005.
GALVES, C A Sintaxe do Português Brasileiro. Ensaios de Linguística, UFMG, n. 13, p. 31-50, 1987.
GALVES, C. O enfraquecimento da concordância no português brasileiro. In: ROBERTS, I; KATO, M. A. (orgs.). Português brasileiro: uma viagem diacrônica - homenagem a Fernando Tarallo. Campinas: Ed. da Unicamp, 1993, 343-386. Reeditado pela Editora Contexto em 2018.
GALVES, C. Revisitando a concordância no português brasileiro. In: GAKLVES, C; KATO, M. A.; ROBERTS, I. Português Brasileiro: uma segunda viagem diacrônica. São Paulo: Ed. da Unicamp, 2019, p. 127-150
GOMES, C. A Variação e mudança na expressão do dativo no português brasileiro. In: Mudança lingüística em tempo real. PAIVA, M. C; DUARTE, M. E. L. (orgs.) Rio de Janeiro, Contra Capa Livraria, 2003, p. 81-96.
GOMES, C. A.Uso variável do dativo na escrita jornalística: resistência e inovação na escrita formal contemporânea. In: Dinâmica da variação e da mudança na fala e na escrita. PAIVA, M. C.; Gomes, C. (orgs.) Rio de Janeiro, Contra Capa Livraria, 2014, p. 103-114.
KATO, M. A. Strong and weak pronouns in the null subject parameter. PROBUS, v.11, n.1, 1999. p. 11-38.
LOPES, C.; PROCARDO, M. T. Main Morphosyntactic changes and Grammaticalization Processes. In: WETZELS, L.; MENUZZI, S; COSTA, J. (eds.) The Handbook of Portuguese Linguistics. Malden: Wiley Blackwell. 2016. p.471-486.
LUNGUINHO, M. V.; MEDEIROS JR. P. Inventou um novo tipo de sujeito: características sintáticas e semânticas de uma estratégia de indeterminação do sujeito no português brasileiro. In: Revista de Estudos em Língua e Literatura, v. 23, 2009. p. 147-191.
MARQUES DE SOUSA, A. A. As realizações do acusativo anafórico no português europeu e brasileiro: um estudo diacrônico. Dissertação de mestrado em Letras Vernáculas – Língua Portuguesa. Rio de janeiro. Universidade Federal do Rio de Janeiro: 2017
MARTINS, A. M.; NUNES, J. Passives and se Constructions. In: WETZELS, L.; MENUZZI, S; COSTA, J. (eds.) The Handbook of Portuguese Linguistics. Malden: Wiley Blackwell. 2016. p. 318-337.
MATTOS E SILVA, R. V. Idéias para a história do português brasileiro: fragmentos para uma composição posterior. In: CASTILHO, A. de. (org,) Para a História do Português Brasileiro: primeiras idéias. São Paulo: Humanitas, 1998, p. 21-52.
NUNES, J. Direção de cliticização, objeto nulo e pronome tônico na posição de objeto em português brasileiro. In: ROBERTS, I; KATO, M. A. (orgs). Português brasileiro: uma viagem diacrônica - homenagem a Fernando Tarallo. Campinas: Ed. da Unicamp, 1993, 207-222. Reeditado pela Editora Contexto em 2018.
NUNES, J. Clíticos acusativos de terceira pessoa em português brasileiro como concordância de objeto. In: GALVES, C.; KATO, M. A.; ROBERTS, I. (orgs). Português brasileiro: uma segunda viagem diacrônica. São Paulo: Editora Unicamp, 2019: 151-172.
ROBERTS, I; HOLMBERG, A. Introduction: parameters in Minimalist theory. In: T. BIBERAUER et al. (eds) Parametric Variation: null subjects in Minimalist theory. Cambridge: Cambridge University Press. 2010, p. 1-57.
SANKOFF, D.; TAGLIAMONTE, S; SMITH. E. Goldvarb X: A variable rule application for Macintosh and Windows. Department of Linguistics, University of Toronto. 2005. Available for download from: http://individual.utoronto.ca/tagliamonte/goldvarb.html.
VARGAS, A. Estratégias pronominais de indeterminação: um estudo diacrônico. Dissertação de Mestrado, URFRJ, 2010.
VARGAS, A. A evolução na representação das estratégias pronominais de indeterminação. In: DUARTE, M. E. L. (Org.) O sujeito em peças de teatro (1833-1892): estudos diacrônicos. 2-12, p. 45-67.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os autores que publicam nesta revista concordam com o seguinte:
a. Os autores detêm os direitos autorais dos artigos publicados; os autores são os únicos responsáveis pelo conteúdo dos trabalhos publicados; o trabalho publicado está licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional, que permite o compartilhamento da publicação desde que haja o reconhecimento de autoria e da publicação pela Revista LaborHistórico.
b. Em caso de uma segunda publicação, é obrigatório reconhecer a primeira publicação da Revista LaborHistórico.
c. Os autores podem publicar e distribuir seus trabalhos (por exemplo, em repositórios institucionais, sites e perfis pessoais) a qualquer momento, após o processo editorial da Revista LaborHistórico.