A importância da tradição epistolar para o letramento na Educação Básica
DOI:
https://doi.org/10.24206/lh.v10i2.62158Palavras-chave:
Gênero textual carta, Tradição epistolar, Letramento, Educação básica, Cultura digitalResumo
Este estudo apresenta proposta de atividades didáticas fundamentadas no gênero textual carta pessoal, aplicadas nos anos finais do Ensino Fundamental I. O objetivo principal é enriquecer o processo de aprendizagem, considerando a importância do gênero textual da carta pessoal como meio de expressão e de comunicação interpessoal em um tempo de uso intenso dos meios digitais. Para atingir esse objetivo, a pesquisa empregou uma metodologia mista, combinando pesquisa bibliográfica e análise de casos práticos desenvolvidos nas séries finais do Ensino Fundamental I. Na fundamentação teórica, autores como Abreu e Munhoz (2019), Rojo (2009) e Soares (2008) destacam a relevância da carta pessoal grafada em suporte papel para o processo de letramento dos estudantes, nativos digitais. Esses estudos contam com o suporte “papel”, contradizendo discussões suscitadas pelos estudos em linguagem e tecnologia, que podem considerar obsoleto esse suporte diante da tecnologia. O estudo reconhece a carta pessoal como uma realidade entre os estudantes da Educação Básica, utilizada em ocasiões em que demonstram maior apreço pelo interlocutor. A análise de casos práticos adiciona uma dimensão empírica, mostrando como as propostas de atividades baseadas na carta pessoal foram implementadas. Os resultados revelam que, apesar da era digital, a carta mantém sua importância na vida dos estudantes.
Sendo assim, as atividades propostas proporcionam uma abordagem prática para desenvolver a competência da comunicação, em suas habilidades de escrita, expressão e criatividade. A fusão entre a tradição epistolar e a tecnologia destaca-se como uma estratégia eficaz para promover o letramento em um contexto cada vez mais digital, demonstrando a pertinência do ensino do gênero textual carta pessoal nos anos iniciais do Ensino Fundamental I.
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