O hibridismo de ser e a distinção ser/estar em português do séc. XIII
DOI:
https://doi.org/10.24206/lh.v5i1.16034Palabras clave:
Ser e estar, Hibridismo de ser, Português medieval, Século XIII, Mudança linguísticaResumen
Este artigo tem como base a dissertação de mestrado que apresentei no âmbito do curso de Ciências da Linguagem da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, na qual tive como principal objetivo relacionar o hibridismo de ser com a sobreposição parcial dos valores semânticos associados aos verbos ser e estar,atestadaem estádios anteriores da língua portuguesa. Dado que ser é um paradigma híbrido, que advém da fusão dos paradigmas latinos sedere (‘estar sentado’) e esse (‘ser’), explora-se a hipótese de que, no seio do paradigma ser, formas derivadas de sedere seriam perspetivadas como estando mais associadas a propriedades transitórias – partilhando, portanto, características com o verbo estar –, por oposição a formas derivadas de esse (‘ser’), que seriam perspetivadas como estando genericamente mais associadas a propriedades permanentes, devido a alguma persistência dos valores semânticos associados aos verbos latinos de que derivam. Neste artigo, apresento alguns dados obtidos, relativos à ocorrência destes verbos em cantigas do século XIII, que apontam para uma maior proximidade entre formas de sedere e de estar neste período histórico, com o objetivo de suportar a hipótese que é aqui explorada. Aponto, ainda, alguns dos mecanismos ou processos de mudança linguística que podem ser atestados no percurso evolutivo dos verbos ser e estar, ou explicativos deste.
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