Léxico e História da Escravatura: reflexões críticas a partir de documentos históricos
DOI:
https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.35125Palabras clave:
Léxico. História da Escravatura. Violência. Resistência. Documentos do Arquivo Histórico Ultramarino.Resumen
O artigo apresenta considerações sobre a articulação entre a análise do léxico e a história da escravatura no Brasil, a partir da edição de documentos históricos do século XVIII e XIX, vinculando-se a uma das frentes de pesquisa da Linguística Histórica. Assim, com base em textos de variados tipos documentais, foram selecionadas quatro unidades lexicais, vinculadas à esfera semântica da escravidão, a saber, escravatura, escravo, mulato e pelourinho, considerando a descrição e a análise das suas significações contextuais, lexicográficas e historiográficas, bem como as suas reverberações discursivas. Nesse viés, a pesquisa com o léxico nos remete a um lugar imaterial de fortes matizes históricas e políticas, que se fortalecem pelas memórias de resistências dos escravizados, atualizando e alimentando esse cenário e essas cenas de outras significações sócio-culturais, ideológicas e políticas.
Citas
ACIOLI, Vera Lúcia Costa. A escrita no Brasil colônia: um guia para leitura de documentos manuscritos. Recife: EDUFPE/ FUNDAJ/ Massangana, 1994.
ALENCASTRO, Luiz Felipe. O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
BARBOSA, Maria Aparecida. Dicionário, vocabulário, glossário: concepções. In: ALVES, Ieda Maria. (Org.). A constituição da normalização terminológica no Brasil. 2 ed. São Paulo: FFLCH/CITRAT, 2001. p. 23-45.
BELLOTTO, Heloísa Liberalli. Arquivos permanentes: tratamento documental. 3. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006.
BELLOTTO, Heloísa Liberalli. As espécies documentais. In: Como fazer análise diplomática e análise tipológica de documento de arquivo. São Paulo: Arquivo do Estado, Imprensa Oficial, 2002. p. 45-90. (Projeto Como Fazer, v. 8)
BIDERMAN, Maria Tereza Camargo. Os dicionários na contemporaneidade: arquitetura, métodos e técnicas. In: OLIVEIRA, Ana Maria Pinto Pires de; ISQUERDO, Aparecida Negri (Orgs.) As ciências do léxico: lexicologia, lexicografia, terminologia. Campo Grande: EDUFMS, 2001. p. 131 – 144.
BLUTEAU, Raphael. Vocabulario portuguez & latino: aulico, anatomico, architectonicco.... Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1712-1728. 8 v. Disponível em: http://www.brasiliana.usp.br/dicionario/edição/1.
CAMBRAIA, César Nardelli. Introdução à crítica textual. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
CHARTIER, Roger. Escutar os mortos com os olhos. In: A mão do autor e a mente do editor. Tradução George Schlesinger. São Paulo: Editora UNESP, 2010. p. 7-30.
COELHO, Braz José. Dicionários: estrutura e tipologia. In: COELHO, Braz José. Linguagem - lexicologia e ensino de português. Catalão: Kaio Gráfica e Editora Ltda, 2008. p. 13-41.
DANTAS, Mônica. Revoltas, motins, revoluções: homens livres pobres e libertos no Brasil do século XIX. São Paulo: Alameda, 2011.
DIAS, Madalena Marques; BIVAR, Vanessa dos Santos Bodstein. Paleografia para o período colonial. In: SAMARA, Eni de Mesquita. (Org.) Paleografia e fontes do período colonial brasileiro. São Paulo: Humanitas/FFLCH/USP, 1986. p. 11 - 38. (Estudos CEDHAL/ Centro de Estudos de Demografia Histórica da América Latina, nova série, n. 11)
FACHIN, Phablo Roberto Marchis. Estudo paleográfico e edição semidiplomática de manuscritos do Conselho Ultramarino (1705-1719). Dissertação (Mestrado em Filologia e Linguística Portuguesa). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.
GONÇALVES, Eliana Correia Brandão. Diálogos entre Crítica Filológica e Linguística Histórica: construindo trilhas para o estudo linguístico de textos históricos. In: ATAÍDE, Cleber et al. (Orgs.) Estudos linguísticos e literários [recurso eletrônico]: caminhos e tendências. 1 ed. São Paulo: Pá de Palavra, 2019, v. 1. p. 11-20.
GONÇALVES, Eliana Correia Brandão. Leitura crítico-filológica de Resolução de 1822: revoltas, vigilância, violência e punição na Bahia do século XIX. Revista Filologia e Linguística Portuguesa, São Paulo, v. 20, n. 2, p. 153-174, ago./dez. 2018. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v20i2p153-174.
GONÇALVES, Eliana Correia Brandão. Léxico e história: lutas e contextos de violência em documentos da Capitania da Bahia. Revista da ABRALIN, v.16, n.2, p. 191-218, abr. 2017. Disponível em:https://revistas.ufpr.br/abralin/article/view/52006>. Acesso em: 14 ago. 2019. Doi: http://dx.doi.org/10.5380/rabl.v16i2.52006.
HAENSCH, Günther. Tipología de las obras lexicográficas. In: HAENSCH, Günther; WOLF, Lothar; ETTINGER, Stefan; WERNER, Reinhold. (Eds.). La Lexicografía: de la Lingüística Teórica a la Lexicografía Práctica. Madrid: Editorial Gredos, 1982. p. 95-187.
MAIA, Clarinda. Linguística Histórica e Filologia. In: LOBO, Tânia et al. ROSAE: linguística histórica, história das línguas e outras histórias. Organizadoras: Salvador: EDUFBA, 2012. p. 533 - 542.
MARQUILHAS, Rita. Filologia oitocentista e Crítica Textual. In: ALVES, Fernanda Mota et al. (Orgs.) Filologia, memória e esquecimento. Act. 20, Lisboa: Húmus, 2010. p. 355 - 367.
MATTOS E SILVA, Rosa Virgínia. Caminhos da linguística histórica: ouvir o inaudível. São Paulo: Parábola, 2008.
MORAES SILVA, Antonio de. Diccionario da lingua portugueza. 2 ed. Lisboa: Typographia Lacerdina, 1813. Disponível em: http://www.brasiliana.usp.br/en/dicionario/edição/2.
MURAKAWA, Clotilde de Almeida Azevedo. Dicionario Histórico do Português do Brasil: testemunho lexical da língua portuguesa no Brasil Colônia. Debate Terminológico, 14, p. 75-88, 2015.
MURAKAWA, Clotilde de Almeida Azevedo. Tradição lexicográffica portuguesa: Bluteau, Morais e Vieira. In: OLIVEIRA, Ana Maria Pinto Pires de; ISQUERDO, Aparecida Negri (Orgs.) As ciências do léxico: lexicologia, lexicografia, terminologia. 2 ed. Campo Grande: EDUFMS, 2001. p. 151-157.
MURAKAWA, Clotilde; GONÇALVES, Maria Filomena. The corpus of the Dicionário Histórico do Português do Brasil (DHPB). In: SILVESTRE, João Paulo; VILLALVA, Alina (Eds.). Planning non-existent dictionaries. Lisboa/Aveiro: Centro de Linguística da Universidade de Lisboa/Universidade de Aveiro, 2015. p. 19-41. (Dicionarística portuguesa; 4)
NUNES, Antonietta d’Aguiar. Conhecendo a história da Bahia da pré-história a 1815. Salvador: Quarteto, 2013.
PONS RODRÍGUEZ, Lola. Introducción: la historia de la lengua y la história de las transmisiones textuales. In: PONS RODRÍGUEZ, Lola. (Ed.) Historia de la lengua y crítica textual. Madrid/ Frankfurt: Iberoamericana/ Vervuert, 2006. p. 9 – 17.
PORTO DAPENA, José-Álvaro. Manual de técnica lexicográfica. Madrid: Arco/Libros, 2002.
REIS, João José. Quilombos e revoltas escravas no Brasil. Revista USP, São Paulo, 28, p. 14-39, dezembo/fevereiro de 1995-1996.
REIS, João José. Recôncavo rebelde: revoltas de escravos nos engenhos bahianos. Afroásia, Salvador, 15, p. 100 - 126, 1992.
REY-DEBOVE, Josette. Lexique et dictionnaire. In: POTTIER, Bernard. (Org.) Le langage. Paris: Retz, CEPL, 1973. p. 82-109.
SECO, Manuel. Las palabras en el tiempo: los diccionarios históricos. In: Estudios de lexicografía española. 2 ed. aum. Madrid: Editorial Gredos, 2003. p. 109 - 156. (Biblioteca Románica Hispánica)
TAVARES, Luís Henrique Dias. História da Bahia. 10. ed. São Paulo: UNESP; Salvador: EDUFBA, 2001.
VIEIRA, Fr. Domingos. Grande diccionario portuguez ou thesouro da língua portuguesa. Porto: Ernesto Chardron e Bartholomeu H. de Moraes. 1871-1874. 5 v. (Publ. feita sobre o manuscrito original, inteiramente revisto e consideravelmente aumentado).
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
El autor del texto enviado a la Revista LaborHistorico cede los derechos autorales a la Revista, en caso de que el texto sea publicado. Sin embargo, los autores mantienen el derecho de compartir, copiar, distribuir, ejecutar y comunicar publicamente el trabajo bajo la condición de hacer referencia a la Revista LaborHistórico.
Todos los trabajos se encuentran bajo la Licencia Creative Commons Reconocimiento-NoComercial 4.0 Internacional.
Los autores son los únicos responsables del contenido de los trabajos. Está prohibido el envío integral o parcial del texto ya publicado en la Revista a otras revistas.