A incerteza como método nos escritos e na arte de Jacopo Pontormo

Autori

DOI:

https://doi.org/10.24206/lh.v6i2.32306

Parole chiave:

Jacopo Pontormo. Pintura italiana. Maneirismo. Literatura artística. Ceticismo.

Abstract

A produção artística de Jacopo Pontormo já foi classificada tanto como integrada ao Maneirismo quanto como sendo a expressão de um experimentalismo anticlássico. Ao longo do século XX, muitas foram as tentativas empreendidas por historiadores da arte para vincular o Maneirismo a um ambiente configurado por profundas crises, e a obra de Pontormo não foi excluída desse cenário. Neste artigo, proponho uma revisão dessa interpretação através de uma possibilidade para seu desdobramento. Para tanto, recorro ao que aqui se define como “noção de incerteza”, algo que passou a se manifestar mais fortemente a partir daquele período. Com a intenção de demonstrar a plausibilidade dessa proposição, foram consideradas uma possível fonte intelectual, isto é, a renovação do ceticismo a partir da circulação da obra de Sexto Empírico, assim como os próprios escritos, pinturas e desenhos de Pontormo.

Biografia autore

Alexandre Ragazzi, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Mestre e doutor em História da Arte pela UNICAMP, tendo realizado seu doutoramento em um programa de cooperação com a Università degli Studi di Firenze. Seus interesses de pesquisa estão voltados para as relações entre pintura e escultura durante o Renascimento e o Maneirismo italianos. Atualmente é professor do Departamento de Teoria e História da Arte da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e membro do Programa de Pós-Graduação em História da Arte (PPGHA/UERJ).

Riferimenti bibliografici

ALBERTI, Leon Battista. Da pintura. Campinas: Editora da Unicamp, 1999.

ALBERTI, Romano. Trattato della nobiltà della pittura. Roma: Francesco Zannetti, 1585.

CAO, Gian Mario. The prehistoy of modern scepticism: Sextus Empiricus in fifteenth century Italy. Journal of the Warburg and Courtauld Institutes, v. 64, 2001, p. 229-280.

CAO, Gian Mario. Scepticism and orthodoxy: Gianfrancesco Pico as a reader of Sextus Empiricus with a facing text of Pico’s quotations from Sextus. Bruniana & Campanelliana, v. 13, n. 1, 2007, p. 263-366.

COSTAMAGNA, Philippe. Pontormo. L’opera completa. Milano: Electa, 1994.

DEL BRAVO, Carlo. Dal Pontormo al Bronzino. Artibus et Historiae, n. 12 (VI), 1985, p. 75-87.

EMPÍRICO, Sexto. Esbozos pirrónicos. Introducción, traducción y notas de Antonio Gallego Cao y Tereza Muñoz Diego. Barcelona: Editorial Gredos, 1993.

FALCIANI, Carlo. Alcuni disegni, e modelli di terra bellissimi. Artista – Critica dell’arte in Toscana, 1998, p. 84-99.

FIRPO, Massimo. Gli affreschi di Pontormo a San Lorenzo. Eresia, politica e cultura nella Firenze di Cosimo I. Torino: Einaudi, 1997.

FLORIDI, Luciano. The diffusion of Sextus Empiricus’s works in the Renaissance. Journal of the History of Ideas, v. 56, n. 1, 1995, p. 63-85.

HAUSER, Arnold. História social da arte e da literatura. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

HENEVELD, Amy. Concordia discors: l’harmonie de l’écriture médiévale. Médiévales, n. 66, 2014, p. 25-41.

HOCKE, Gustav René. Maneirismo: o mundo como labirinto. São Paulo: Perspectiva – Editora da Universidade de São Paulo, 1974.

MARQUES, Luiz. Capitalismo e colapso ambiental. 3ª ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2018.

PINELLI, Antonio. La maniera: definizione di campo e modelli di lettura. In: ZERI, Federico (org.). Storia dell’arte italiana. V. 6, I. (Parte seconda: Dal Medioevo al Novecento – Volume Secondo: Dal Cinquecento all’Ottocento – I. Cinquecento e Seicento.) Torino: Giulio Einaudi, 1981, p. 87-181.

PINO, Paolo. Dialogo di pittura. Vinegia: P. Gherardo, 1548.

PONTORMO, Jacopo. Jacopo da Pontormo: diario. Edizione critica a cura di Roberto Fedi. Roma: Salerno, 1996.

PONTORMO, Jacopo. Il libro mio. Edizione critica a cura di Salvatore S. Nigro. Genova: Costa & Nolan, 1984.

PONTORMO, Jacopo. Em nome do corpo. Escritos de Iacopo Pontormo. Organização, tradução e notas: Homero Freitas de Andrade. Cotia: Ateliê Editorial, 2005.

POPKIN, Richard H. The history of scepticism: From Savonarola to Bayle. Revised and expanded edition. New York: Oxford University Press, 2003.

RAGAZZI, Alexandre. Os modelos plásticos auxiliares e suas funções entre os pintores italianos – Com a catalogação das passagens relativas ao tema extraídas da literatura artística. Tese (Doutorado em História da Arte). Unicamp, Campinas, 2010.

RAGAZZI, Alexandre. O paragone entre a pintura e a escultura – A proposição de uma via conciliatória através dos modelos plásticos. In: BERBARA, Maria (org.). Renascimento italiano – Ensaios e traduções. Rio de Janeiro: NAU, 2010, p. 268-294.

SHEARMAN, John. O Maneirismo. São Paulo: Cultrix – Editora da Universidade de São Paulo, 1978.

TASSO, Torquato. Dialoghi. A cura di E. Raimondi. Firenze: Sansoni, 1958.

VALÉRY, Paul. La crise de l’esprit. La Nouvelle Revue Française, n. 71, Août 1919, p. 321-337.

VARCHI, Benedetto. Due lezzioni di M. Benedetto Varchi. Fiorenza: Lorenzo Torrentino, 1549.

VASARI, Giorgio. Le vite de’ più eccellenti pittori, scultori e architettori nelle redazioni del 1550 e 1568. Testo a cura di Rosanna Bettarini / Commento secolare a cura di Paola Barocchi. 6 v. Firenze: Sansoni / S.P.E.S., 1966-1987.

VOLZ, Jochen; PRATES, Valquíria (org.). Incerteza viva: processos artísticos e pedagógicos. 32ª Bienal de São Paulo. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo.

##submission.downloads##

Pubblicato

2020-06-06

Fascicolo

Sezione

Artigos - Dossiê Temático