A origem do (antropo)topônimo Betim

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DOI:

https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.35087

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Betim. Município. Origem. História. Topônimo.

Abstract

Com base na perspectiva de que a Toponímia caminha ao lado da História e, por isso, dá conta da origem, da forma e da evolução das denominações de lugares, este estudo propõe uma revisão na literatura a respeito do processo de formação histórica do município de Betim (MG) com o objetivo de investigar as causas para a sua denominação e de outras denominações anteriores. A história desse município, considerado polo industrial da Região Metropolitana de Belo Horizonte, remonta ao século XVIII, época em que o Brasil, ainda colônia de Portugal, vivia o auge do ciclo do ouro. Acreditamos que o topônimo atual esteja vinculado ao sobrenome do primeiro fundador da região, Joseph Rodrigues Betim; assim sendo, procuramos, também, fazer uma investigação genealógica desse antropônimo. A metodologia adotada parte, portanto, da análise das informações históricas para a reconstrução da motivação e significação toponímica. Para o alcance dos objetivos, esse texto está organizado na seguinte ordem: (i) discussão teórica sobre o léxico toponímico, baseada, principalmente, em Dick (1990a, 1990b) e Seabra (2004, 2006); (ii) breve contextualização geográfica e histórica do município, com base em Pinto (1997), Rugani (2001), Camargos (2006) e outros autores; (iii) análise da origem do topônimo Betim e de outras denominações anteriores para o município; (iv) investigação genealógica do sobrenome Betim, baseada, sobretudo em Brandão (1975). Os resultados confirmam a hipótese da origem do topônimo e a análise genealógica permite inferir que o sobrenome seja de origem neerlandesa.

Biografia autore

Jeander Cristian da Silva, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Graduado em Letras/português Licenciatura pela Universidade Federal de Minas Gerais (2018). Mestrado do Programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos (FALE / UFMG) com pesquisa pautada no estudo dos axiotopônimos, topônimos relativos aos títulos e dignidades de que se fazem acompanhar os nomes próprios individuais (DICK, 1990b). Experiência com o ensino das disciplinas de Sintaxe descritiva, Sintaxe Tradicional e Semântica por meio do Apoio Pedagógico ao Núcleo Comum da FALE / UFMG. 

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Pubblicato

2020-12-20