Comida de santo: reflexões sobre um conjunto patrimonial cultural afro-brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.70051/mangt.v5i2.68244

Palavras-chave:

Comida de Santo, Ebó, Candomblé, Patrimônio alimentar., Gastronomia

Resumo

Este trabalho, por meio da abordagem da formação histórica brasileira marcada pela escravização de africanos e a pilhagem de seus saberes, propõe-se a fazer uma análise sobre a comida que compõe a Cozinha de Candomblé como patrimônio cultural do Brasil. Este estudo analisa o apagamento histórico da cultura negra no Brasil, com foco na comida de santo do Candomblé. A partir de revisão bibliográfica em bases reconhecidas, investiga produções que articulam alimentação, ritualidade e identidade. Fundamentado em uma perspectiva contracolonial, evidencia a centralidade da oralidade e da vivência nos terreiros como formas de resistência e memória coletiva. Conclui-se que a comida de santo constitui elemento estruturante da alimentação brasileira e deve ser reconhecida como um conjunto patrimonial cultural afro-brasileiro, expressão de identidade e resistência, simbolizada no ebó. A comida de santo, rica em significados, sobreviveu à opressão por meio da oralidade e da prática religiosa, sendo essencial à cultura nacional.

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Biografia do Autor

Fernando Santa Clara Viana Junior, Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, BA, Brasil

Doutor em História pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES - 2022), Mestre em História pela mesma instituição (UFES - 2015), Graduado em História pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES - 2020) e em Gastronomia pela Faculdade Novo Milênio (2008 - Vila Velha/ES). Atualmente, é professor na Universidade Federal da Bahia (UFBA), vinculado ao curso de Gastronomia, lotado na Escola de Nutrição (ENUFBA), e também atua no Programa de Pós-Graduação em Gastronomia da Universidade Federal do Ceará (UFC). Lidera o Núcleo de Estudos e Aplicação em Gastronomias e Sociedades (NUPAGAS) e integra o Laboratório Saberes e Sabores: história da alimentação e das práticas de cura (UFES), o Grupo de Pesquisa em Segurança Alimentar e Comércio Informal de Alimentos (SACIA-ENUFBA) e o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação e Cultura (NEPAC-UFBA). Desenvolve pesquisas nas áreas de História e Cultura da Alimentação, práticas alimentares no império luso na Modernidade, práticas alimentares e identidades na contemporaneidade, e patrimônios alimentares.

Henrique Cunha Junior, Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil

Doutor pelo Instituto Politécnico de Lorraine - Nancy - França (1983). Mestre em Historia (DEA) Faculdade de Letras de Nancy- França (1981). Pós-doutoramento em Engenharia - Universidade Técnica de Berlin - Bolsista DAAD - do governo Alemão (1985). Livre Docente da Universidade de São Paulo ( Titulo de Pós-doutoramento com tese e concurso publico ) (1993). Professor Titular da Universidade Federal do Ceará. (1994). Professor da Universidade de São Paulo (1984- 1994). Pesquisador Sênior e Chefe de Departamento - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - IPT (1987- 1995). Professor Titular da Universidade Federal do Ceará (1994- 2020). Professor Visitante da Universidade Federal da Bahia (2020). Leciona as disciplinas de graduação e Pós-graduação de : Historia dos Afrodescendentes; Urbanismo Africano; Bairros negros; Ciência tecnologia e Sociedade; Planejamento Energético. Pesquisa urbanismo Africano; Bairros negros;. Educação da população negra; . Tecnologias Africanas na Formação do Brasil. Orientou 30 teses de doutoramento e 50 mestrados. Trabalha com a teoria da Complexidade Sistêmica e a Transdisciplinaridade. Cursou Especialização em Cidades (2016). Tem Curso Técnico da Acupuntura na Mãos - (2016). Cursou Especialização em Projeto Arquitetônico Contemporâneo: Teoria e Pratica (Universidade Federal do Ceará - 2019 a 2022). Especialização em Paisagismo e Iluminação (UNYLEA- 2023-2024). Orientou 31 Teses de doutoramento nas áreas de Engenharia, Educação . Arquitetura e Urbanismo. Autor de Tear Africano - Contos - Autor de Espaço Publico, Urbanismo e Bairros Negros - Editora Appris- (2020).

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Publicado

31-10-2025

Edição

Seção

Dossiê temático: a comida e o sagrado