ALFABETIZAÇÕES NUMA PERSPECTIVA DISCURSIVA: SÓ O PLURAL PODE SER SINGULAR

Conteúdo do artigo principal

Ludmila Thomé de Andrade

Resumo

Pesquisas sobre Alfabetização permitem defender a concepção discursiva da alfabetização, dentre tantas, por sua produtividade didática para o ensino e aprendizagem da língua escrita. Apresentamo-la, defendendo-a como já praticada por professores alfabetizadores, com quem temos debatido. A fundamentação teórica ancora-se nos estudos de Letramento, subsidiada por abordagens que se apoiam na Análise do Discurso de linha francesa, à qual acorrem ainda os textos de Mikhail Bakhtin e ideias de Lev Vigotski. Aproximamo-nos da perspectiva defendida a partir de três pontos: identidades dos atores envolvidos marcadas por alteridades; a configuração histórica na epistemologia do campo de formação de professores e a voz docente, por autores professores alfabetizadores, publicados.

Detalhes do artigo

Seção
Artigos
Biografia do Autor

Ludmila Thomé de Andrade, Professor Titular de Formação de Professores - Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, Rio de Janeiro, RJ

Possui graduação em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1986), mestrado em Lingüística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (1991), Diplôme d'études approfondies (DEA/mestrado) em Analyse du Discours na Université Paris III (Sorbonne-Nouvelle) (1991) e doutorado em Sciences de L'Education na Université de Paris VIII (1996). Atualmente é Professora Titular de Formação de Professores da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em 2008/2009 fez um pós-doutorado na Universidade de Paris VIII, com Elisabeth Bautier, Equipe ESCOL. No mesmo período, desenvolveu atividades de pesquisa com Anne-Marie Chartier, no INRP. Em 2014, fez pós-doutorado na Unicamp, no Instituto de Estudos da Linguagem, com Raquel Salek Fiad. No campo da Educação atua em Formação de Professores, principalmente nos temas formação continuada, análise do discurso, alfabetização, letramento, escrita e leitura e ensino de língua materna.

Referências

ABAURRE, M.B.M., FIAD, R.S. & MAYRINK-SABINSON, M.L.T. Cenas de Aquisição de Escrita: o Sujeito e o Trabalho com o Texto. Campinas, S.P.: ALB: Mercado de Letras, 1997.

AMORIM, G. Uma experiência de reescrita na alfabetização In Revista Práticas de Linguagem vol 5 n 2 UFJF Juiz de Fora, MG, 2016.

ANDRADE, L. T. de O professor alfabetizador imantado entre propostas teóricas: o letramento e a metodologia do fônico trabalho apresntado no I SIHELE, 2010.

ANDRADE, L. T. de Novos espaços discursivos na escola, formadores de novos leitores, de uma nova língua escrita”. Revista Pátio, 2011.

ANDRADE, L. T. de Entre fazer e dizer: atividade docente e práticas pedagógicas escolares, nos atos de escrita na formação raído: revista do programa de pós-graduação em letras da UFGD / Universidade Federal da Grande Dourados (v.8, n. 16, jul./ dez. 2014) -. Dourados, MS : UFGD, 2014ª.

ANDRADE, L. T. de “As possíveis alfabetizações pela visão dos docentes” palestra apresentada na abertura do III Seminário Escrita Docente e Discente, realizado nos dias 18-20 de setembro de 2014, na Universidade Federal do Rio de Janeiro. 2014b.

ANDRADE, L. T. de Encontros de professores para estudos de letramento, leitura e escrita: a autoria de textos docentes in Revista Práticas de Linguagem vol. 5 n. 2. (http://www.ufjf.br/praticasdelinguagem/edicoes-2/edicoes/volume-5-n-2/) UFJF, Juiz de Fora, MG, 2016.

ARENA, D. B. As letras como unidades históricas na construção do discurso. In Cadernos CEDES Campinas, SP, 20 v. 33, n. 89, p. 109-123, jan.-abr. 2013. [Disponível em http://www.cedes.unicamp.br]

BAKHTIN, M. Marxismo e Filosofia da Linguagem, HUCITEC, São Paulo, 1988.

BAKHTIN M. Estética da Criação Verbal. Martins Fontes, São Paulo, 2002.

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

BAKHTIN, M. Questões de estilística no ensino da língua São Paulo, Editora 34, 2013.

BALL, S. Reformar Escolas/ reformar professores e os terrores da performatividade Universidade do Minho Revista Portuguesa de Educação, 2002.

BATISTA, A. A. G. Professoras de Português, formação superior, matrimônio e leitura: um caso de estudo. In: Lea Pinheiro Paixão; Nadir Zago. (Org.). Sociologia da Educação: pesquisa e realidade brasileira. Petrópolis: Vozes, 2007.

BORÉ, C. et BOSREDON, C. La phrase selon les brouillons : un trajet entre l'oral et l'écrit in Le français aujourd'hui Ecrits d`élèves contraintes de la langue Armand Colin 2 (n°181) 2013.

CHACON, L. Oralidade e letramento na construção da pontuação Anais do 5º Encontro do Celsul, Curitiba-PR, 2003.

CORDEIRO, E. L. da S. Relato e reflexões sobre o cotidiano escolar em turma de 2º ano com enfoque na produção de textos: escritores iniciantes produtores de textos Uma experiência de reescrita na alfabetização In Revista Práticas de Linguagem vol 5 n 2 UFJF Juiz de Fora, MG, 2016.

CORREA, Manoel L. G. O modo heterogêneo de constituição da escrita. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

COSTA, P. A. Letramentos Familiares de crianças de classe popular: alfabetizações possíveis. Monografia de fim de curso de graduação em Pedagogia, defendida na Faculdade de Educação da UFRJ Ano de obtenção 2013.

DOQUET-LACOSTE, C. Écrits intermédiaires, écritures intermittentes Carnets, notes, bribes de Science Éditions de la Maison des sciences de l'homme |« Langage et société »1 n° 127 2009.

FERREIRO, E.; TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Lichtenstein et al. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.

FOUCAULT M. L`ordre du discours Paris, Gallimard, 1971.

GATTI, B. O perfil dos professores brasileiros: o que fazem, o que pensam, o que almejam Pesquisa Nacional Unesco São Paulo, Moderna, 2004.

GOULART, C. O conceito de letramento em questão: por uma perspectiva discursiva da alfabetização. Bakhtiniana, Rev. Estud. Discurso [online]. 2014, vol.9, n.2, pp. 35-51. ISSN 2176-4573. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S2176-45732014000200004. Acesso em 18 ago. 2015.

GOULART, C. Mudanças de peso na educação brasileira, Sr. João Batista Araújo e Oliveira?/ A propósito do artigo publicado no jornal O Estadão com o título “Educação, um desafio olímpico”, in Anped 8/08/2016. [disponível em http://www.anped.org.br/news/carta-de-cecilia-goulart-uff-em-resposta-artigo-de-presidente-do-instituto-alfa-e-beto-no]

KLEIMAN, Â.. Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas: Mercado de Letras, 1995.

LILLIS, T. Oficina-Palestra proferida na abertura do I Seminário Escrita Docente & Discente FE/ LEDUC/ UFRJ 2012.

LUCIO, E. O. A palavra conta,o discurso desvela:saberes docentes na formação continuada de professores de leitura e escrita, Tese de doutorado defendida na Faculdade de Educação da UFRJ Ano de obtenção: 2016.

LUCIO, E. O. Tecendo os fios da rede: o programa pró-letramento e a tutoria da formação continuada de professores alfabetizadores da educação básica, dissertação de mestrado defendida na Faculdade de Educação/UFRJ Ano de Obtenção: 2010.

MAINGUENEAU, D. Novas tendências em Análise do Discurso Campinas, SP, Pontes, 1997.

MARINHO, M. e CARVALHO, Glicinei Teodoro (Orgs.) Cultura escrita e letramento. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2010.

MORTATI, M. do R. “Letrar é preciso, alfabetizar não basta... mais?” in SCHOLZE, L. e ROSING, M. K. (orgs.) Teorias e práticas de letramento. INEP, Brasilia: 2007.

SIROTA, R. Emergência de uma sociologia da infância: evolução do objeto e do olhar. Cad. Pesqui. [online]. 2001.

SMOLKA, A. L. A criança na fase inicial da Escrita -- a alfabetização como processo discursivo. Cortez, 1988.

SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.

SOARES, M. B. Letramento e alfabetização: as muitas facetas -- Trabalho apresentado na Reunião da Anped 2003 in Revista Brasileira de Educação, 2004.

STREET, Brian V. Os novos estudos sobre o letramento: Histórico e perspectivas. In: MARINHO, Marildes e CARVALHO, Glicinei Teodoro (Orgs.) Cultura escrita e letramento. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2010.

THIN, Daniel Para uma análise das relações entre famílias ara uma análise das relações entre famílias populares e escola: confrontação entre lógicas populares e escola: confrontação entre lógicas socializadoras Revista Brasileira de Educação v. 11 n. 32 maio/ago. 2006.

VIGOTSKI, L. Pensamento e Linguagem Editora: Relogio D'água, Lisboa, Portugal, 2008.

WERNECK, S. Alfabetizar ou elaborar projetos? In Revista Práticas de Linguagem vol 5 n 2 UFJF Juiz de Fora, MG, 2016.