Etnografia com crianças: significados da transição para o Ensino Fundamental
PDF

Arquivos suplementares

Texto com correções

Palavras-chave

Transição. Educação Infantil. Ensino Fundamental.

Resumo

Este artigo discute a transição da Educação Infantil ao Ensino Fundamentala partir dos significados das crianças. O percurso metodológico foi uma etnografia com 14 crianças em uma escola pública do município de Osório. A análise indicou que os rituais vividos na pré-escola têm para as crianças sentidos distintos aos dos adultos e que, no início do primeiro ano, suas expectativas sobre a apropriação da escrita acontecem em meio a tensões relacionadas ao novo formato escolar e à ausência da brincadeira, implicando na construção de estratégias das crianças para reverter isso. Considera-se que os significados compartilhados pelas crianças fornecem indicativos para uma transição que atenda as especificidades da infância.

https://doi.org/10.20500/rce.v13i26.14064
PDF

Referências

BARBOSA, M. C. S.; DELGADO, A. C. C. et al. A infância no ensino fundamental de 9 anos. Porto Alegre: Penso, 2012.

BOGDAN, R; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação. Portugal: Porto Editora, 1999.

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil. Brasília, 2009.

BRASIL. Ministério da Educação. Ensino fundamental de nove anos: passo a passo do processo de implantação. Brasília, 2009.

BRASIL. Presidência da República Lei Federal n.º 11.274, de 06 e fevereiro de 2006. Altera a redação dos arts. 29, 30, 32 e 87 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, dispondo sobre a duração de 9 (nove) anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11274.htm>. Acesso em: 20 nov. 2017.

CORSARO, W. A. Entrada no campo, aceitação e natureza da participação nos estudos etnográficos com crianças pequenas. Revista Educação e Sociedade, Campinas, v. 26, n. 91, p. 443-464, maio/ago. 2005.

CORSARO, W. Reprodução interpretativa e cultura de pares. In: MULLER, F.; CARVALHO, A. M. A. (Orgs.). Teoria e prática na pesquisa com crianças: diálogos com William Corsaro. São Paulo: Cortez, 2009.

DELGADO, A. C. C; MÜLLER, F. Sociologia da infância: pesquisa com crianças. Revista Educação e Sociedade. Campinas, vl. 26, n. 91, p. 351-360, maio/ago. 2005. Disponível em: <http://www.cedes.unicamp.br >. Acesso em: 16 dez. 2015.

FORTUNA, T. R. Sala de aula é lugar de brincar? In. XAVIER, M. L.; DALLA ZEN, M. I. H. (Org.) Planejamento em destaque: análises menos convencionais. Porto Alegre: Mediação, 2000.

GEERTZ, C. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989.

GOBBI, M. Desenho infantil e oralidade. In: FARIA, A. L.; DEMARTINI, Z. de B. F.; PRADO, P. D. (Orgs.). Por uma cultura da Infância: metodologia de pesquisa com crianças. 3. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2009.

GRAUE, M. E; WALSH, D. Investigação etnográfica com crianças: Teorias, métodos e ética. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003.

HOBSBAWM, E. Introdução: A Invenção das Tradições. IN. HOBSBAWM, E.; RANGER, T. (Orgs.). A invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984.

MARTINATI, A. Z.; ROCHA, M. S. P. M. L. Faz de conta que as crianças já cresceram: o processo de transição da educação infantil para o Ensino Fundamental. Revista Psicologia Escolar e Educacional, Perdizes, v. 19, p. 309-319, 2015.

NEVES, V. F. A. Tensões contemporâneas no processo de passagem da educação infantil para o ensino fundamental: um estudo de caso. 2010. 271 f. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, 2010.

PEIRANO, M. Rituais Ontem e Hoje. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.

QUINTEIRO, J. Infância e Educação no Brasil: um campo de estudos em construção. In: FARIA, A. L.; DEMARTINI, Z. de B. F.; PRADO, P. D. (Orgs.). Por uma cultura da Infância: metodologia de pesquisa com crianças. 3. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2009.

QUINTEIRO, J. Sobre a emergência de uma sociologia da infância: contribuições para o debate. Perspectiva, Florianópolis, v. 20, n. especial, p. 137-162, jul./dez. 2002. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/view/10282/9553>. Acesso em: 18 jul. 2017.

RINALDI, C. Diálogos com Reggio Emília: Escutar, investigar e aprender. Tradução de Vânia Cury. 1.ed. São Paulo: Paz e Terra, 2012.

SARMENTO, M. J. Visibilidade social e estudo da infância. In: VASCONCELOS, V. M.; SARMENTO, M. J. (Orgs). Infância (in) visível. Araraquara: Junqueira e Marin, 2007.

Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre

Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:

a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.

b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.

c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).