Resumo
O artigo interpela o livro de Luiz Antônio Cunha, A universidade reformanda, objetivando esboçar proposições teóricas para uma problemática de pesquisa capaz de tornar pensáveis as ainda pouco conhecidas transformações atuais nas universidades públicas e privadas, estas últimas em processo de monopolização e internacionalização, impulsionadas pelos fundos de investimentos (private equity). Defende que Cunha logrou apreender os pontos nodais da educação superior no “período da modernização conservadora”: a pesquisa e a pós-graduação foram institucionalizadas nas universidades, mas sob as marcas da heteronomia; a graduação minimalista foi sustentada pelos operadores da “reforma de 1968”, e, como expressão do desenvolvimento desigual do capitalismo, a ditadura sustentou a expansão da educação superior privada. Atualiza, sumariamente, os referidos pontos nodais no Brasil de hoje, sustentando que é a condição capitalista dependente que conforma os nexos entre o passado e o presente da educação superior brasileira.Referências
BOURDIEU, P., CHAMBOREDON, J. C.; PASSERON, J. C. El oficio del sociólogo: Presupuestos epistemológicos. Bs.As: Siglo XXI, 2002.
CHAUI, M. A universidade pública sob nova perspectiva. Rev. Bras. Educ. [online], 2003, n.24, p. 5-15.
CUNHA, L. A. A universidade reformanda: o golpe de 1964 e a modernização do ensino superior. 2. ed. São Paulo: Editora UNESP, 2007.
FERNANDES, F. Universidade brasileira: reforma ou revolução? SP: Alfa-Omega, 1975.
HABERMAS, J. A idéia da universidade -- processos de aprendizagem. Colóquio Educação e Sociedade. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Copyright (c) 2014 Revista Contemporânea de Educação
