Resumen
A proposta do trabalho visa problematizar as representações de cidade moderna e uma busca pelo controle da população que circulava nesse espaço em transformação a partir dos projetos de reforma urbana pensados para a cidade do Rio de Janeiro, nas primeiras décadas do século XX. Pela análise dos discursos (FOUCAULT, 2001), a partir da imprensa carioca e por via das crônicas publicadas pelo literato Lima Barreto, na revista Careta, compreende-se a educação formal como parte de um projeto civilizatório, imbricada a um projeto urbanístico de cidade. Contudo, verifica-se, nas reformas implementadas pelos poderes públicos, a divisão da cidade entre o desenvolvimento do centro urbano e as mazelas do subúrbio e das favelas, evidenciando uma forjada modernidade observada pelo direcionamento de mais investimentos na cidade para se ver do que na cidade para se viver.
Citas
ALMEIDA, C. B. Um paíz de poucas lettras? Experiências de educabilidade, instrução obrigatória e analfabetismo na “Cidade Maravilhosa” (1900-1922). 2018. Tese (Doutorado em Educação) — Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, 2018.
AZEVEDO, A. A grande reforma urbana do Rio de Janeiro: Pereira Passos, Rodrigues Alves e as ideias de civilização e progresso. Rio de Janeiro, RJ: Mauad, 2016.
BARBOSA, M. História cultural da imprensa: Brasil, 1900-2000. Rio de Janeiro, RJ: Mauad, 2007.
BARRETO, L. Recordações do escrivão Isaías Caminha. 5. ed. São Paulo, SP: Brasiliense, 1971.
BENCHIMOL, J. L. Pereira Passos: um Haussman tropical. Rio de Janeiro, RJ: Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Esportes, 1992.
CÂMARA, S. Sob a guarda da República: a infância menorizada no Rio de Janeiro da década de 1920. Rio de Janeiro, RJ: Quartet, 2010
CARETA, 15 jan. 1921a.
CARETA, 26 nov. 1921b.
CHALHOUB, S. Trabalho, lar e botequim. 3. ed. Campinas, SP: Universidade de Campinas, 2012.
FON-FON, 3 jul.1920.
FOUCAULT, M. As palavras e as coisas. São Paulo, SP: Martins Fontes, 2000.
FOUCAULT, M. A Verdade e as formas jurídicas. Rio de Janeiro, RJ: Nau, 2001.
JORNAL DO COMMERCIO, 22 ago. 1919.
KESSEL, C. A vitrine e o espelho: o Rio de Janeiro de Carlos Sampaio. Rio de Janeiro, RJ: Secretaria das Culturas, 2001.
MORAES, J. G. V. Cidade e cultura urbana na primeira república. 6. ed. São Paulo, SP: Atual, 1994.
O IMPARCIAL, 11 nov.1911.
O IMPARCIAL, 14 ago. 1912.
O IMPARCIAL, 24 mar. 1913a.
O IMPARCIAL, 30 ago.1913b.
O IMPARCIAL 30 jan. 1913c
O IMPARCIAL, 02 mai.1916.
O MALHO, 11 nov. 1911.
O MALHO, 30 ago. 1913.
O PAÍZ, 2 jun. 1919a.
O PAÍZ, 2 ago.1919b.
O PAÍZ, 3 ago. 1919c.
RESENDE, B. Lima: cronista do Rio. Belo Horizonte, MG: Autêntica, 2017.
ROCHA, O. P.; CARVALHO, L. A. A era das demolições: cidade do Rio de Janeiro: 1870-1920. Rio de Janeiro, RJ: Departamento Geral de Documentação e Informação Cultural, 1986.
SILVA, J. C. S. A reforma Fernando de Azevedo e o meio social carioca: tempos de educação nos anos 1920. In: VIDAL, D. G. (Org.). Educação e reforma: o Rio de Janeiro nos anos 1920-1930. Belo Horizonte, MG: Argumentum, 2008. p. 111-43.
SILVA, J. C. S. Teatros da modernidade: representações de cidade e escola primária no Rio de Janeiro e em Buenos Aires nos anos 1920. 2009. Tese (Doutorado em Educação) — Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, 2009.
Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).