Résumé
O artigo visa contribuir para o debate acerca da atuação da psicologia nas escolas como promotora de saúde mental, de forma a acolher a diversidade e o sofrimento que as crianças expressam no seu cotidiano. Analisamos qualitativamente a experiência de estágio numa escola da rede pública, com crianças com idades entre 10 e 12 anos, em que se buscou criar um espaço de confiança onde elas pudessem expressar suas opiniões, emoções e sentimentos. Em seus relatos, notamos as violências às quais estão submetidas, a insuportabilidade da convivência coletiva, e como a psicopatologização da vida simplifica a dimensão social do sofrimento psíquico. Os encontros evidenciaram a emergência de um olhar atento e sensível para as crianças capaz de promover o cuidado diante das diversas demandas trazidas por elas.
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