CESÁRIO TRAPEIRO: ENGOMAR, DEIXAR PASSAR

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35520/diadorim.2022.v24n2a51052

Palavras-chave:

Cesário Verde, Trapeiro, “Contrariedades”, Ninfa.

Resumo

Como já foi destacado por grande parte da crítica, o poeta português Cesário Verde estabeleceu em sua mesa de trabalho uma outra cartografia da cidade, dando, em seus poemas, visibilidade e legibilidade para figuras marginais e sem estatuto poético, que permaneceram quase sempre fora da poesia e da narrativa. Cesário Verde estabeleceu uma arte poética com cenas e enquadramentos de um mundo repleto de figurantes e ao mesmo tempo colocou, muitas vezes, “os andaimes da escrita” em evidência. Partindo dessas considerações, o objetivo deste trabalho é estabelecer uma leitura do poema intitulado “Contrariedades”. Neste poema, Cesário parece pôr em cena não apenas as inquietações e angústias de um escritor, mas também o próprio momento da escrita, fazendo surgir uma estranha figura da modernidade.

Biografia do Autor

Marlon Augusto Barbosa, UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Campus Fundão

Atualmente é pesquisador de pós-doutorado em Literatura Portuguesa (Bolsista Pós-Doutorado Nota 10 da FAPERJ). Possui doutorado (2021) e mestrado (2017) em Teoria Literária e Literatura Comparada pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Literatura da Faculdade de Letras da UFRJ, onde desenvolveu pesquisas financiadas pelo CNPq, Capes e Faperj (bolsista Nota 10). Foi professor substituto de Teoria Literária e Literatura Comparada (2016 até 2017) e de Literatura Portuguesa (2019 até 2021) da Faculdade de Letras da UFRJ. De 2016 até 2019, foi o Editor Responsável pela Revista Garrafa (Qualis A4). Atualmente é membro da Comissão Editorial e revisor da Revista Mulemba (Qualis A4). Atua nos grupos de pesquisa: outrarte: psicanálise entre ciência e arte do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da UNICAMP.

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Publicado

2023-06-19

Edição

Seção

Dossiê de Literatura/Literature Dossier