Uma análise diplomático-paleográfica no Brasil setecentista: quem escreveu os pasquins sediciosos da Conjuração Baiana?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24206/lh.v7i3.41551

Palavras-chave:

Cartas Marienses. Corpus diacrônico. Inabilidade em escrita alfabética. Escriptualidade. Escrita fonética.

Resumo

Este trabalho se constitui em uma análise dos manuscritos produzidos e acumulados no contexto da Revolta dos Búzios, importante episódio da História do Brasil Colônia, custodiados pelo Arquivo Público do Estado da Bahia. A partir da afixação, em locais públicos da cidade de Salvador em 12 de agosto de 1798, de papeis que conclamavam a população bahinense para um levante que traria uma República caracterizada com os ideais franceses de liberdade, igualdade e fraternidade, são instauradas devassas para a identificação e punição dos autores dos ditos documentos sediciosos e demais envolvidos com o projeto de libertação do jugo português. Com um olhar interdisciplinar moldado pelos conhecimentos em filologia, paleografia, diplomática e história, procedemos a um detalhado exame destes manuscritos com enfoque no processo de avaliação de autos de exame, e combinação das Letras dos pesquins, sendo possível averiguar se os manuscritos em questão são de fato originais e se as conclusões dos “letrados”, que subsidiaram a condenação à pena capital a um dos réus por conta da autoria dos boletins manuscritos, foi ou não justa.

Biografia do Autor

Alícia Duhá Lose, Universidade Federal da Bahia

Professora Adjunta III do Setor de Filologia

Instituto de Letras

UFBA

Libania da Silva Santos, Secretaria de Educação do Estado da Bahia Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística / UFBA

Professora da Secretaria de Educação do Estado da Bahia

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística / UFBA

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Publicado

2021-12-30

Edição

Seção

Artigos - Dossiê Temático