Filologia e lexicologia: estudo léxico-semântico de um manuscrito do século XVIII

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24206/lh.v9i2.55307

Palavras-chave:

Vertente indígena. Estudos lexicais. História Social do Português Brasileiro. Sócio-história do Português Brasileiro. Filologia.

Resumo

As línguas, inevitavelmente, refletem as influências dos elementos sócio-históricos, geográficos e culturais que estão relacionados à história dos seus falantes. O léxico, portanto, é o lugar onde são percebidas essas influências e marcadas as definições identitárias, como é o caso do Brasil e principalmente do português brasileiro (doravante PB), nascido do contato entre europeus, indígenas e africanos. Nesse sentido, podemos notar, ainda hoje, os empréstimos lexicais advindos das línguas indígenas e africanas, além da língua dos imigrantes, e que enriqueceram a língua portuguesa em solo brasileiro. Assim, neste artigo, com base nos princípios da Lexicologia e no corpus retirado da edição semidiplomática do documento Plano Sobre a Civilização dos Índios do Brasil, investigou-se a contribuição indígena no repertório lexical utilizado pelo autor do documento, o militar Domingos Muniz Barreto, de forma a analisar a influência indígena no português brasileiro do século XVIII, a instauração de uma ortografia para palavras indígenas e o vocabulário indígena utilizado nos capítulos “Índios Mansos e Índios Bravos”, do mesmo documento. A metodologia baseou-se em Queiroz (2012). Concluiu-se que o repertório lexical de Domingos e o uso do vocabulárioindígena revelam as pistas para uma gramaticização das línguas indígenas, através da grafia em língua portuguesa, e que isso favoreceu a incorporação das mesmas no próprio PB.

Biografia do Autor

Bruna Trindade Lima Santos, Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos, Universidade Estadual de Feira de Santana, Novo Horizonte, BA, Brasil

Doutoranda em Estudos Linguísticos. Mestre em Ciências da Linguagem pela Universidade Nova de Lisboa. Licenciada em Letras Vernáculas pela Universidade Estadual de Feira de Santana. Colaborou com o projeto de pesquisa VOZES DO SERTÃO EM DADOS, como bolsista PIBIC/CNPq (2011). Cursou Línguas, Literaturas e Culturas na Universidade de Évora (Portugal), por um ano, sob abrigo de protocolo com a Universidade Estadual de Feira de Santana. Colaborou com o projeto CE-DOHS, na condição de bolsista de iniciação científica PIBIC/FAPESB (2013). Integra os grupos de pesquisa "A língua portuguesa no tempo e no espaço" (UNICAMP) e o Programa Para a História da Língua Portuguesa -PROHPOR. Tem experiência como professora de língua portuguesa e língua inglesa. Foi pesquisadora do Centro Nacional de Cultura, em Portugal. Sua pesquisa vincula-se à Linguística Histórica e à Sócio-história do português brasileiro.

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Publicado

29-12-2023

Edição

Seção

Artigo - Dossiê "Diálogos entre a sócio-história do português e a história social da cultura escrita"