A variação -e / -i átono final no galego-português: o testemunho dos Diálogos de São Gregorio
DOI:
https://doi.org/10.24206/lh.v7iespec.41636Palabras clave:
Galego-português. Português arcaico. Vogais finais. Clíticos de dativo. Prosa literária galego-portuguesa.Resumen
Na presente exposição se analisa a variação -i / -e no final de palavra nos cancioneiros trovadorescos e em três textos portugueses em prosa da primeira metade do século XIV (Flos Sanctorum, Diálogos de São Gregorio e Livro das Aves), situada no quadro da evolução do sistema linguístico galego-português durante o período 1250-1350. Chama a atenção um traço diferencial entre os subsistemas português e galego medievais que não tem recebido atenção: a manutenção no primeiro do [ī] átono em final de palavra do latim como [i] numa série de vocábulos que no segundo apresenta [e]. Coloca-se o foco sobre os clíticos de dativo, me (P1), te – che (P2), lle(s) (P3 e P6) e xe (P3-P6ref), formas gerais nos textos galegos, que nos portugueses do século XIV alternam com mi, ti, lhi(s) e xi respectivamente. Mostra-se que a variação entre me e mi se dá no plano morfossintático, pois a primeira forma corresponde ao acusativo, e a segunda ao dativo. Igualmente, repara-se nas desinências da P1 do pretérito perfeito dos verbos com perfeito forte e também da P2 do pretérito de todos os verbos, onde se verifica a variação -e (dixe, amaste – amasche) / -i (dixi, amasti). Discute-se a interpretação desse fenômeno de variação e se demonstra que não é meramente gráfico, mas fonético.
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