Do latim [[X]-ūtus]a ao português -[[X]-udo]a: considerações sobre a trajetória de um esquema morfológico adjetival

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24206/lh.v6i1.28585

Palavras-chave:

Sufixação. Adjetivos. Polissemia. Morfologia construcional. Morfologia histórica.

Resumo

Este trabalho propõe uma análise das palavras derivadas com o sufixo adjetival português -udo (cabeludo, peludo, barrigudo, cabeçudo, chifrudo, carrancudo, abelhudo, rechonchudo), em perspectiva histórica e construcional. Na Morfologia Construcional (BOOIJ, 2010; COELHO, 2013; GONÇALVES, 2016), a noção de construção morfológica envolve um pareamento de forma, função e significado. Por isso, o trabalho descreve aspectos variados, como a categoria lexical da base, a categoria lexical do derivado e o comportamento polissêmico do esquema de sufixação. No que toca aos aspectos históricos, a análise parte da forma latina –ūtus, com dados de um dicionário bilíngue latim-português, passa pelo português arcaico (séculos XIII a XVI), a partir dos dados de Coelho (2005), e chega ao português mais atual, a partir de um conjunto de dados extraídos de um dicionário da língua portuguesa contemporânea. Essa análise histórica permite tanto a compreensão da prototipicidade histórica do significado de posse nesses derivados quanto da produtividade que as construções com esse sufixo adquirem na língua portuguesa, desvencilhando-se consideravelmente do comportamento da matriz latina.

Biografia do Autor

Natival Almeida Simões Neto, Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura, da Universidade Federal da Bahia.

Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura, da Universidade Federal da Bahia. Possui mestrado em Linguística Histórica (2016) e graduação em Letras Vernáculas (2014), por essa mesma instituição. É também graduando em Língua Estrangeira Moderna ou Clássica, na habilitação de Letras Clássicas (Latim/Grego). Está atuando como professor substituto no Departamento de Letras Vernáculas da Universidade Federal da Bahia, ministrando disciplinas das áreas de Diversidade e Produção Textual em Língua Portuguesa e História e estrutura da Língua Portuguesa. É membro do Grupo de Estudos em Semântica Cognitiva (GESGOG), grupo vinculado ao Programa Para a História da Língua Portuguesa (PROHPOR). É membro associado da Associação Brasileira de Linguística (ABRALIN), desde 2016, e do Grupo de Estudos Linguísticos do Nordeste (GELNE), desde 2014. Tem interesse na morfologia, no léxico e na semântica do português e das demais línguas românicas.

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Publicado

24-03-2020

Edição

Seção

Artigos - Dossiê Temático