O texto desmaterializado: explorando os limites da Filologia Digital
DOI:
https://doi.org/10.24206/lh.v9i1.51304Palavras-chave:
Filologia digital. Texto. Edição. História do Futuro. António Vieira.Resumo
O presente artigo discute, a partir do trabalho que vem sendo desenvolvido no âmbito do projecto Arquivo digital e análise assistida da História do Futuro, as vantagens e os limites da desmaterialização do texto em meio digital.
Analisa-se, em concreto, o caso da obra do Padre António Vieira História do Futuro, demonstrando como o conjunto textual que tem sido editado como quatro obras diferentes, com tempos e circunstâncias de produção diferentes, é, afinal, conceptualmente, uma única Obra, inacabada, em que a totalidade do que foi escrito pelo Autor não é captada em nenhuma das obras físicas editadas, mas é captável no paradigma digital, graças à desmaterialização do texto, que permite juntar estes materiais e reconstruir “arqueologicamente” a Obra, a partir do seu Plano.
A partir deste caso, que acarreta uma abordagem específica do conceito de desmaterialização/descorporificação (PAIXÃO DE SOUSA, 2013 a e b) e do próprio conceito de texto, discutem-se as vantagens e limites da Filologia Digital.
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