O ritual de pesca Yaokwa: um estudo bibliográfico sobre a alimentação e “eco-cosmologia” dos Enawenê-Nawê

Autores

DOI:

https://doi.org/10.70051/mangt.v5i2.68170

Palavras-chave:

Gastronomia, Enawenê-Nawê, Ritual, Yaokwa, Pesca, Dádiva

Resumo

O Ritual Yaokwa dos Enawenê-Nawê, reconhecido como patrimônio pelo IPHAN, UNESCO e ONU, marca o início do calendário anual do grupo do tronco linguístico maipure-aruak no estado de Mato Grosso. Ele é realizado por uma série de etapas que duram sete meses, envolvendo o cultivo de milho e mandioca, a pesca de barragem e a elaboração de comidas e bebidas. Todos esses preparos servem como moeda de troca aos Yakairitis, temidos seres do patamar subterrâneo detentores dos recursos naturais. O presente estudo buscou analisar essas trocas à luz da dádiva maussiana, entendendo as trocas como contratos entre deuses e homens, mantendo a ordem do cosmos e evitando os seus infortúnios. Para alcançar os objetivos deste trabalho foi utilizada pesquisa bibliográfica sobre o grupo selecionado. O ritual Yaokwa é um exemplo de como os modos de fazer a comida estão intrinsecamente ligados ao manejo dos recursos naturais e sobrenaturais e podem ser analisados a partir da perspectiva de uma gastronomia ameríndia.

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Biografia do Autor

Nina Bitar, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Professora Adjunta do Curso de Gastronomia da UFRJ. Pós-doutorado CNPq realizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (2014-2016). Doutorado concluído no Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro com bolsa sanduíche na New York University (2014). Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (2010). Bacharelado e Licenciatura em Ciências Sociais na UFRJ (2007 e 2008). Autora do livro "Baianas de Acarajé: comida e patrimônio no Rio de janeiro" (Bitar, 2011). Organizadora do livro "A Alma das coisas: patrimônio, materialidade e ressonância" (Bitar; Gonçalves; Guimarães, 2012). Primeira colocada na categoria dissertação do Prêmio IPP-Rio Maurício de Lima Abreu em 2011. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia Urbana, atuando principalmente nos temas: alimentação, patrimônio, religiões afro-brasileiras, políticas públicas e mercados de abastecimento de alimentos.

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Publicado

31-10-2025

Edição

Seção

Dossiê temático: a comida e o sagrado