Reflexões sobre o uso de instrumentos de avaliação na Terapia Ocupacional no Brasil / Reflexions about the use of instruments of evaluation in Occupational Therapy in Brazil
DOI:
https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto35973Palavras-chave:
ocupações, avaliação de resultados de intervenções terapêuticas, conhecimento, prática clínica baseada em evidências, terapia ocupacionalResumo
Este editorial tem por objetivo refletir sobre a utilização de instrumentos de avaliação na terapia ocupacional brasileira. O uso de instrumentos padronizados na profissão pode contribuir para o processo terapêutico-ocupacional, auxiliando na avaliação, planejamento e na reavaliação de uma intervenção. Tais dados coletados a partir das escalas podem ser usados para produzir conhecimento científico e favorecer evidências. Os instrumentos apresentam seus constructos associados a uma ou mais teorias que os embasam, devendo os terapeutas ocupacionais buscar o conhecimento sobre a teoria que os fundamentam. Destacamos neste texto onze escalas de avaliação específicas, as quais se encontram disponíveis no Brasil, para uso na prática ou na pesquisa. Compreender as razões para a utilização dos instrumentos são aspectos essenciais a fim de que o terapeuta ocupacional escolha uma determinada escala de avaliação, sobretudo, para que se tenha uma condução coerente no processo de intervenção ou no desenvolvimento de uma pesquisa. A identificação dos profissionais que tenham “expertise” sobre o instrumento pode auxiliar no conhecimento aprofundado em relação aos pressupostos teóricos e práticos advindos, por exemplo, dos modelos, teorias ou disciplinas que se relacionam a esses instrumentos. Para tanto, é essencial que se estabeleça um processo de educação permanente ou continuada, com supervisões clínicas por especialistas, grupos de estudo, cursos de capacitação e de formação nos Modelos, ou nas teorias e disciplinas que estudem a ocupação, a atividade ou qualquer que seja o constructo em questão avaliado pelo instrumento.
Abstract
This editorial aim to reflect on the use of standardized instruments in Brazilian Occupational Therapy. The use of standardized instruments in the profession can contribute to the occupational therapeutic process, support the assessment, plan, and reassess an intervention. These data collected from the tool can be used to generate scientific knowledge and evidence. The instruments presented its constructs associated with one or more theories that support them, and occupational therapists should seek to know about a theory related to those instruments. We highlight in this opinion piece eleven specific instruments of Occupational Therapy available in Brazil, for use in practice or research. Understanding the reasons for the use of an instrument is fundamental for an occupational therapist in order to decide what kind of evaluation is more appropriated and to carry out an intervention or to conduct research. For this reason, it is important to identify key professionals who have “experience” about the instrument because they can help in-depth knowledge in relation to theoretical and practical assumptions, such as examples, models, theories, or disciplines that are related to the instrument. To conclude, it is essential to establish a process of continued education, with supervision by clinicians, specialists, study groups, training courses on models, theories, and disciplines that study, i.e., activity or occupation, or any other construct measured by an instrument.
Keywords: Cccupations. Evaluation of results of therapeutic interventions. Knowledge. Evidencebased practice. Occupational therapy.
Resumen
El objetivo de este editorial es reflexionar sobre la utilización de instrumentos de evaluación en la Terapia Ocupacional brasileña. El uso de instrumentos estandardizados en la profesión puede contribuir para el processo terapêutico ocupacional, ayudando en la evaluación, planificación y reevaluación de una intervención. Dichos datos recolectados, a partir de las escalas, pueden ser utilizados para producir conocimientos científico y favorecer evidencias. Los instrumentos presentan sus constructos asociados a una o mas teorías que los enmarcan, necesitando a los terapeutas ocupacionales para buscar el conocimientos sobre las teorías que los fundamentan. Resaltamos en este texto once escalas de evaluaciones especificas, que están disponibles en Brasil, para el uso en la práctica o en investigaciones. Comprender las razones para la utilización de los instrumentos son aspectos esenciales a fin de que el terapeuta ocupacional elija una determinada escala de evaluación, sobretodo, para que se desarrolle una conducta coherente en el proceso de investigación o en el de una investigación. La identificación de los profisinales que tengan “experticia” sobre el instrumento, puede ayudar a los terapeutas ocupacionales en profundización del conocimiento en relación a los supuestos teóricos y prácticos que surgen, por exemplo, de los modelos, teorias o disciplinas que se relacionan con estos instrumentos. Por tanto, es esencial que ocurra un proceso de educación permanente o continuada, con supervisiones clínicas realizadas por especialistas, grupos de estudio, cursos de capacitaciones y de formación en los modelos, o en las teorías y disciplinas que estudien la ocupación, la actividad o cualquiera que sea el constructo en cuestión que evalúe el instrumento.
Palabras clave: Ocupaciones. Evaluación de resultados de intervenciones terapéuticas. Conocimiento. Práctica clínica basada en la evidencia. Terapia ocupacional.
Referências
Turato ER. Tratado de metodologia da pesquisa clínico-qualitativa: construção teóricoepistemológica, discussão comparada e aplicação nas áreas da saúde e humanas. Petrópolis, RJ: Editora Vozes Ltda.; 2003, 685p.
Szklö M, Javier Nieto F. Epidemiology beyond the basics. 2nd ed. Brown M, editor. Sudbury - MA - USA and Mississauga - Ontario - Canada: Jones and Bartlett Publishers, Inc.; 2007, 488p.
Chaves DFS et al. Escalas de avaliação para Terapia ocupacional no Brasil. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo. 2010, 21(3): 240-46.
Benetton MJ, Lancman S. Estudo de confiabilidade e validação da Entrevista da história do desempenho ocupacional. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo. 1998, 9(3): 94-104.
Cordeiro JR. Validade transcultural da lista de papéis ocupacionais para portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica. Dissertação (Mestrado em Ciências Médicas). São Paulo: Universidade Federal de São Paulo, 2005.
Tedesco SA. Estudo da validade e confiabilidade de um instrumento de Terapia ocupacional: AutoAvaliação do Funcionamento Ocupacional (SAOF). Dissertação (Mestrado em Saúde Mental). São Paulo: Escola Paulista de Medicina - Unifesp, 2000.
Tedesco SA, Citer VA, Martins LAN, Iacoponi E. Tradução e validação para português brasileiro da Escala de Auto-avaliação do Funcionamento Ocupacional. Mundo Saúde, São Paulo. 2010, 34(2): 230-37.
Oliveira AS. Adequação e estudo de validade e fidedignidade da Escala Interativa de Observação de Pacientes Psiquiátricos Internados às Situações de Terapia ocupacional. Dissertação (Mestrado em Saúde Mental). Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo, 1995.
Almeida, MHM. Validação do instrumento CICAc: Classificação de idosos quanto a capacidade para o autocuidado. Tese (Doutorado em Saúde Pública). São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo, 2003.
Magalhães LC, Nascimento VCS, Rezende MB. Avaliação da coordenação e destreza motora - Acoordem: etapas de criação e perspectivas de validação. Rev. Ter Ocup. Univ. São Paulo. 2004, 15(1): 17-25.
Gameiro CM, Ferreira I. Fiabilidade e sensibilidade do Loewenstein Occupational Therapy Cognitve Assesment (Lotca). Re(Habilitar) - Revista da ESSA. 2006, 2: 55-67.
Sant’anna MMM. Instrumentos de avaliação do modelo lúdico para crianças com deficiência física (EIP – ACL): manual da versão brasileira adaptada [recurso eletrônico]. São Carlos: ABPEE: M&M Editora, 2015, 96p.
Magalhães LC, Magalhães LV, Cardoso AA. Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM) – tradução da Canadian Occupational Performance Mensure. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.
Cruz DMC, Parkinson S, Rodrigues DS, Carrijo DCM, Costa JD, Fachin-Martins Emerson, Pfeifer LI. Cross-cultural adaptation, face validity and reliability of the Model of Human Occupation Screening Tool to Brazilian Portuguese. Cad. Bras. Ter. Ocup. 2019, 27(4): 691-702.
Cruz DMC. Adaptação transcultural, validade concorrente e reprodutibilidade do Model of Human Occupation Screening Tool (MOHOST) para o português do Brasil. Pós-Doutorado. Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo, 2017, 20 p. (Relatório de pesquisa).
Mendes PVB. Adaptação transcultural e propriedades psicométricas do “Occupational Self Assessment” para a língua portuguesa do Brasil. Tese (Doutorado em Terapia ocupacional). São Carlos: Universidade Federal de São Carlos - UFSCar, 2020.
Cruz DMC. Os modelos de Terapia ocupacional e as possibilidades para a prática e pesquisa no Brasil. Rev. Interinst. Bras. Ter. Ocup. Rio de Janeiro. 2018. v.2(3):504-517.
Kielhofner G, Forsyth K. Thinking with theory: a framework for therapeutic reasoning. In:Kielhofner G. Model of Human Occupation. 3.ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, p.162-178.
Downloads
Arquivos adicionais
Publicado
Edição
Seção
Licença
Declaração e Transferência de Direitos Autorais
O periódico REVISBRATO -- Revista interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional é publicado conforme o modelo de Acesso Aberto e optante dos termos da licença Creative Commons BY (esta licença permite a distribuição, remixe, adaptação e criação a partir da obra, mesmo para fins comerciais, desde que os devidos créditos sejam dados aos autores e autoras da obra, assim como da revista. Mais detalhes disponíveis no site http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/).
No momento da submissão do manuscrito os autores deverão encaminhar, nos documentos suplementares a Declaração de responsabilidade, conflito de interesse e transferência de direitos autorais, segundo modelo disponivel na página "Instruções aos autores"
- Uso de imagens e discursos
Quando um autor submeter imagens para capa, que não correspondam a pesquisas em formato de artigo e que não tenham obrigatoriedade de autorização de Comitê de Ética, assim imagens presentes em outras seções, deverá ser anexado o TERMO DE CESSÃO DE DIREITO DE USO DA IMAGEM E DE DISCURSO (disponível modelo na página "Instruções aos autores"). Somente é necessário que o autor principal assine o termo e o descreva conforme o modelo abaixo em word.