Perspectivas das mães de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro do Autismo sobre a rede de cuidados/Perspective of mothers of children and adolescents with autism spectrum disorder on the care network

Autores

  • Taynnah Karoline Pereira Máximo Universidade Federal de Pernambuco
  • Marina Araújo Rosas Universidade Federal de Pernambuco
  • Manuela Martins da Silva Universidade Federal de Pernambuco
  • Adriana Lobo Jucá Universidade Federal de Pernambuco
  • Vera Lucia Dutra Facundes Universidade Federal de Pernambuco
  • Keise Bastos Gomes da Nóbrega Universidade Federal de Pernambuco
  • Mariana Barboza Ferreira Universidade Federal de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto53231

Palavras-chave:

Assistência à Saúde. Saúde Mental. Terapia Ocupacional. Transtorno do Espectro Autista.

Resumo

Introdução: Nas últimas décadas, está sendo apontado um aumento significativo de indivíduos diagnosticados com Transtorno do Espectro do Autismo. Desse modo, emerge-se a necessidade de uma rede de cuidados, que proporcione assistência de qualidade a esse público. Objetivo: O estudo tem como objetivo, compreender a percepção dos pais e responsáveis sobre a rede de cuidados de crianças e adolescentes com TEA em um ambulatório de Terapia Ocupacional de um serviço público. Métodos: Pesquisa qualitativa, exploratória, utilizando-se uma entrevista semiestruturada, o Ecomapa e um questionário sociodemográfico. Resultados: Foi identificado alguns dos principais entraves que perduram na rede de cuidados a crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro do Autismo e os problemas de assistência que os responsáveis enfrentam, com enfoque na busca pela Terapia Ocupacional. Alguns dos problemas identificados foram as dificuldades no processo de diagnóstico e de acolhimento, a busca por instituições e tratamentos, as longas listas de espera e a ausência de orientações aos pais. Conclusão: Os pais de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro do Autismo enfrentam dificuldades de assistência na rede de cuidados para seus filhos, devido a grande demanda de pessoas com autismo comparado aos escassos recursos de serviços. Diante disso, vê-se necessário estimular o planejamento e a implementação de estratégias para aprimorar a assistência às crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro do Autismo.

Palavras-chave: Assistência à Saúde. Saúde Mental. Terapia Ocupacional. Transtorno do Espectro Autista


Abstract

Introduction: In recent decades, a significant increase in individuals diagnosed with Autism Spectrum Disorder has been pointed out. Thus, the need for a care network emerges, which provides quality assistance to this public. Objective: The study aims to understand the perception of parents and guardians about the care network for children and adolescents with ASD in an Occupational Therapy outpatient clinic of a public service. Method: Qualitative research, exploratory, using a semi-structured interview, the Ecomap and a sociodemographic questionnaire. Results: Some of the main obstacles that persist in the care network for children and adolescents with Autism Spectrum Disorder and the care problems that those responsible face were identified, with a focus on the search for Occupational Therapy. Some of the problems identified were the difficulties in the diagnosis and reception process, the search for institutions and treatments, the long waiting lists and the lack of guidance for parents. Conclusion: Parents of children and adolescents with Autism Spectrum Disorder face difficulties in providing assistance in the care network for their children, due to the great demand of people with autism compared to the scarce resources of services. Therefore, it is necessary to encourage the planning and implementation of strategies to improve care for children and adolescents with Autism Spectrum Disorder.

Keywords: Health Care. Mental health. Occupational therapy. Autism Spectrum Disorder.


Resumen

Introducción: En las últimas décadas se ha señalado un aumento significativo de individuos diagnosticados con Trastorno del Espectro Autista. Surge así la necesidad de una red de atención, que brinde asistencia de calidad a este público. Objetivo: El estudio tiene como objetivo comprender la percepción de los padres y tutores sobre la red de atención a niños y adolescentes con TEA en un ambulatorio de Terapia Ocupacional de un servicio público. Método: Investigación cualitativa, mediante una entrevista semiestructurada, el Ecomapa y un cuestionario sociodemográfico. Resultados: Se identificaron algunos de los principales obstáculos que persisten en la red de atención a niños y adolescentes con Trastorno del Espectro Autista y los problemas de atención que enfrentan sus responsables, con foco en la búsqueda de Terapia Ocupacional. Algunos de los problemas identificados fueron las dificultades en el proceso de diagnóstico y acogida, la búsqueda de instituciones y tratamientos, las largas listas de espera y la falta de orientación a los padres. Conclusión: Los padres de niños y adolescentes con Trastorno del Espectro Autista enfrentan dificultades para brindar asistencia en la red de atención a sus hijos, debido a la gran demanda de personas con autismo frente a los escasos recurso del servicio. Por lo tanto, es necesario incentivar la planificación e implementación de estrategias para mejorar la atención a los niños y adolescentes con Trastorno del Espectro Autista.

Palabras clave: Cuidado de la salud. Salud mental. Terapia Ocupacional. Transtorno del Espectro Autista

Biografia do Autor

Taynnah Karoline Pereira Máximo, Universidade Federal de Pernambuco

Terapeuta Ocupacional

Marina Araújo Rosas, Universidade Federal de Pernambuco

Terapeuta Ocupacional

Manuela Martins da Silva, Universidade Federal de Pernambuco

Terapeuta Ocupacional

Adriana Lobo Jucá, Universidade Federal de Pernambuco

Terapeuta Ocupacional

Vera Lucia Dutra Facundes, Universidade Federal de Pernambuco

Terapeuta Ocupacional

Keise Bastos Gomes da Nóbrega, Universidade Federal de Pernambuco

Terapeuta Ocupacional

Mariana Barboza Ferreira, Universidade Federal de Pernambuco

Graduanda de Terapia Ocupacional

Referências

APA American Phsycriatric Association, A. P. (2014). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-V. 5a ed. Porto Alegre: Artmed.

Bardin, L. (2011). Análise de Conteúdo. São Paulo: Ed. Revista e Ampliada.

Bordão, J. R. B., & Fernandes-Sobrinho, M. (2020). Transtorno do Espectro Autista na perspectiva da inclusão na escola básica: revisão integrativa. Contribuciones a las Ciencias Sociales, (65), 15. https://www.eumed.net/rev/cccss/2020/03/transtorno-espectro-autista.htmlhttps://www.eumed.net/rev/cccss/2020/03/transtorno-espectro-autista.html.

Brasil, & Ministério da Saúde. (2014). Atenção psicossocial a crianças e adolescentes no SUS: tecendo redes para garantir direitos. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_psicossocial_criancas_adolescentes_sus.pdf

Brasil. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. (2015). Linha de cuidado para a atenção às pessoas com transtornos do espectro do autismo e suas famílias na Rede de Atenção Psicossocial do Sistema Único de Saúde. Ministério da Saúde. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/linha_cuidado_atencao_pessoas_transtorno.pdf

Brianeze, A. C. G., Cunha, A. B., Peviani, S. M., Miranda, V. C. R., Tognetti, V. B. L., Rocha, N. A. C. F., & Tudella, E. (2009). Efeito de um programa de fisioterapia funcional em crianças com paralisia cerebral associado a orientações aos cuidadores: estudo preliminar. Fisioterapia e pesquisa, 16, 40-45. https://doi.org/10.1590/S1809-29502009000100008

Cano, T. M. (2016). Panorama brasileiro do atendimento a autistas e necessidade da inclusão no censo 2020. Revista de Medicina e Saúde de Brasília, 5(2). https://www.semanticscholar.org/paper/PANORAMA-BRASILEIRO-DO-ATENDIMENTO-A AUTISTAS-E-NECESSIDADE-DA-INCLUSÃO-NO-CENSO-2020 | Semantic Scholar.

Constantinidis, T. C., & Pinto, A. S. (2020). Revisão Integrativa sobre a Vivência de Mães de Crianças com Transtorno de Espectro Autista. Revista Psicologia e Saúde, 12, 89-103. https://www.redalyc.org/journal/6098/609864608008/609864608008.pdf

Couto, M. C. V., Duarte, C. S., & Delgado, P. G. G. (2008). A saúde mental infantil na Saúde Pública brasileira: situação atual e desafios. Brazilian Journal of Psychiatry, 30, 390-398. https://www.scielo.br/j/rbp/a/MwhVn9BBDdZQTH6qxsxLNkf/?format=pdf&lang=pt.

Fernandes, A. D. S. A. (2014). Cotidiano de adolescentes vinculados a um Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi): realidade e perspectivas. 136p (Tese de doutorado, Universidade Federal de São Carlos). https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/6878

Fernandes, A. D. S. A., Santos, J. F., & Morato, G. G. (2018). A criança com transtorno do espectro autista (TEA): um estudo de caso da intervenção da Terapia Ocupacional a partir da teoria bioecológica do desenvolvimento humano. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, 29(2), 187-194. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v29i2p187-194.

Ferreira, M., & Smeha, L. N. (2018). A experiência de ser mãe de um filho com autismo no contexto da monoparentalidade. Psicologia em revista, 24(2), 462-481. http://periodicos.pucminas.br/index.php/psicologiaemrevista/article/view/9303

Ferriolli, S. H. T., Marturano, E. M., & Puntel, L. P. (2007). Contexto familiar e problemas de saúde mental infantil no Programa Saúde da Família. Revista de Saúde Pública, 41, 251-259. https://doi.org/10.1590/S0034-89102006005000017.

Filho, A. L. M. M., Amanda, L. A. N. M. N., Nogueira, L., Silva, K. C. O., & Santiago, R. F. (2016). A importância da família no cuidado da criança autista/the importance of the family in the care of autist children. Saúde em Foco, 3(1), 66-83. https://doi.org/10.1590/S0034-89102006005000017.

Gomes, D., Teixeira, L., & Ribeiro. J. (2021). Enquadramento da Prática da Terapia Ocupacional: Domínio & Processo 4ªEdição. Versão portuguesa de Occupational Therapy Practice Framework: Domain and Process 4th Edition (AOTA – 2020).

Lopes, R. E., Duarte, M. L. M. C., Pereira, B. P., Oliver, F. C., & Malfitano, A. P. S. (2016). A divulgação do conhecimento em terapia ocupacional no Brasil: um retrato nos seus periódicos. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 24(4), 777-789. https://doi.org/10.4322/0104-4931.ctoAO0798.

Matsukura, T. S. (1995). A aplicabilidade da Terapia Ocupacional no tratamento do autismo infantil [Dissertação de mestrado, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo].

Mello, A. M. S. R. , Andrade, M. A., Chen Ho, H., Dias, I. S. (2013). Retratos do autismo no Brasil (1ª ed.). São Paulo: AMA, 15, 54-57. http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/dir_tez.pdf.

Oliveira, B. D. C. D., Feldman, C., Couto, M. C. V., & Lima, R. C. (2017). Políticas para o autismo no Brasil: entre a atenção psicossocial e a reabilitação1. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 27, 707-726. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-6149.v29i2p187-194.

Pavão, S. L., Silva, F. P. S., & Rocha, N. A. C. (2011). Efeito da orientação domiciliar no desempenho funcional de crianças com necessidades especiais. Motricidade, 7(1), 21-29. https://doi.org/10.6063/motricidade.117.

Pinto, R. N. M., Torquato, I. M. B., Collet, N., Reichert, A. P. D. S., Souza, V. L. D., & Saraiva, A. M. (2016). Autismo infantil: impacto do diagnóstico e repercussões nas relações familiares. Revista Gaúcha de Enfermagem, 37. https://doi.org/10.1590/1983-1447.2016.03.61572.

Posar, A., & Visconti, P. (2017). Autism in 2016: the need for answers. Jornal de pediatria, 93, 111-119. https://doi.org/10.1016/j.jped.2016.09.002.

Rolim, C. S., Souza, L. S. A., & Gasparini, G. C. (2001). A terapia ocupacional e o método TEACCH no tratamento do portador de autismo. Multitemas (23), 23-29Segre, M., & Ferraz, F. C. (1997). O conceito de saúde. Revista de saúde pública, 31, 538-542.

SERRA, D. C. G. (2004). A inclusão de uma criança com autismo na escola regular: desafios e processos. [Dissertação de mestrado, Universidade do Estado do Rio de Janeiro]. http://www.proped.pro.br/teses/teses_pdf/Dayse_Carla_Genero_Serra-ME.pdf

Silva, I. S. M. H. F. D. S. (2018). Tenho um filho com autismo. E agora? Estudo sobre a perceção das mães relativamente às suas redes de apoio [Tese de doutorado, Instituoto Universitário]. http://hdl.handle.net/10400.12/6500

Souza, L. de, & Duarte, D. (2018). Transtorno do espectro autista. Atlante Cuadernos de Educación y Desarrollo. acometidas https://www.eumed.net/rev/atlante/2018/04/familia-inclusao-escolar.html.

Tano, B. L., & Matsukura, T. S. (2015). Child and adolescent mental health and field challenges: reflections from the historical path. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 23(2), 439-447.

Zanatta, E. A., Menegazzo, E., Guimarães, N. A., Ferraz, L., & Motta, M. G. C. Cotidiano de famílias que convivem com o Autismo infantil (2014). Rev Baiana Enferm., 28 (3): 271-82. https://doi.org/10.18471/rbe.v28i3.10451

Downloads

Publicado

07-03-2023

Edição

Seção

Artigo Original