As formas de tratamento nas cartas pessoais da amostra da família Arthur Reis
DOI:
https://doi.org/10.24206/lh.v10i2.61210Palabras clave:
Variação e mudança, Cartas pessoais, Formas de tratamento, Amazonas, PHPB/AMResumen
Este artigo tem como objetivo descrever as formas de tratamento (tu, você, o (a)senhor(a)) na posição de sujeito em 119 cartas pessoais da Amostra Família, escritas entre 1940 e 1980, extraídas do Projeto PHPB/AM. Como arcabouço teórico-metodológico, utilizamos a Sociolinguística Histórica (CONDE SILVESTRE, 2007) a qual se ampara na Teoria da Variação e Mudança (WLH, 2006 [1968], LABOV, 1994). Nossa principal hipótese está relacionada à implementação do pronome você na escrita dos missivistas manauaras de diferentes faixas etárias. Esse uso deve estar ligado a fatores sócio pragmáticos como relações assimétricas e simétricas entre os interlocutores. Os resultados mostram que há variação das três formas de tratamento tu, o(a) senhor(a) e você na posição de sujeito. Quando observamos a correlação entre as estratégias de referência à segunda pessoa do singular e as relações sócio pragmáticas assumidas pelos remetentes e destinatários de três gerações, constatamos que nas relações assimétricas descendentes (pai/sogra ® filha/nora) e nas relações simétricas (entre irmãos, cunhados e primos) observou-se uso alternado dos pronomes tu e você, já nas relações assimétricas ascendentes (filhos/netos ® mãe/avó) uso exclusivo de o(a)senhor(a). Notamos que você não conserva traços de formalidade associado a seu tratamento original (Vossa Mercê), pois não se alterna com o pronome o(a) senhor(a) nas relações assimétricas ascendentes. A alternância é observada apenas com o pronome tu, nas relações assimétricas descendentes e nas relações simétricas, marcando intimidade e familiaridade.Citas
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