Riscos de adoecimento e qualidade de vida de profissionais atuantes na área de reabilitação de um hospital escola no interior do Rio Grande do Sul /Quality of life of professionals working in the area of rehabilitation of a school hospital in the interior of Rio Grande do Sul state

Autores

  • Mariana Couto Lopes Universidade Federal de Santa Maria
  • Miriam Cabrera Corvelo Delboni Universidade Federal de Santa Maria
  • Mithielle Araújo Machado Universidade Federal de Santa Maria
  • Aline Sarturi Ponte Universidade Federal de Santa Maria

DOI:

https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto25586

Palavras-chave:

Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Qualidade de Vida, Saúde do Trabalhador.

Resumo

Introdução: O trabalho é uma das atividades que compõem o cotidiano das pessoas, sendo assim, este conceito mantém uma relação com as discussões sobre processo saúde-doença e a qualidade de vida dos trabalhadores. Objetivo: Mensurar a qualidade de vida e riscos de adoecimento que podem incidir sobre fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais de um Hospital Escola do interior do Rio Grande do Sul. Método: Este estudo caracteriza-se como quantitativo, descritivo, utilizou-se o WHOQOL-bref e um questionário sociodemográfico como instrumentos para a coleta de dados. Resultados: O Hospital Escola conta com 38 fisioterapeutas, 11 fonoaudiólogos e três terapeutas ocupacionais, totalizando 52 profissionais da área da reabilitação, mas deste total aceitaram participar do estudo 24 profissionais, sendo 18 (75%) fisioterapeutas, quatro (16,6%) fonoaudiólogos e dois (8,4%) terapeutas ocupacionais. Observou-se a prevalência de profissionais do sexo feminino (22 [91,6%]), a média de idade foi de 34,1 anos, a maioria dos participantes eram celetistas (23 [95,8%]). Quanto aos afastamentos do trabalho, 10 (41,6%) se afastaram; 10 (41,6%) sofreram acidentes de trabalho; e 13 (54,1%) apresentaram algum tipo de doença osteomuscular. Quanto à qualidade de vida, a média do escore final do WHOQOL-bref foi de 70,2, sendo que os domínios físicos (60,2) e ambientais (67,5) apresentaram as médias mais baixas. Considerações Finais: Pode-se compreender as condições de saúde e trabalho de profissionais da área da reabilitação, bem como, a interferência destes na qualidade de vida dos profissionais.

 

Abstract

Introduction: Work is one of the activities that make up people's daily lives, thus, this concept maintains a relationship with discussions on the health-disease process and the quality of life of workers. Objective: To measure the quality of life and risks of illness that may affect physiotherapists, speech therapists and occupational therapists of a School Hospital in a municipality in the state of Rio Grande do Sul. Method: This study is characterized as quantitative, descriptive, the WHOQOL-bref and a sociodemographic questionnaire were used as instruments for data collection. Results: School Hospital has 38 physiotherapists, 11 speech therapists and three occupational therapists, totaling 52 professionals in the area of rehabilitation, but of this total they agreed to participate in the study 24 professionals, 18 (75%) physiotherapists, four (16.6%) speech therapists and two (8.4%) occupational therapists. It was observed the prevalence of female professionals (22 [91.6%]), the mean age was 34.1 years, the majority of participants were regulated by the CLT (23 [95.8%]). As for absence from work, 10 (41.6%) were away; 10 (41.6%) suffered work accidents; and 13 (54.1%) had some type of musculoskeletal disease. Regarding quality of life, the mean of the WHOQOL-bref final score was 70.2, and the physical (60.2) and environmental (67.5) domains presented the lowest means. Final Considerations: It is possible to understand the health and work conditions of rehabilitation professionals, as well as their interference in the quality of life of professionals.

Keywords: Physical Therapy, Occupational Therapy, Speech Therapy, Quality of Life, Occupationa Health.

Resumen

Introducción: El trabajo es una de las actividades que conforman la vida cotidiana de las personas, por lo tanto, este concepto mantiene una relación con las discusiones sobre el proceso salud-enfermedad y la calidad de vida de los trabajadores. Objetivo: Medir la calidad de vida y los riesgos de enfermedad que pueden afectar a los fisioterapeutas, logopedas y terapeutas ocupacionales de un Hospital Escuela del interior de Rio Grande do Sul. Método: Se caracteriza por ser cuantitativo, descriptivo, se utilizaron como instrumentos de recolección de datos el cuestionario WHOQOL-bref y un cuestionario sociodemográfico. Resultados: El Hospital Escola cuenta con 38 fisioterapeutas, 11 logopedas y tres terapeutas ocupacionales, totalizando 52 profesionales en el área de rehabilitación, pero de este total aceptaron participar en el estudio 24 profesionales, 18 (75%) fisioterapeutas, cuatro (16,6%) logopedas y dos (8,4%) terapeutas ocupacionales. Se observó la prevalencia de mujeres profesionales (22[91,6%]), la edad media fue de 34,1 años, la mayoría de los participantes fueron celetistas (23[95,8%]). En cuanto a la ausencia del trabajo, 10 (41,6%) estuvieron ausentes; 10 (41,6%) sufrieron accidentes de trabajo; y 13 (54,1%) tuvieron algún tipo de enfermedad musculoesquelética. En cuanto a la calidad de vida, la media de la puntuación final del WHOQOL-bref fue de 70,2, y los dominios físicos (60,2) y ambiental (67,5) presentaron las medias más bajas. Consideraciones finales: Es posible entender las condiciones de salud y de trabajo de los profesionales de la rehabilitación, así como su interferencia en la calidad de vida de los profesionales.

Palabras clave: Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiología, Calidad de Vida, Salud del Trabajador.

 

 

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Publicado

30-06-2020