O trabalho de profissionais na medida socioeducativa de prestação de serviço à comunidade/ The work of professionals in the community services socio-educative measures

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47222/2526-3544.rbto57000

Palavras-chave:

Medida socioeducativa. Jovens. Redes Sociais de Suporte. Equipe técnica

Resumo

Essa pesquisa se constitui em torno da questão do trabalho de profissionais que atuam na medida socioeducativa em meio aberto do tipo Prestação de Serviço à Comunidade (PSC). Desse modo, o objetivo geral da pesquisa foi analisar o trabalho de uma equipe multiprofissional que atua na execução da PSC em um Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS) de Maceió/AL. Realizou-se uma pesquisa de campo de natureza qualitativa, com abordagem descritiva e exploratória, cujos dados foram produzidos a partir de entrevistas com oito técnicos da equipe do serviço. A análise dos dados foi realizada com a técnica de análise de conteúdo. A partir dos dados, percebeu-se que há controvérsias sobre os sentidos e finalidades atribuídas à medida socioeducativa pelos técnicos. Dentre as possibilidades de fortalecimento e ampliação das redes de suporte, observa-se uma ênfase no trabalho com a família e com o setor da educação, porém alguns desafios atravessam o cotidiano do serviço e a realidade dos jovens assistidos, destacando-se os impactos da violência e a dificuldade em estabelecer parcerias interinstitucionais, questões estas que têm interferido negativamente no trabalho dos técnicos. O estudo levantou elementos para discutir o trabalho socioeducativo, suas possibilidades e desafios na construção e/ou fortalecimento das redes de suporte social para jovens em conflito com a lei, fornecendo dados para futuras investigações. 

Palavras-chave: Medida socioeducativa, Jovens, Redes Sociais de Suporte, Equipe técnica

 

Abstract

This research is constituted around the issue of the work of professionals who work in socio-educational measures in an open environment of the Community Service Provision (PSC) type. Thus, the general objective of the research was to analyze the work of a multidisciplinary team that works in the execution of the PSC in a Specialized Reference Center for Social Assistance (CREAS) in Maceió/AL. A qualitative field research was conducted using the descriptive and exploratory approach, having data produced through interviews with 8 technicians from the team. The data analysis was conducted through the content analysis technique. From the data, it was noticed that there are controversies about the meanings and purposes attributed to the socio-educational measure by the technicians. Among the possibilities for strengthening and widening the support networks, it is possible to see an emphasis on working with families and the educational field, however, some challenges are presented when it comes to the daily work and the reality of the young people in assistance, especially the impacts of violence and the difficulty in establishing a partnership with other institutions, elements that have a negative impact on the Works of the technicians. The study was able to identify elements to further discuss the social educational work, its possibilities and challenges faced towards constructing and or strengthening social support for young people in conflict with the law by giving data for future investigations.

Key words: Socio-education measures, Young people, Social Network, Technical team.

 

Resumen

Esta investigación se constituye en torno a la cuestión del trabajo de los profesionales que actúan en medidas socioeducativas en un ambiente abierto del tipo Prestación de Servicios a la Comunidad (PSC). Así, el objetivo general de la investigación fue analizar el trabajo de un equipo multidisciplinario que actúa en la ejecución del PSC en un Centro de Referencia Especializado de Asistencia Social (CREAS) en Maceió/AL. Se realizó una investigación cualitativa de campo, com enfoque descriptivo y exploratorio, cuyos datos fueron producidos a partir de entrevistas con ocho técnicos del equipo de servicio. El análisis de los datos se realizó mediante la técnica de análisis de contenido. A partir de los datos, se percibió que existen controversias sobre los significados y finalidades atribuidas a la medida socioeducativa por los técnicos. Entre las posibilidades de fortalecer y ampliar las redes de apoyo, se destaca el trabajo con la familia y con el sector educativo, pero algunos desafíos atraviesan el cotidiano del servicio y la realidad de los jóvenes atendidos, destacando los impactos de violencia y la dificultad para establecer alianzas interinstitucionales, cuestiones que han interferido negativamente en el trabajo de los técnicos. El estudio levantó elementos para discutir el trabajo socioeducativo, sus posibilidades y desafíos en la construcción y/o fortalecimiento de redes sociales de apoyo a jóvenes en conflicto con la ley, proporcionando datos para futuras investigaciones.

Palabras clave: Medida socioeducativa, Jóvenes, Redes Sociales de Apoyo, Equipo técnico

Biografia do Autor

Waldez Cavalcante Bezerra, Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas

Professor da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas. Terapeuta Ocupacional. Mestre em Serviço Social.

Referências

Abramovay, M. et al. (2002). Juventude, violência e vulnerabilidade social na América Latina: desafios para políticas públicas. Brasilia: Unesco Brasil.

Albuquerque, M. C. A. et al. (2014). Medidas socioeducativas em conflito: um diagnóstico a partir das equipes técnicas e adolescentes do meio aberto. Revista Brasileira Adolescência e Conflitualidade, 3(11), 30-69. https://1library.org/document/y80nmvrq-medidas-socioeducativas-conflito-diagnostico-partir-equipes-tecnicas-adolescentes.html

Alves, V. (2010). A Escola e o Adolescente sob medida sócio-educativa em Meio Aberto. Revista Brasileira Adolescência e Conflitualidade, 23(3), 23-35. https://seer.pgsskroton.com/adolescencia/article/view/241

Araújo, A. C. (2017). Efeitos do cumprimento de medida socioeducativa em meio aberto: uma análise a partir da perspectiva de adolescentes egressos em Natal-RN. (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal. https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23679#:~:text=Resumo%3A,atendimento%20sistem%C3%A1tico%20voltado%20ao%20egresso.

Avelar, M. R. & Malfitano, A. P. S. (2020). A proposição de articulação em rede para atenção pública a crianças e adolescentes. Pesquisa e Práticas Psicossociais, 15(2), 1-15. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-89082020000200010

Bardin, L. (2011). Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70.

Brasil. (1990). Presidência da República. Lei nº. 8.069, de 13 de julho de 1990. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm

Brasil. (2014). Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais. Reimpressão. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Brasília: MDS. https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/tipificacao.pdf

Brasil. (2012). Presidência da República. Lei nº. 12.594, de 18 de janeiro de 2012. Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo. Brasília. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12594.htm

Brasil. (2018). Secretaria Nacional de Assistência. Relatório da Pesquisa Nacional das Medidas Socioeducativas em meio aberto no Sistema Único de Assistência Social. Brasil. 206 p. https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/relatorios/Medidas_Socioeducativas_em_Meio_Aberto.pdf

Carmo, D. S. do, et al. (2021). Violência, ato infracional e escola pública: reflexões a partir da compreensão de professores e gestores do ensino médio. Rev. Interinst. Bras. Ter. Ocup. 3(5), 369-386. https://revistas.ufrj.br/index.php/ribto/article/view/42577

Dias, A. F. (2011). O jovem autor de ato infracional e a educação escolar: significados, desafios e caminhos para a permanência na escola. (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal de São Carlos, São Carlos. https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/2580

Esteves, L. C. G. & Abramovay, M. (2007). Juventude, Juventudes: pelos outros e por elas mesmas. In: M. Abramovay, E. R. Andrade, & L. Esteves (Orgs.), Juventudes: outros olhares sobre a diversidade (pp.18-54). Brasília, DF: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade; Unesco. http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001545/154580por.pdf

Ferrão, I. S. et al. (2012). O olhar de socioeducadores de uma unidade de internação sobre a efetivação da doutrina da proteção integral. Barbarói, 36(21), 42-55. https://online.unisc.br/seer/index.php/barbaroi/article/view/2919

Galheigo, S. M. (2016). Terapia ocupacional social: uma síntese histórica acerca da constituição de um campo de saber e de prática. In. Lopes, R. E., & Malfitano, A. P. S. (Eds). Terapia Ocupacional Social: desenhos teóricos e contornos práticos (pp. 49-68). São Carlos: EduFSCar.

Gobbo, E. & Muller, C. M. (2009). Possibilidades e limites da efetivação do caráter sociopedagógico da medida de prestação de serviço à comunidade cumprida por adolescentes autores de ato infracional do município de São Miguel do Oeste. Espaço Jurídico Journal of Law [EJJL], 10(2), 315-223. https://portalperiodicos.unoesc.edu.br/espacojuridico/article/view/1933

Kobi, E. C., Machado, M. V. C., & Monzeli, G. A. (2020). Terapia ocupacional e medidas socioeducativas: uma revisão de literatura. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 28(3), 983-998. http://dx.doi.org/10.4322/2526-8910.ctoAR2016

Lopes, R. E. (2016). Cidadania, direitos e terapia ocupacional social. In: Lopes, R. E. & Malfitano, A. P. S. (orgs.). Terapia Ocupacional Social: desenhos teóricos e contornos práticos. (pp. 35-40). São Carlos: Edufscar.

Lopes, R. E. et al. (2008). Juventude pobre, violência e cidadania. Saúde e sociedade, 17(3), 63-76. https://www.scielo.br/j/sausoc/a/xDfVHWyfDB4cFsfSJnQ46Np/?lang=pt

Lopes, R. E. et al. (2014). Recursos e tecnologia em Terapia Ocupacional Social: ações com jovens pobres na cidade. Cad. Ter. Ocup. UFSCar, São Carlos, 22(3), 591-602. http://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/1114

Melo, L. L. B. & Silva, C. M. A. (2017). Importância da família na ressocialização de adolescentes em conflito com a lei. Humanidades em Perspectivas, 1(1), 38-51. https://1library.org/document/q7xdjmoy-importancia-da-familia-ressocializacao-adolescentes-conflito-com-lei.html

Miranda, A. A. B. et al. (2014). Adolescentes em conflito com a lei e direitos humanos: desafios para implementação do Sinase. Revista de Políticas Públicas, 18(6), 369-378. http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rppublica/article/view/2728

Morais, J. B. T. & Ferreira, M. D. M. (2018). Reflexões Acerca da Violência Praticada por Adolescentes e a Aplicação das Medidas Socioeducativas. Revista FSA (Centro Universitário Santo Agostinho), 15(9), 200-219. http://www4.unifsa.com.br/revista/index.php/fsa/article/view/1595

Morais, A. C., & Malfitano, A. P. S. (2016). O terapeuta ocupacional como executor de medidas socioeducativas em meio aberto: discursos na construção de uma prática. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, 24(3), 531-542. http://dx.doi.org/10.4322/0104-4931.ctoAO0727

Nunes, M. R. et al. (2016). Rede social de adolescentes em liberdade assistida na perspectiva da saúde pública. Revista Brasileira de Enfermagem, 69(2), 298-306. https://www.scielo.br/j/reben/a/MmXTrFxd9FS9NFLWqtnQ7Vm/?lang=pt

Oliveira, P. D. L. (2002). Cidadania e ato infracional: medidas sócio-educativas de prestação de serviço à Comunidade Liberdade Assistida na Comarca de São José. (Trabalho de conclusão de Curso). Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina. https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/114127

Oliveira, R. H. D. (2022). Terapeutas ocupacionais e o Sistema de Atendimento Socioeducativo (SINASE): a prática profissional nas medidas privativas de liberdade. (Tese de doutorado). Universidade Federal de São Carlos, São Carlos.

Oliveira, R. H. D., & Malfitano, A. P. S. (2021). Terapia ocupacional e adolescentes autores de ato infracional: mapeamento de produções. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 29, e2931. https://doi.org/10.1590/2526-8910.ctoAR2218

Raniere, É. (2014). A invenção das Medidas Socioeducativas. (Tese de doutorado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Silva, C. R. & Lopes, R. E. (2009). Adolescência e juventude: entre conceitos e políticas públicas. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCAR, 17(2), 87-106. https://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/100

Veiga, A. (2020). Medida socioeducativa em meio aberto LA e PSC – dos desafios as possibilidades. Anais do Seminário Internacional em Direitos Humanos e Sociedade, 2. http://periodicos.unesc.net/AnaisDirH/article/view/5856

Veronese, J. R. P. (2015). O adolescente autor de ato infracional sob a perspectiva da intersetorialidade. Revista do Direito, 3(47), 125-143. https://online.unisc.br/seer/index.php/direito/article/view/6430

Vidal, A. S. (2014). Adolescentes em medida socioeducativa: um estudo sobre estigma. (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. https://lume.ufrgs.br/handle/10183/106497

Xavier, F. C. & Marchesi, E. M. (2019). Medidas socioeducativas: um estudo sobre a execução das medidas em meio de liberdade assistida e prestação de serviço à comunidade. Anais do 16º Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais, 16(1), 1-12. https://broseguini.bonino.com.br/ojs/index.php/CBAS/article/view/1361

Downloads

Publicado

29-05-2023

Edição

Seção

Artigo Original