De 'toxicomania' a 'dependência química': uma análise na perspectiva da lexicologia sócio-histórica
DOI:
https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.31526Palabras clave:
Lexicologia. Linguística Histórica. Terminologia. Saúde Pública.Resumen
O presente estudo teve como objetivo analisar os itens lexicais toxicomania e dependência química no português, cujo sentido tem como ideia central “consumo contínuo ou periódico de substância psicoativa”. Esta análise se baseou nos pressupostos teóricos da lexicologia sócio-histórica (CAMBRAIA, 2013). Do ponto de vista metodológico, a análise foi realizada com base nos 100 lexemas mais frequentes de dois corpora compostos de textos extraídos do Jornal do Brasil: um da década de 1970 para toxicomania e outro da década de 2000 para dependência química. Testaram-se três hipóteses, que foram efetivamente confirmadas: (a) a diferença entre toxicomania e dependência química está relacionada ao tipo de substância consumida; (b) a relação entre toxicomania por dependência química foi influenciada pela recomendação terminológica da OMS em 1974; e (c) a diferença entre toxicomania e dependência química reflete diferentes visões sobre a questão.
Citas
ASSAD, L. Jornalismo e ditadura militar no Brasil: da censura à resistência nas redações. América Latina em Movimento, Quito, 26 de set. de 2013. Disponível em: https://www.alainet.org/pt/active/67660 . Acesso em: 06 jan. 2020.
BOISSEAU, F.-G. Compte-rendu de: Dictionnaire universel de matière médicale et de thérapeutique générale; par F.-V. Mérat et A.-J. Delens. Paris, 1830, tom. 2, C-D; 1 vol. in-8º de 694 pages. Journal Universel des Sciences Médicales, Paris, v. 15, t. 58, p. 196-204, 1830. Disponível em: https://books.google.com.br/ books?id=UchLAAAAYAAJ. Acesso em: 06 jan. 2020.
CAMBRAIA, C. N. Da lexicologia social a uma lexicologia sócio-histórica: caminhos possíveis. Revista de Estudos da Linguagem, Belo Horizonte, v. 21, n. 1, p. 157-188, 2013. Disponível em: http://dx.doi.org/10.17851/2237-2083.21.1.157-188. Acesso em: 06 jan. 2020.
CAMBRAIA, C. N. Esquema de ordenação de Hallig e Wartburg: uma avaliação de sua aplicação à análise lexical do português. Revista de Estudos de Cultura, São Cristóvão, v. 4, p. 37-50, 2018. Disponível em: http://dx.doi.org/10.32748/revec.v4i2.11188. Acesso em: 06 jan. 2020.
COSERIU, E. Princípios de semántica estructural. Madrid: Gredos, 1977.
DORES, M. V. P. das; TOLEDO, C. V. S. De “lepra” à “hanseníase”. Diacrítica, Braga, v. 32, n. 1, p. 179-208, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.21814/diacritica.124. Acesso em: 06 jan. 2020.
FAULSTICH, E. Socioterminologia: mais que um método de pesquisa, uma disciplina. Ciência da Informação, Brasília, v. 24, n. 3, p. 281-288, 1995. Disponível em: http://revista.ibict.br/ciinf/article/download/566/567. Acesso em: 06 jan. 2020.
GAILLARD, G. Sur quelques formations néologique récente dans leurs rapports avec les modifications de la pensée (suite). Revue de Philologie Française et de Littérature, Paris, v. 25, p. 9-30 e 102-131, 1911. Disponível em: https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k5765817x. Acesso em: 06 jan. 2020.
GAUDIN, F. Socioterminologie: des problèmes sémantiques aux pratiques institutionnelles. Mont-Saint-Aignan: Publications de l'Université de Rouen, 1993.
GUEDES, A. de S.; MENDES, B. P. Um estudo lexicológico de base sócio-histórica das formas lexicais “asilo de idosos” e “casa de repouso”. Raído, Dourados, v. 10, n. 24, p. 38-52, 2017. Disponível em: http://ojs.ufgd.edu.br/index.php/Raido/article/view/5797. Acesso em: 06 jan. 2020.
GUIMARÃES, I. C. T.; ALENCAR NETO, W. D. de. Do discurso ao enunciado: um estudo das formações nominais “surdo-mudo” e “deficiente auditivo”. In: DIAS, L. F. Língua e enunciação: roteiro e estações. Belo Horizonte: FALE/UFMG, 2018. p. 120-142. Disponível em: www.letras.ufmg.br/site/e-livros/EnuncMaterialidadeLing2018.pdf. Acesso em: 06 jan. 2020.
HOUAISS, A.; VILLAR, M. S. Dicionário houaiss de língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
LABOV, W. Building on empirical foundations. In: LEHMANN, W. P.; MALKIEL, Y. (Eds.) Perspectives on historical linguistics. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins, 1982. p. 17-92.
MARENGO, S. M. D. A. Variações terminológicas e diacronia: estudo léxico-social de documentos militares manuscritos dos séculos XVIII e XIX. 2016. 508 f. 2016. Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos) — Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, 2016. Disponível em: http://hdl.handle.net/1843/LETR-AN6LDS. Acesso em: 06 jan. 2020.
MATORÉ, G. La méthode en lexicologie: domaine français. Paris: Didier, 1953. [2. ed. ampl., 1973]
MCAULIFFE, R. M.; MCAULIFFE, M. B. The essentials of chemical dependency: alcoholism and the other drug dependencies. Minneapolis (MI): The American Chemical Dependency Society, 1975.
MENDES, E. A. G.; MASSAI, Lucian. Análise lexicológica sócio-histórica dos itens ‘armazém’ e ‘mercearia’. Multices: Revista Acadêmica Multidisciplinar, Conselheiro Lafaiete, v. 4, n. 1, p. 97-102, 2016. Disponível em: http://multices.ces-cl.edu.br/images/mces-04/mces4-2317-0379-10.pdf. Acesso em: 06 jan. 2020.
MICHAELIS on-line. Melhoramentos, 2019. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br. Acesso em: 06 jan. 2020.
MORI, L. Por que o Brasil escapou ileso da droga que virou epidemia nos EUA e na Europa. BBC News Brasil, 28 de outubro de 2017. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-41753994. Acesso em: 06 jan. 2020.
OMS (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE). Comité de expertos de la OMS en farmacodependencia. Genebra: OMS, 1974. Disponível em: https://apps.who.int/iris/handle/10665/38851. Acesso em: 06 jan. 2020.
RABAUD, E. Lexique des principaux terms biologiques créés par ALF. GIARD. Bulletin scientifique de la France et de la Belgique, Paris, t. 42, v. 2, 6. sér., p. XXXIX-XLI, 1909. Disponível em: https://www.biodiversitylibrary.org/itempdf/40349. Acesso em: 06 jan. 2020.
RAFAEL, G. C. R. A.; SIMIÃO, D. P. Aidético e soropositivo: análise sócio-histórica da concorrência entre qualificadores utilizados em referência a portadores do HIV. Inventário, Salvador, n. 23, p. 45-67, 2019. Disponível em: https://www.politicasculturaisemrevista.ufba.br/index.php/inventario/article/view/29270. Acesso em: 06 jan. 2020.
ROCHA, E. L. F.; LARANJEIRA, M. B. Análise lexicológica dos itens lexicais "manicômio" e "hospital psiquiátrico": um estudo comparado do léxico da língua portuguesa sob o ponto de vista sócio-histórico. LaborHistórico, Rio de Janeiro, v. 5, n. Especial 2, p. 261-289, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.24206/lh.v5iEspecial2.25138. Acesso em: 06 jan. 2020.
SANTOS, M. P.; BATISTA, G. M.; BOM CONSELHO, T. H. do. Surdo-mudo e deficiente auditivo: investigação lexical de um processo de mudança. Revista Sapiência: Sociedade, Saberes e Práticas Educacionais, Iporá , v. 7, p. 55-87, 2018. Disponível em: https://www.revista.ueg.br/index.php/sapiencia/article/view/7650. Acesso em: 06 jan. 2020.
SAUSSURE, F. de. Curso de linguística geral. São Paulo: Cultrix, 1988.
SCHIMITH, P. B.; MURTA, G. A. V.; QUEIROZ, S. S. de. A abordagem dos termos dependência química, toxicomania e drogadição no campo da psicologia brasileira. Psicologia USP, São Paulo, v. 30, p. 1-9, 2019. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/0103-6564e180085. Acesso em: 06 jan. 2020.
SILVA, A. S.; GOMES, J.; PALHANO, M. B.; ARANTES, A. C. Y. A maconha nas perspectivas contemporâneas: benefícios e malefícios. Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente, v. 9, n. 2, p. 786-795, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.31072/rcf.v9i2.670. Acesso em: 06 jan. 2020.
TLFi [Trésor de la Langue Française Informatisé]. ATILF-CNRS / Université de Lorraine. Disponível em: http://www.atilf.fr/tlfi. Acesso em: 20 dez. 2019.
TRIER, J. Der deutsche Wortschatz im Sinnbezirk des Verstandes: die Geschichte eines sprachlichen Feldes. Heidelberg: C. Winter, 1931.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
El autor del texto enviado a la Revista LaborHistorico cede los derechos autorales a la Revista, en caso de que el texto sea publicado. Sin embargo, los autores mantienen el derecho de compartir, copiar, distribuir, ejecutar y comunicar publicamente el trabajo bajo la condición de hacer referencia a la Revista LaborHistórico.
Todos los trabajos se encuentran bajo la Licencia Creative Commons Reconocimiento-NoComercial 4.0 Internacional.
Los autores son los únicos responsables del contenido de los trabajos. Está prohibido el envío integral o parcial del texto ya publicado en la Revista a otras revistas.