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Revista METAXY é uma publicação semestral do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas em Direitos Humanos do NEPP-DH/UFRJ.
  • De volta para o futuro ou o apogeu e queda do americanismo

    2024-11-07

    De volta para o futuro ou o apogeu e queda do americanismo

    Por Pedro Claudio Cunca Bocayuva 

    A muito tempo vivemos sob o avesso da hegemonia num estado global de guerras que convergem entremedas pelos ciclos modestos de ilhas e soluços de consumo via crédito/endividamento. Quem não consegue ver que a globalização gerou o crepúsculo do americanismo como revolução passiva? Quem não consegue ver que desde o golpe no Chile o neoliberalismo emergia na chave da contrarrevolução? A nossa aposta na via da contrarrevolução passiva, via welfare global, também se esgotou como tentativa de guerra de posição nos pós-gerra fria. O reformismo forte como via revolucionaria terá de reler a mundialização na chave crepuscular da barbárie trumpista, do workfare, do warfare da modernidade líquida.

    Na batalha dos afetos (Eduardo Granja Coutinho) os fenômenos mórbidos (Gramsci) exigem uma releitura mais fina. Uma reflexão da história em contrapelo (Walter Benjamin), a partir dos espectros de Marx como Jacques Derrida já advertiu. O saque e o bastão sustentam a multiplicação dos cenários de devastação, cerco e aniquilamento, ao lado de fugas de expulsões de milhões de deslocados, migrantes e refugiados.

    Os frutos da crueldade planetária de Gaza rebatem trazendo a mentalidade banalizadora da vida nua.Por toda a parte vemos o encarceramento em massa e as políticas de limpeza étnica, esta é a marca decisiva para o trumpismo, na guerra civil interna nos EUA. Não existe inside e outside no atravessamento das frontriras por força da sobredeterminacão da conjuntura através das guerras contra as populações, a fronteira é móvel para maquina de guerra e de certo e detenção para os condenados da terra.

    As maquinas mortíferas e milicianos se voltam para a capital do Império em crise. O endividamento, o aquecimento e a guerra fazem da exceção a regra, não é sem consequência hibridizar a "guerra contra as drogas", a "guerra contra o terror", a disputa do ar, do mar, do ciberespaço colocando os regimes de segurança e os estados policiais como a saída para governar e administrar o pânico nas muitas revoltas, golpes e guerras civis.

    A banalização da crueldade com a falta de velamento engoliram a razão cinica, desmontaram o pragmatismo e o fetichismo da mercadoria é substituido pela espetwculrização via web. Os modos de governar tiveram de ceder ao domínio da "coisa"(a velha reificação). A fantasmagoria afasta as ilusões perdidas no planeta que arde somos governados pelos mortos e pela morte (tanatos). O jogo de faz de conta não consegue barrar o negacionismo. O planeta arde e a espécie humana é dominada pela tragédia do "capitaloceno", certamente a "rota da seda" não nos salvará, não existe uma revolução passiva modernizadora que nos liberte pela via do sinocentrismo substituindo a centralidade do smericsnismo-fordismo.

    O horizonte de resposta para a necropolitica exige um olhar de mais clareza sobre um caminho cosmopolita possível desde uma nova centralidade das periferias, desde novos blocos políticos, desde uma visão da "saúde coletiva" que afaste o cálice tinto de sangue. "Stop Gaza" só não parecia óbvio para quem não entendeu a advertência de Benjamin e a velha questão de Adorno. Não temos retorno possível para uma nova guerra fria nem uma transição sem guerra para uma multipolaridade. O caos sistêmico não se bifurca e o abismo se abre. Certamente, o catastrofismo não desvenda a catástrofe nem abre para um caminho fácil. Como buscar uma via catártico por uma política que tema lidar com a lógica da guerra?

    O genocídio e o ecocídio são evidentes mas continuamos intoxicados pela fumaça que nos mata nesta "sindemia" que propicia os novos fascismos, fazendo das guerras e dos desastres ambientais as marcas do apogeu e da queda do americanismo, cujas consequências dizem do genocídio contra as populações. Ao lado do consumismo a outra face do espetáculo é a que assistimos na devastação, no adoecimento, na fome, na fúria, na desmedida do desastre biossocial. A catástrofe não é mais uma noção sem sentido, a epidemia, a financeirização e as guerras geraram uma nova conjuntura da mundislização, a arquitetura da destruição e o cenário de ruínas resulta do brutalismo, da cueldade banalizada, da necropolítica.

    A "obsolescência do homem" (Gunther Anders) não é uma advertência, a pulsão de crueldade regressa com a força bíblica do desejo como pulsão coletiva da morte, alimentando a cena apocalíptica, com base no ódio que nasce do desespero, do desamparo e do desencanto. No mundo das "bets" a aposta mais fácil é localizar o inimigo na vizinhança como o culpado pelos efeitos do poder abstrato da máquina de guerra e do capital fictício, com todo o manejo das mutações cibernantrópicas e de produção da vida nua. Por isso, somos cada vez mais matáveis e descartáveis diante do Outro como inimigo e concorrente, que aparece como limitador da minha liberdade (egoica) de empreender na direção do gozo fetichizado da era do Pix.

    Para colocar uma ética do possível, da sobrevivência, como um horizonte da práxis é necessário levar ao limite a interrogação sobre a conjuntura, sobre o jogo do mundo. A dialética critica negativa é a única forma de pensarmos caminhos emancipatorios que levem em conta os muitos desafios das lutas, com toda a complexidade de definir um horizonte de unidade na diversidade em tempos sombrios.

    Pedro Claudio Cunca Bocayuva é professor do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos

    Texto tamb´ém publicado em: https://www.circulodegiz.org/post/devoltaparaofuturo 

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  • De volta para o futuro ou o apogeu e queda do americanismo

    2024-11-07

    De volta para o futuro ou o apogeu e queda do americanismo

    Por Pedro Claudio Cunca Bocayuva 

    A muito tempo vivemos sob o avesso da hegemonia num estado global de guerras que convergem entremedas pelos ciclos modestos de ilhas e soluços de consumo via crédito/endividamento. Quem não consegue ver que a globalização gerou o crepúsculo do americanismo como revolução passiva? Quem não consegue ver que desde o golpe no Chile o neoliberalismo emergia na chave da contrarrevolução? A nossa aposta na via da contrarrevolução passiva, via welfare global, também se esgotou como tentativa de guerra de posição nos pós-gerra fria. O reformismo forte como via revolucionaria terá de reler a mundialização na chave crepuscular da barbárie trumpista, do workfare, do warfare da modernidade líquida.

    Na batalha dos afetos (Eduardo Granja Coutinho) os fenômenos mórbidos (Gramsci) exigem uma releitura mais fina. Uma reflexão da história em contrapelo (Walter Benjamin), a partir dos espectros de Marx como Jacques Derrida já advertiu. O saque e o bastão sustentam a multiplicação dos cenários de devastação, cerco e aniquilamento, ao lado de fugas de expulsões de milhões de deslocados, migrantes e refugiados.

    Os frutos da crueldade planetária de Gaza rebatem trazendo a mentalidade banalizadora da vida nua.Por toda a parte vemos o encarceramento em massa e as políticas de limpeza étnica, esta é a marca decisiva para o trumpismo, na guerra civil interna nos EUA. Não existe inside e outside no atravessamento das frontriras por força da sobredeterminacão da conjuntura através das guerras contra as populações, a fronteira é móvel para maquina de guerra e de certo e detenção para os condenados da terra.

    As maquinas mortíferas e milicianos se voltam para a capital do Império em crise. O endividamento, o aquecimento e a guerra fazem da exceção a regra, não é sem consequência hibridizar a "guerra contra as drogas", a "guerra contra o terror", a disputa do ar, do mar, do ciberespaço colocando os regimes de segurança e os estados policiais como a saída para governar e administrar o pânico nas muitas revoltas, golpes e guerras civis.

    A banalização da crueldade com a falta de velamento engoliram a razão cinica, desmontaram o pragmatismo e o fetichismo da mercadoria é substituido pela espetwculrização via web. Os modos de governar tiveram de ceder ao domínio da "coisa"(a velha reificação). A fantasmagoria afasta as ilusões perdidas no planeta que arde somos governados pelos mortos e pela morte (tanatos). O jogo de faz de conta não consegue barrar o negacionismo. O planeta arde e a espécie humana é dominada pela tragédia do "capitaloceno", certamente a "rota da seda" não nos salvará, não existe uma revolução passiva modernizadora que nos liberte pela via do sinocentrismo substituindo a centralidade do smericsnismo-fordismo.

    O horizonte de resposta para a necropolitica exige um olhar de mais clareza sobre um caminho cosmopolita possível desde uma nova centralidade das periferias, desde novos blocos políticos, desde uma visão da "saúde coletiva" que afaste o cálice tinto de sangue. "Stop Gaza" só não parecia óbvio para quem não entendeu a advertência de Benjamin e a velha questão de Adorno. Não temos retorno possível para uma nova guerra fria nem uma transição sem guerra para uma multipolaridade. O caos sistêmico não se bifurca e o abismo se abre. Certamente, o catastrofismo não desvenda a catástrofe nem abre para um caminho fácil. Como buscar uma via catártico por uma política que tema lidar com a lógica da guerra?

    O genocídio e o ecocídio são evidentes mas continuamos intoxicados pela fumaça que nos mata nesta "sindemia" que propicia os novos fascismos, fazendo das guerras e dos desastres ambientais as marcas do apogeu e da queda do americanismo, cujas consequências dizem do genocídio contra as populações. Ao lado do consumismo a outra face do espetáculo é a que assistimos na devastação, no adoecimento, na fome, na fúria, na desmedida do desastre biossocial. A catástrofe não é mais uma noção sem sentido, a epidemia, a financeirização e as guerras geraram uma nova conjuntura da mundislização, a arquitetura da destruição e o cenário de ruínas resulta do brutalismo, da cueldade banalizada, da necropolítica.

    A "obsolescência do homem" (Gunther Anders) não é uma advertência, a pulsão de crueldade regressa com a força bíblica do desejo como pulsão coletiva da morte, alimentando a cena apocalíptica, com base no ódio que nasce do desespero, do desamparo e do desencanto. No mundo das "bets" a aposta mais fácil é localizar o inimigo na vizinhança como o culpado pelos efeitos do poder abstrato da máquina de guerra e do capital fictício, com todo o manejo das mutações cibernantrópicas e de produção da vida nua. Por isso, somos cada vez mais matáveis e descartáveis diante do Outro como inimigo e concorrente, que aparece como limitador da minha liberdade (egoica) de empreender na direção do gozo fetichizado da era do Pix.

    Para colocar uma ética do possível, da sobrevivência, como um horizonte da práxis é necessário levar ao limite a interrogação sobre a conjuntura, sobre o jogo do mundo. A dialética critica negativa é a única forma de pensarmos caminhos emancipatorios que levem em conta os muitos desafios das lutas, com toda a complexidade de definir um horizonte de unidade na diversidade em tempos sombrios.

    Pedro Claudio Cunca Bocayuva é professor do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos

    Texto tamb´ém publicado em: https://www.circulodegiz.org/post/devoltaparaofuturo 

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  • A repetição da fórmula do genocídio social

    2023-10-08

    Pedro Cláudio Cunca Bocayuva (Professor do NEPP-DH/UFRJ)

    A guerra permanente contra as periferias e o aumento do racismo acompanham o estilo belicista-machista que resulta em mais violência sem limite sobre as populações de favelas e periferias. Como ter mais segurança sem nenhuma mudança nas políticas voltadas para a juventude nas favelas e periferias? Como ter mais segurança gerando a repetição de operações policiais militares do tipo bélico colonial no período escolar e na proximidade de equipamentos e serviços públicos de assistência social e de atenção básica? Sem definir uma política e regras para lidar com os corpos nos territórios será impossível gerar contratendências que mudem os cenários de catástrofe e crueldade. Sem legitimidade não existe legalidade, a letalidade não pode ser um objetivo de política de segurança.

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  • Encerramos o recebimento de artigos para esta chamada do n. 5 de Metaxy

    2023-08-22

    Informamos que Metaxy tem fluxo contínuo, autores interessados em nos enviar artigos inéditos deverão observar todas as normas para submissão. 

    Normas para submissão:

    Artigos

     A Revista abre para artigos de autores com titulação mínima de doutorado ou mestrado completos podendo publicar em co-autorias. 

    Não serão aceitos anexos e glossários. Caso haja imagens, indicar no corpo do texto o local de inserção e enviá-las em arquivo separado. As imagens devem ser apresentadas em alta resolução (300 DPIs -- em extensão TIF), em cores (se for o caso) e com largura mínima de 15 cm (altura proporcional).

    No arquivo digital, deverão constar os itens a seguir, respeitando-se a seguinte ordem:

    • Título em português, espanhol e inglês, fonte Times New Roman, corpo 14, em negrito, centralizado;
    • Nome do autor/autores, identificação, filiação institucional, titulação (máximo de três linhas) e e-mail, fonte Times New Roman, corpo 11, em negrito, alinhado à direita;
    • Resumo em português e em inglês, com no máximo 900 caracteres com espaço.
    • Palavras-chave em português, espanhol e em inglês (no mínimo três e no máximo cinco palavras, separadas por ponto e vírgula); as versões em espanhol e em inglês deverão ser equivalentes ao texto em português; fonte Times New Roman, corpo 12, em itálico, alinhadas à esquerda;
    • Texto: textos em português ou espanhol com dimensão variável entre 15 e 20 páginas (35 a 50 mil caracteres com espaço, incluindo bibliografia), contendo análise, reflexão e conclusão sobre temas acadêmicos. Fonte Times New Roman, corpo 12, normal, justificado;
    • Subtítulos curtos, fonte Times New Roman, corpo 12, em negrito, alinhados à esquerda;
    • Notas de rodapé, apenas as indispensáveis, observando a extensão máxima de três linhas.

     

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  • 15 de agosto/2023 - Prazo Prorrogado - METAXY NOVA CHAMADA - Número 5: Medo e a Crueldade como Dispositivos (Necro)Políticos da Contemporaneidade

    2023-06-20

    Prazo Prorrogado - METAXY NOVA CHAMADA - Número 5: Medo e a Crueldade como Dispositivos (Necro)Políticos da Contemporaneidade

    Na longa duração da modernidade o medo tem sido uma força motriz da ordem. O contexto nacional e internacional alimentam a tendência para a uma transição de época, que inverte e perverte as relações com o outro. Processos relacionados de abandono de garantias legais produzem uma espécie de “vida nua”, afetada pela intensidade da crueldade, impulsionada pelo gozo punitivo, administrada pelo medo que desencadeia práticas de violência material e simbólica sem máscaras. Em outros campos, conceitos sobre “a nação”, “a família”, “a liberdade” e até “a democracia” são mobilizados e manipulados para silenciar denuncias contra processos violentos em curso em múltiplos planos políticos, econômicos e sociais. Neste cenário, é preciso pensar na “forma Estado” a partir dos monopólios da violência material e simbólica que resultam da percepção do aprofundamento de uma crise orgânica, que bloqueia mudanças voltadas para o bem-estar coletivo.

    Como agir quando medo e o trauma definem a cena contemporânea? Como entender a afirmação de que vivemos sob a síndrome do pânico? Como lutar para respeito à diferença e garantir diversidade num contexto que a diferença tem virado um objeto de ódio e guerra?  

    Para este número abrimos esta chamada para artigos, ensaios, entrevistas, resenhas e trabalhos iconográficos e fotográficos que exploram essas perguntas e a temática Medo e a Crueldade como Dispositivos (Necro)Políticos da Contemporaneidade.



    Prazo Prorrogado para o dia 15 de agosto de 2023.

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  • Dos alicerces do racismo: uma breve reflexão sobre o caso Vini Jr.

    2023-05-24

    Por Pedro Barreto Pereira*

    No último domingo, 21/5, o jogador brasileiro Vinícius Júnior foi vítima de mais uma agressão racista nos gramados espanhóis. As imagens, tão grotescas quanto abjetas, correram o mundo e hoje são amplamente conhecidas. Mas um trecho é especialmente chocante. Um adversário — branco e louro —  domina Vini pelas costas, em um golpe conhecido como “mata-leão”. Ao tentar desvencilhar-se, o craque acerta o rosto do algoz que, teatralmente, rola na grama, como se atingido por um míssil. Após checar as imagens selecionadas pelo VAR (sigla para Video Assistant Referee), que deixam de fora o ataque do agressor louro e mostram apenas o revide do futebolista negro, o árbitro decide pela expulsão do brasileiro.

    Nas redes, hashtags sobre o caso ganharam os trend topics. Mas nada muito diferente  que os já incontáveis casos semelhantes ocorridos anteriormente. O que leva à reflexão sobre como deixar fazer a já desgastada pergunta: “até quando?”. Para tentar responder, recorro a alguma literatura sobre o racismo e os direitos humanos à luz da perspectiva crítica. Frantz Fanon nos ensina que o racismo é herdeiro da colonização. A partir dela, europeus, com o objetivo de saquear riquezas, escravizaram e assassinaram populações inteiras nas Américas, África e Ásia, sem jamais terem respondido por tais crimes.

    No Brasil, os povos originários foram exterminados sob o pretexto da “guerra justa”: o fato de indígenas não falarem a mesma língua, nem professarem a mesma fé que os ibéricos justificaria a sua escravização, tortura e morte. O mesmo se passou com as cerca de 5 milhões de pessoas traficadas da África para cá em condição de escravização durante mais de três séculos.  E assim, indígenas e negros tinham a própria humanidade arrancada. Se sequer detinham o status de “humano” reconhecido, não poderiam reivindicar direitos.

    O processo de desumanização atravessou séculos. Não obstante o ordenamento jurídico, a legitimação discursiva do racismo se manteve. Gilberto Freyre, conhecido como um dos maiores intelectuais deste país, escreve Casa-grande & senzala, em 1933, defendendo que a miscigenação seria benéfica para o caráter brasileiro. Foi preciso que Abdias Nascimento, em 1977, contestasse Freyre, atestando o que denominou de “mito da democracia racial”: por trás da máscara de um país harmoniosamente mestiçado estavam, isso sim, a violência, o estupro, o açoite.

    Na Europa e no Brasil, como visto, o racismo tem raízes profundas. E elas estão presentes mesmo onde não são visíveis. A perspectiva crítica dos Direitos Humanos questiona o caráter “universal” da Declaração da ONU de 1948, pois ela seria oriunda do pensamento liberal eurocêntrico. Lembremos ainda que o documento foi firmado após o holocausto nazista, que vitimou 11 milhões de pessoas, embora a narrativa dominante fale nos “apenas” 6 milhões de judeus mortos nas câmaras de gás e não nos negros, ciganos, homossexuais, comunistas, entre outras vítimas lidas como “não-arianas”. Voltando um pouco mais, em 1945, o Tribunal de Nuremberg julgou e condenou oficiais alemães, mas não os estadunidenses e dos demais países que compunham o bloco dos “aliados”, que cometeram os mesmos crimes de guerra e contra a humanidade. Do mesmo modo que espanhóis, portugueses, ingleses, franceses, italianos, belgas, holandeses etc., até hoje não são lembrados pela narrativa hegemônica pelos horrores perpetrados fora de seus continentes.

    O teórico da Filosofia do direito e político grego Costas Douzinas defende que não são os homens que fazem o direito, mas sim que o direito constitui o homem. Para ele, é a partir do entendimento de que um indivíduo possui direitos que ele pode ter o seu status de “humano” reconhecido. Douzinas e outros autores filiados à teoria crítica questionam a ideia de “ponto de chegada”: estaria mesmo encerrado o debate sobre um direito fundamental no momento em que ele é positivado? Outro aspecto de ressalva seria o jusnaturalismo: seríamos todos igualmente portadores de direitos a partir do dia em que nascemos? Como já mencionado, outra característica problemática da perspectiva tradicional seria o universalismo: como poderia ser universal o entendimento de direitos em um mundo tão culturalmente diverso?

    Derrubando os alicerces

    Diante de tantas controvérsias, o teórico espanhol Joaquim Herrera Flores afirma que é preciso uma “filosofia impura” dos Direitos Humanos, relacionando o entendimento ideal desses direitos com a realidade social dos indivíduos que têm a sua dignidade violada. Segundo Flores, Douzinas e outros/as autores/as, não será o ordenamento jurídico puro e simples que garantirá a efetividade dos direitos. Apenas a luta social, permanente e cotidiana.

    Desse modo, podemos concluir que não bastarão hashtags, notas de repúdio, placas de publicidade à beira do gramado, cinicamente clamando “não ao racismo”. São os mesmos autores desses dizeres que, se não incentivam a violência e a opressão racistas, são coniventes, fingindo não ver quando um jogador negro é ofendido, agredido e humilhado. Evidente que o racismo não está apenas no futebol, nem somente na Europa. Em seu DNA estão os genes do colonialismo e do capitalismo. Por isso, se manifesta e se reproduz em todo o mundo, ainda que disfarçado, ou hipocritamente tolerado.

    Este texto propôs um olhar a partir da imbricação das diferentes formas de opressão do homem pelo homem que estruturam o mundo em que vivemos. Isso em pleno 2023. Não basta, portanto, retocar a parede e esconder o que está por trás da tinta branca. É preciso derrubar a casa e reconstruí-la sobre novos alicerces. E nessa luta, é preciso reunir não apenas as pessoas que sofrem cotidianamente com violações de seus direitos e liberdades. Mas sim, todas aquelas que acreditam na importância de um mundo menos desigual para si, seus filhos e as futuras gerações.

     

    *É jornalista, doutor em Comunicação pelo PPGCOM/UFRJ, professor substituto do Nepp-DH/UFRJ, professor colaborador do PPGMC/UFF e autor do livro “Notícias da pacificação: outro olhar possível sobre uma realidade em conflito” (Editora UFRJ, 2020).

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  • ERRATA

    2022-08-16

    Quanto ao texto intitulado “O Fluxo Migratório no Estado de Mato Grosso do Sul: recepção dos refugiados e de imigrantes internacionais” publicado pela Revista Metaxy, falta referência bibliográfica nas páginas 40 e 41. 

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  • Fernanda Canavêz lança o livro "Ensaios (marginais) sobre a confiança"

    2022-08-10

    Acesso pelo link: https://www.editorafi.org/ebook/548marginais 

    A proposta de trocar ideias/afetos sobre a confiança tinha surgido da constatação de que nós, trabalhadoras e trabalhadores da Universidade e do campo psi, temos a prática de coletivizar diagnósticos sobre o mal-estar que nos assola, muito embora sejamos marcadamente individualistas ao procurar destinos menos mortíferos em resposta às nossas análises de conjuntura. Em foro íntimo, trocamos figurinhas sobre nossas dificuldades para amar, frustrações e a sensação de desamparo diante de certa nostalgia das instituições: do casamento ao Estado de bem-estar social que ainda parecem povoar, com força, nosso imaginário. O individualismo que nos especializamos em criticar parecer ser exatamente a tônica de que lançamos mão para nos desembaraçar dos dilemas colocados pelo neoliberalismo. E assim permanecemos na circularidade da mistura explosiva entre propriedade privada, familialismo, amor romântico, produtivismo, combinação a repousar em banho-maria no caldo da desconfiança. É com pesar que nos sentimos mais próximos do sujeito empreendedor de si, desconfiado e arredio, do que nossos livros e artigos podem fazer acreditar. Haja ato de fé, "na fé firmão".

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  • O medo envolve, oculta, controla e mata...

    2022-07-13
    O medo envolve, oculta, controla e mata como uma força de autodestruição do laço social fabricando a desconfiança, o ódio e animizade.METAXY (PPDH/NEPP-DH/UFRJ) lança nova chamada para o Número 5 da revista - "Medo e a Crueldade como Dispositivos (Necro)Políticos da Contemporaneidade"Na longa duração da modernidade o medo tem sido uma força motriz da ordem. O contexto nacional e internacional alimentam a tendência para a uma transição de época, que inverte e perverte as relações com o outro. Processos relacionados de abandono de garantias legais produzem uma espécie de “vida nua”, afetada pela intensidade da crueldade, impulsionada pelo gozo punitivo, administrada pelo medo que desencadeia práticas de violência material e simbólica sem máscaras. Em outros campos, conceitos sobre “a nação”, “a família”, “a liberdade” e até “a democracia” são mobilizados e manipulados para silenciar denuncias contra processos violentos em curso em múltiplos planos políticos, econômicos e sociais. Neste cenário, é preciso pensar na “forma Estado” a partir dos monopólios da violência material e simbólica que resultam da percepção do aprofundamento de uma crise orgânica, que bloqueia mudanças voltadas para o bem-estar coletivo.Como agir quando medo e o trauma definem a cena contemporânea? Como entender a afirmação de que vivemos sob a síndrome do pânico? Como lutar para respeito à diferença e garantir diversidade num contexto que a diferença tem virado um objeto de ódio e guerra?Para este número abrimos esta chamada para artigos, ensaios, entrevistas, resenhas e trabalhos iconográficos e fotográficos que exploram essas perguntas e a temática Medo e a Crueldade como Dispositivos (Necro)Políticos da Contemporaneidade.Prazo para envio de trabalhos completos: 30 setembro 2022 (veja diretrizes para autoria no site). Leggi di più al riguardo di O medo envolve, oculta, controla e mata...
  • A Universidade Federal do Pará em Belém: o espaço deste encontro panamazônico

    2022-06-09

    A Universidade Federal do Pará (UFPA) abriu as portas da instituição para sediar o 10º Fórum Social Panamazônico (Fospa), que reunirá movimentos em defesa da vida, como comunidades indígenas, ribeirinhas, quilombolas, grupos feministas, direitos humanos , os direitos da natureza e todos aqueles que se juntam a nós no caminho para um futuro livre de destruição.

    Em reunião nas dependências da Universidade, o reitor Emmanuel Tourinho e o membro da Comissão Organizadora da FOSPA, Luiz Arnaldo Campos, discutiram o processo de organização dentro do espaço universitário, para permitir a disponibilização no uso de auditórios, salas de aula e espaços livres.

    A Universidade Federal do Pará (UFPA) caminha junto à construção do X Fórum Social Pan-Amazônico (Fospa), pois a instituição será palco do encontro que reúne os povos da floresta. E para receber os movimentos, a Comissão da UFPA e a Comissão de Território e Infraestrutura do X FOSPA estão organizando a logística do espaço e a estrutura física para distribuição das Casas do Saber, atividades e circulação no campus.

    As reuniões de alinhamento são realizadas semanalmente e apresentam avanços na proporção do desenho de um mapa com o circuito do Fórum, que acomoda os povos que o compõem, seja na estrutura do ambiente, no aparato tecnológico, como a transmissão pela televisão , a garantia da rede de internet, a aparelhagem de som ou a organização das salas para as comissões, a coordenação e a equipa envolvida no evento.

    O X FOSPA é um processo-evento que passa por várias mãos, entre elas, aquelas que abrem as portas e recebem os protagonistas do encontro. “É com muita alegria que a Universidade Federal do Pará sediará o X Fórum Social Pan-Amazônico. Temos orgulho de ser território de um evento que fará eco das diversas vozes dos povos da Amazônia e da ciência que aqui se produz”, destacou o reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho.

    Fonte: http://www.forosocialpanamazonico.com/la-universidad-federal-de-para-en-belem-el-espacio-de-este-encuentro-panamazonico/

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  • METAXY lança nova chamada para o Número 5 da revista - "Medo e a Crueldade como Dispositivos (Necro)Políticos da Contemporaneidade"

    2022-06-06

    Na longa duração da modernidade o medo tem sido uma força motriz da ordem. O contexto nacional e internacional alimentam a tendência para a uma transição de época, que inverte e perverte as relações com o outro. Processos relacionados de abandono de garantias legais produzem uma espécie de “vida nua”, afetada pela intensidade da crueldade, impulsionada pelo gozo punitivo, administrada pelo medo que desencadeia práticas de violência material e simbólica sem máscaras. Em outros campos, conceitos sobre “a nação”, “a família”, “a liberdade” e até “a democracia” são mobilizados e manipulados para silenciar denuncias contra processos violentos em curso em múltiplos planos políticos, econômicos e sociais. Neste cenário, é preciso pensar na “forma Estado” a partir dos monopólios da violência material e simbólica que resultam da percepção do aprofundamento de uma crise orgânica, que bloqueia mudanças voltadas para o bem-estar coletivo.

    Como agir quando medo e o trauma definem a cena contemporânea? Como entender a afirmação de que vivemos sob a síndrome do pânico? Como lutar para respeito à diferença e garantir diversidade num contexto que a diferença tem virado um objeto de ódio e guerra?
    Para este número abrimos esta chamada para artigos, ensaios, entrevistas, resenhas e trabalhos iconográficos e fotográficos que exploram essas perguntas e a temática Medo e a Crueldade como Dispositivos (Necro)Políticos da Contemporaneidade.
    Prazo para envio de trabalhos completos: 30 setembro 2022 (veja diretrizes para autoria no site)
    Previsão de publicação: maio 2023

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  • A Revista Metaxy agradece sua submissão para o número "Corpos e Territórios de Luto e Luta: Memória, Direitos e Vida em Tempos Pandêmicos"

    2021-11-29

     O corpo editorial da revista avaliou todos os resumos, e estamos extremamente contentes em te convidar para submeter um artigo completo.

    Todos os artigos serão submetidos a um processo de avaliação, portanto submissão não é garantia de publicação. Isso dito, somente estamos estendendo o convite porque achamos o tema de seu trabalho ser de extrema relevância aos objetivos do Número e acreditamos que o resumo indica que o artigo será bem avaliado e um forte candidato para publicação.

    Conforme a chamada, o prazo para submissão para artigos completos é o 30 de março de 2022. Nos ajudaria no processo da edição da revista se for possível submeter antes, de preferência até o dia 14/03/2022.

    A submissão do artigo completo deve ser feita pelo site da Revista Metaxy (preencha o formulário para se cadastrar no sistema).

    Diretrizes para Autores e normas para submissão: https://revistas.ufrj.br/index.php/metaxy/about/submissions#authorGuidelines Parte inferior do formulário

     No início de fevereiro, entraremos em contato novamente com mais informações da submissão, e até lá, ficamos à disposição para eventuais dúvidas.

     Agradecemos novamente o interesse neste número da Metaxy. Aguardamos o seu manuscrito completo.

     Abraços,

    Pedro Cunca Bocayuva , Laura Murray e Murilo Mota

    Equipe Editoral Metaxy

    Leggi di più al riguardo di A Revista Metaxy agradece sua submissão para o número "Corpos e Territórios de Luto e Luta: Memória, Direitos e Vida em Tempos Pandêmicos"
  • PRORROGADO OS PRAZOS - CHAMADA ABERTA Revista Metaxy: Corpos e Territórios de Luto e Luta: Memória, Direitos e Vida em Tempos Pandêmicos

    2021-08-10

    Segue em curso no Brasil um processo combinado de necropolítica, negacionismo e neoliberalismo que tem um efeito preciso em alguns episódios recentes de forma mais concentrada: a tragédia sanitária em Manaus, o Massacre do Jacarezinho no Rio de Janeiro e o incêndio da Cinemateca em São Paulo. Não há monumentos ou atos estatais de luto coletivo pelas milhares de vidas e histórias perdidas nesse projeto nefasto em curso, mas do descaso e destruição protagonizado pelo governo federal brotaram lutas e manifestações populares que tem derrubado monumentos, renomeado avenidas e resignificado territórios.

    Frente a essa disputa sobre o passado, presente e futuro, documentar e valorizar a memória tem se tornado cada vez mais uma estratégia vital de resistência. Partindo da ideia da memória como uma relação, e o passado como algo que tanto pode ser recordado quanto recriado (Gondar 2015), neste número da revista Metaxy assumimos o desafio de publicar artigos, ensaios, entrevistas, resenhas e trabalhos iconográficos sobre as marcas corporais e territoriais de luto e de luta travadas nos anos 2020 e 2021, também buscando contribuições sobre outras épocas históricas de crises e catástrofes.

    Para maiores informações e lista de temas específicos de nosso interesse, clique em "Mais...".

    Confira os novos prazos abaixo:
    - Envio de resumos de 250 palavras: 19 de novembro 2021.
    - Convites para envios de trabalhos completos (por e-mail): 17 de dezembro 2021.
    Prazo para envio de trabalhos completos: 31 março 2022.
    - Previsão de publicação: outubro 2022.

    * Resumos devem ser enviados para o e-mail: revista.metaxy@nepp-dh.ufrj.br com “Submissão Chamada Aberta” no título.

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  • NOTA PÚBLICA DE DISCENTES DO PPDH/NEPP-UFRJ E DEMAIS SIGNATÁRIOS EM RESPOSTA À CHACINA DO JACAREZINHO

    2021-05-07

    Nós, discentes do Núcleo de Políticas Públicas e Direitos Humanos da Universidade Federal do Rio de Janeiro, junto aos demais signatários (entre servidores, professores, técnicos, colaboradores e estudantes de demais cursos da UFRJ), que subscrevem a esta nota, repudiamos veementemente a violência letal perpetrada em territórios de favelas e periferias e cobramos a apuração célere, meticulosa e independente de todas as 25 mortes e demais violações ocorridas no contexto da operação conduzida pela polícia civil, no dia 6 de maio de 2021, na favela do Jacarezinho, Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. 

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  • Revista METAXY faz chamada para ensaios sobre o tema “Barbárie e genocídio social em tempos de pandemia”

    2021-03-09

    Com o objetivo de promover reflexões sobre os direitos humanos diante do quadro de colapso social em meio a pandemia e os desafios contemporâneos, que afetam a humanidade, a Revista METAXY convida todos e todas para participarem nos enviando ensaios livres sobre o tema “Barbárie e genocídio social em tempos de pandemia”.

    Os Editores de METAXY assumem o desafio de convocar a comunidade acadêmica, lideranças dos movimentos sociais e profissionais para mais este exercício de reflexão. Trata-se de afirmar, neste canal público de debate, a denúncia da figura jurídica extrema dos crimes contra humanidade, que coloque em pauta as questões inquietantes da banalização da crueldade, da cultura do medo e das análises que levam em conta a explicitação do alcance da violência extrema presentes em noções como barbárie, genocídio e necropolítica.

    No contexto da pandemia e diante do quadro das ações violentas em curso com as ameaças e violações crescentes contra as populações, com as marcas históricas de seus efeitos desigualmente distribuídos, os autores e autoras deverão discorrer livremente sobre o tema “Barbárie e genocídio social em tempos de pandemia” seguindo as diretrizes e especificações abaixo:

    Normas para esta submissão: a Revista somente publicará ensaios inéditos sobre o tema em questão; não serão aceitos anexos e glossários, gráficos ou imagens; título em português, fonte Times New Roman, corpo 12, espaço 1,5 entre as linhas; com mínimo 10 e no máximo 15 páginas; nome do autor(a) com identificação de filiação institucional, titulação (máximo de três linhas) e e-mail, alinhado à direita e abaixo do título. Notas de rodapé, apenas as indispensáveis, observando a extensão máxima de três linhas. Referências bibliográficas devem seguir as normas da ABNT. A revisão gramatical é de responsabilidade do autor(a). Todos os ensaios passarão pelo crivo de avaliação dos Editores, que se reservam o direito de não publicar caso julguem fugir da linha editorial correspondente a esta chama pública. Todos os ensiaos enviados para esta chamada pública serão publicados na seção NOTÍCIAS de METAXY.

    Os ensaios deverão ser enviados entre 15/03/21 a 30/04/21, para o email: revista.metaxy@nepp-dh.ufrj.br

    Atenciosamente,

    Os Editores.

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  • TEORIA DA SOLIDARIEDADE E POLÍTICA INTERNACIONAL

    2020-07-17

    Por Marcelo Coutinho, Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

    Em artigo anterior, “Distanciamento social e solidariedade provisória” (2020), procurei examinar os movimentos de fúria pós-pandemia e a queda da empatia no mundo, em particular no Brasil, como um processo estrutural já em andamento, pelos menos há duas décadas de uma maneira mais acelerada, e cujas transformações nas sociedades contemporâneas se fazem sentir de forma crescente na democracia e nos direitos humanos. Agora, seguindo a sugestão de colegas[1], tentarei fazer uma aplicação do conceito de solidariedade provisória também para a política internacional. Considero que um novo olhar teórico sobre as relações entres os países, suas organizações e indivíduos, tendo a solidariedade como elemento principal, torna-se quase uma exigência em função da dificuldade de antigas correntes de análise em compreender os eventos de desglobalização numa era pós-moderna. Poderemos perceber, assim, o papel que a dimensão solidária desempenha nas relações internacionais, como ela está presente em algumas teorias já existentes, mesmo que de uma maneira não explícita, e que seu desenvolvimento pode servir para compreender melhor o mundo moderno e contemporâneo.


    [1] Em especial, os meus agradecimentos pelo incentivo do colega professor Alexander Zhebit do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos (NEPP-DH) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

     

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  • DISTANCIAMENTO SOCIAL E SOLIDARIEDADE PROVISÓRIA

    2020-06-17

    Por Marcelo Coutinho - Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

     No artigo “Pandemia e Desglobalização” (2020), menciono logo no final o surgimento bastante provável de movimentos de fúria e toques de recolher paralelo à crise sanitária e econômica que assolou o planeta. O texto foi escrito um mês antes das revoltas nos Estados Unidos começarem, decorrentes da morte asfixiante de George Floyd por um policial de Minneapolis, a maior cidade do estado americano de Minnesota. Em função do que aconteceu - boa parte das cidades americanas tiveram toques de recolher -, agora tenho a oportunidade de aprofundar o entendimento das relações existentes entre o isolamento social e os movimentos de fúria, ou de amor, se preferirem, tendo em vista, que a “primavera americana”, iniciada politicamente no dia 30 de maio, é estimulada por sentimentos de indignação e raiva, baseadas numa forte identificação sócio-afetiva da população com a vítima que simboliza inúmeros outros casos semelhantes dentro e fora dos EUA, a começar pelo Brasil. Este foi um assassinato que comoveu o mundo e precipitou uma onda de protestos de rua, em sua grande maioria pacífica.

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  • POLÍTICAS, POLÍCIAS E MEDIDAS DE SAÚDE PÚBLICA DE ENFRENTAMENTO AO COVID-19 EM CONTEXTOS DE PROSTITUIÇÃO HIPERPRECARIZADA

    2020-05-21

    Por Céu Silva Cavalcanti - Psicóloga, mestra em psicologia e discente do curso de doutorado em psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (bolsista CAPES).

    Pandemia, palavra nova que rapidamente foi assimilada em nossos vocabulários cotidianos. Junto a ela, um conjunto de rearranjos nas cenas e nas políticas nos pegou de surpresa e, ainda tentando entender os limites do risco, fomos inventando respostas quase intuitivas a uma ameaça nova para toda uma geração. Franco Bifo Berardi (2020) produz um diário em crônica sobre os dias de quarentena e aponta que nos últimos trinta anos é a primeira vez que as populações são convocadas a parar. Ao mesmo tempo em que começam a emergir dia a dia inevitáveis análises de conjuntura, as diferentes perspectivas apontam para os diferentes lugares sociais para os quais se olha bem como para as diferentes marcações de linhas de força que atravessam cada análise. Nesse complexo jogo discursivo, velhas antagonias como otimismos ou pessimismos parecem dar lugar a uma perspectiva caleidoscópica da realidade imediata, capturada em sua multiplicidade.

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  • A PANDEMIA E OS DILEMAS DE SEGURANÇA

    2020-05-21

    Por Luma Mariath - graduanda em Relações Internacionais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

     

                A atual conjuntura continua a provocar reflexões a respeito de mudanças no cenário pós pandemia. Em meio às inseguranças econômicas e sociais, a certeza que temos é a de que o mundo não será o mesmo, assim como as políticas de securitização. O momento traz à luz dificuldades encontradas pelos Estados em combater ameaças a níveis nacional e internacional, além de promover uma forma diferente de pensar a interseção entre saúde e segurança.

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  • SE O SUS ESTÁ MAL, QUEM ESTÁ BEM?

    2020-05-21

    Por Matheus Oliveira de Paula - Estudante de Graduação de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e estagiário no Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE);  Cinthia de Mello Vitório - Assistente Social do Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE), Mestre em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Especialista em avaliação em saúde pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP).

    Para delimitar algumas reflexões sobre o contexto atual da pandemia do coronavírus, vale-se de resgatar um pouco da história da construção e desconstrução do sistema de saúde brasileiro, tecendo uma pergunta “Se o SUS está mal, quem está bem?”.

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  • COVID-19 E A INCONSTITUCIONALIDADE DAS PRISÕES BRASILEIRAS

    2020-05-21

    Por Karolina Yanina S. de Carvalho - Graduando do Curso de Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), assistente de pesquisa (CNPQ) e integrante do Grupo de Pesquisa Sociedade e Conhecimento (GPSOC), NEPP-DH.

     I-A crise e o desgoverno

     Há anos, especialistas em saúde escrevem livros e artigos alertando a possibilidade de uma crise global envolvendo um novo vírus. No começo deste ano, relatórios de inteligência informaram governos sobre o  risco de uma pandemia internacional envolvendo o novo coronavírus, SARS-CoV-2.  Nos Estados Unidos, o Conselho de Segurança Nacional recebeu em 3 de janeiro documentos sobre a disseminação do COVID-19 no país. A despeito das orientações para isolamento social e lockdown em algumas cidades, Donald Trump priorizou as relações com o Irã, dada a repercussão do assassinato do General Qassem Suleimani, os acordos com a China e o processo de impeachment no Senado.

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  • OCUPA TIJUCA: O NASCIMENTO DE UM MOVIMENTO SOCIAL

    2020-05-21

    Por Diego Medeiros - professor formado em História (UNIRIO) e Mestre em Políticas Públicas e Formação Humana (PPFH-UERJ).; Luciana Tosta - professora, Licenciada e Mestre em Artes Cênicas (UNIRIO) e Doutoranda em Educação (UFRJ); Monica Bahia Schlee - arquiteta, paisagista e urbanista (UFF), Mestre em Estruturas Ambientais Urbanas (USP), Mestre em Arquitetura da Paisagem (PSU/USA) e Doutora em Arquitetura (UFRJ).       

    “Sonho de uma humanidade que torne o mundo humano, sonho que o próprio mundo sufoca com obstinação na humanidade”.

    Theodor Adorno

    “Esse é um pensar que percebe a realidade como processo, que a capta em constante devenir e não como algo estático. Não se dicotomiza a si mesmo na ação. ‘Banha-se’ permanentemente de temporalidade cujos riscos não teme”. Paulo Freire

    Este artigo tem como objetivo apresentar um panorama das ações do movimento social Ocupa Tijuca com foco em uma de suas ações, em andamento, que consiste na mobilização e no desenvolvimento de instrumentos de conscientização e engajamento social frente à crise sanitária decorrente da pandemia COVID-19. Esta ação engloba a arrecadação e distribuição de cestas básicas, material de limpeza e, sobretudo, a organização, a comunicação e a informação da população de quatro favelas na Tijuca, sobre os cuidados e as medidas necessários para enfrentar a pandemia causada pelo coronavírus. Leggi di più al riguardo di OCUPA TIJUCA: O NASCIMENTO DE UM MOVIMENTO SOCIAL
  • A MÁSCARA E O CORPO NEGRO: PISTAS PARA PROTEÇÃO DO CONTÁGIO EM UM REGIME NECROPOLÍTICO?

    2020-05-21

    Por Me. Lucas Gabriel de Matos Santos - Doutorando em Psicologia pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGP-UFRJ); Drª.Rosa Maria Leite Ribeiro Pedro - Professora Titular do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IP-PPGP).

     09 de abril de 2020. Eu e Juliana nos dirigimos a um bairro a um pouco mais de 30 km de onde moramos para comprar cestas básicas e trazer para a comunidade religiosa que fazemos parte. A comunidade distribui cestas básicas para famílias que empobrecerão diante da crise econômica o qual fomos dragados, consequência da pandemia de Covid-19 e de outras desigualdades acumuladas a séculos. Naquela manhã, Juliana me buscou em casa com sua  Ford Ranger XL - um carro com porte de caminhonete. Grande, que chama a atenção - me levou até o centro da cidade onde eu ia pegar as máscaras de pano que tinha encomendado com uma costureira, mãe de uma amiga minha. As máscaras servem como bloqueio físico para proliferação e contágio do vírus. Tais máscaras eram personalizadas com tecidos inspirados com símbolos e cores de tradição de países africanos. Seguimos viagem pela Avenida Brasil - via expressa que liga o centro da cidade do Rio de Janeiro com as regiões norte, oeste e com outros municípios da baixada fluminense.

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  • PRODUÇÕES EM TEMPO DE ISOLAMENTO: UMA EXPERIÊNCIA DA EXTENSÃO DURANTE A QUARENTENA

    2020-05-20

    Por Rejane Maria de Almeida Amorim - Coordenadora de Integração Acadêmica de Graduação – CFCH/UFRJ; Professora da Faculdade de Educação – Departamento de Didática - UFRJ

     

    O tempo do confinamento é atravessado pelo antes e pelo depois, é um momento que  fica entre ambos e, na maior parte das vezes, é um tempo estendido que demora a passar.   Como elemento constitutivo da experiência humana, como algo que nos passa, que nos acontece,  que nos toca (LAROSSA, 2002, p.21), é vivido das mais singulares formas.

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  • A “NORMALIDADE” DA COVID-19 E A VIDA COTIDIANA

    2020-05-20

    Por Valéria Cristina Gomes de Castro - Tecnologista em Saúde Pública (FIOCRUZ); Mestre em Saúde Pública ENSP-FIOCRUZ; Doutoranda em Serviço Social pela UFRJ.

     “O planeta rodará sobre seu eixo
    Em busca do mesmo sol que perdemos
    Abraçando suas mesmas faces ardentes
    Festejando a volta da claridade”

    (Iasi, 2017, p. 25)

    Este artigo busca trazer algumas considerações sobre a pandemia da COVID-19 provocada pela disseminação do novo coronavírus e a situação em relação à vida cotidiana das famílias diante desse grave problema sanitário. A nova realidade social imposta pelo surgimento da doença viral tem provocado grande surpresa e apreensão diante dos acontecimentos e mudado a vida de todos tornando impossível ignorá-la, a mídia invade nossos sentidos com informações a todo instante que nos dão a dimensão da magnitude do problema e do que ainda pode estar por vir.  Inicialmente se esperançava a possibilidade de que estivesse havendo um exagero por parte da imprensa ou manipulação de alguns setores políticos no país, no entanto, o avanço da doença em outros países (como a Itália e posteriormente os EUA) reafirmou a gravidade da situação, inédita para todas as gerações ainda vivas no país, apesar dos mais velhos ainda guardarem as histórias contadas por seus avós quanto a outras epidemias no Brasil, principalmente da gripe espanhola no início do século XX.

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  • EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE COVID-19/CORONAVIRUS: REFLEXÕES A PARTIR DA PESQUISA SOBRE O USO DA TECNOLOGIA NOS SISTEMAS PÚBLICOS BRASILEIROS

    2020-05-20

    Por Camila Iwasaki, Clara Azevedo, Erica Peçanha e Erick Roza [1]

    As recomendações e medidas necessárias de isolamento social, tomadas para tentar frear o espalhamento do Covid-19/Coronavirus, e a consequente suspensão das aulas em quase todo território nacional, lançaram holofotes sobre desafios que ainda persistem no cenário educacional brasileiro. Diante da ausência de orientações e parâmetros mais claros por parte do Ministério da Educação, cada rede de ensino municipal ou estadual[2] vem buscando se articular (em tempo recorde) para manter a relação com os estudantes e fomentar algum tipo de apoio para eles durante esse período.


    [1]Texto finalizado em 22 de abril de 2020.

    Camila Iwasaki é sócia-diretora da Tomara! Educação e Cultura, cientista social pela USP, mestre em Gestão e Avaliação da Educação Pública pela UFJF e especialista em Gestão de Projetos em Organizações do 3o Setor pela PUC/SP. Clara Azevedo é sócia-diretora da Tomara! Educação e Cultura, é mestre em Antropologia Social pela USP e cientista social pela mesma universidade. Erica Peçanha é doutora em Antropologia Social com pós-doutorado em Educação pela USP, além de pesquisadora do nPeriferias – Grupo de Pesquisa das Periferias (IEA-USP). Erick Rosa é doutor em Comunicação Social pela USP e possui graduação em Comunicação Social e em Ciências Sociais pela mesma universidade. Este texto é inspirado no relatório da Pesquisa sobre o uso da tecnologia nos sistemas públicos de ensino, realizada em parceria com a Imaginable Futures, o BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento e a Fundação Lemann, que contou com a participação dos seguintes pesquisadores: Júlia Serra Y. Picchioni, Ana Luiza Mendes Borges, Felipe Paludetti, Fernando Cespedes, Gláucia Silva Bierwagen, Isadora Silva de Araújo, Larissa Jordão Pino, Maíra Vale, Marina Defalque e Paulo Neves.

    [2]Para saber sobre algumas medidas tomadas em âmbito estadual e federal, vale conhecer o levantamento disponível no portal Educação e Coronavírus, coordenado pela pesquisadora Carolina Campos e que conta com apoio do Instituto Unibanco, disponível em: http://educacaoecoronavirus.com.br/consulte-o-levantamento/

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  • COVID-19 EM FAVELAS CARIOCAS: NO LIMIAR ENTRE OS DIREITOS HUMANOS E AS DESIGUALDADES SOCIAIS

    2020-05-20

    Por Luana Almeida de Carvalho Fernandes[1]; Caíque Azael Ferreira da Silva[2]; Cristiane Dameda[3]; Pedro Paulo Gastalho de Bicalho[4]

    Escrevemos esse manuscrito dois meses após a confirmação da transmissão comunitária no Rio de Janeiro e da primeira morte em decorrência da pandemia do coronavírus. São sessenta dias de orientações de quarentena e isolamento social e estamos próximos do início das medidas de fechamento completo (também conhecidas como lockdown, ou "tranca-rua") na maioria das cidades da Região Metropolitana. Para nós, brasileiras e brasileiros, tudo começa no final de janeiro de 2020: recorrentemente chegam notícias sobre o surto da doença causada pelo novo coronavírus, a Covid-19, que constituiu uma Emergência de Saúde em nível internacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, assim, é afirmada como pandemia. A OMS sugeriu que o mundo deveria parar e se isolar para lentificar o processo de contaminação e não sobrecarregar os sistemas de saúde. Entretanto, diante de sistemas de saúde já sobrecarregados e sucateados, o que fazer? Nos últimos anos, desde a aprovação da Emenda Constitucional 95, que congela os investimentos em áreas sociais como a saúde, sofremos com a intensificação do sucateamento dos sistemas de saúde, fechamento de leitos e hospitais em todo o país. Para muitos, o colapso social já começava analisando essa questão. Mas, é importante ir além: diante da realidade continental e desigual do Brasil, na qual muitos trabalham informalmente para garantir diariamente o que comer, como adotar tais medidas de restrição, principalmente diante de um governo negligente? Como afirma a psicóloga boliviana María Galindo (2020): na América Latina o coronavírus escancara a ordem colonial do mundo. "Aqui a sentença de morte estava escrita antes da covid chegar em avião de turismo" (p. 124). Não atingimos o pico da pandemia por aqui, embora há quem diga por aí que o pior já passou para as classes alta e média[5]. Talvez, numa análise mais profunda, possamos descobrir que, no Brasil, a pandemia nunca foi sobre os mais ricos. Na verdade, ela não é sobre os mais pobres também, mas evidencia os requintes de crueldade que a nossa forma de reprodução social da vida imprime na sociedade. Neste sentido, o presente ensaio visa problematizar a relação entre direitos humanos e desigualdades sociais nas favelas cariocas, a partir dos cenários que emergem com a pandemia do novo coronavírus.


    [1] Psicóloga, especialista em Responsabilidade Social e Gestão de Projetos Sociais, mestra em Políticas Públicas em Direitos Humanos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: luanaacfernandes@gmail.com

    [2] Bacharel em Psicologia e discente do curso de Mestrado em Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Bolsista CAPES). Pesquisador no Dicionário de Favelas Marielle Franco (Fiocruz). E-mail: caiqueazael12@gmail.com

    [3] Psicóloga, especialista em Proteção de Direitos e Trabalho em Rede, mestra em Políticas Sociais e Dinâmicas Regionais e discente do curso de Doutorado em Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Bolsista CNPq). E-mail: crisdameda@gmail.com.

    [4] Psicólogo, especialista em Psicologia Jurídica, mestre e doutor em Psicologia. Professor Associado do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, vinculado ao Programa de Pós-graduação em Psicologia e ao Programa de Pós-graduação em Políticas Públicas em Direitos Humanos. Bolsista de produtividade em pesquisa (CNPq). E-mail: ppbicalho@ufrj.br

    [5] https://bit.ly/3dVWUre

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  • AS MULHERES A FRENTE E AO CENTRO DA PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS

    2020-05-20

    Por Janaína Dutra Silvestre Mendes - Doutora em Radioproteção e Dosimetria (IRD-CNEN), Física Médica da seção de Medicina Nuclear do Instituto Nacional de Câncer (INCA-MS)

     

    A pandemia da COVID-19 está afetando todas as categorias da nossa sociedade: homens e mulheres, pobres e ricos. Mas, certamente, as mais afetadas pelas suas consequências (sejam econômicas, sanitárias ou sociais) têm um endereço, classe, gênero e cor bem determinados. São as mulheres, especialmente as negras, pobres e periféricas.

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  • COVID-19: A FALÉSIA É ALI

    2020-05-20

    Por Vantuil Pereira - Doutor em História Social/UFF. Professor Associado do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos (NEPP-DH/UFRJ). Docente do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas em Direitos Humanos (PPDH).

    Homenageio os artistas Aldir Blanc, Ciro Pessoa, Manu Dibango, Ellis Marsalis Jr., Wallace Roney, Bucky Pizzarelli, John Prine, Lee Konitz  A arte abre caminho para pensarmos o novo, para pensarmos a livre expressão no seu sentido mais sublime. A arte liberta.

    Em dezembro de 2019 cientistas chineses da região de Wuhan davam notícias da existência de um novo vírus que vinha acometendo seus moradores. Embora o caso fosse inicialmente reprimido pelas autoridades daquele país, rapidamente a epidemia se espalhou, contaminando mais de 80 mil pessoas em apenas noventa dias na China transformando-se, meses depois, em uma pandemia que, até meados do mês de maio de 2020, quando escrevemos o presente texto, a infestação já atingiu quatro milhões e setecentas mil pessoas no mundo em mais de 150 países[1], causando quase 310 mil mortes.


    [1] Relatório OMS Coronavirus disease (COVID-19). Disponível em https://www.who.int/docs/default-source/coronaviruse/situation-reports/20200519-covid-19-sitrep-120.pdf?sfvrsn=515cabfb_2. Acesso em 19/05/2020.

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  • RELATOS DE EXPERIÊNCIA EM TORNO DA PARÁBOLA DO PORCO-ESPINHO

    2020-05-15

    Por: Elisabete Nascimento, Taís dos Santos Abel, Chris Jones, Cíntia Acosta Kütter, Nathália Rangel, Nathália Guedes, Lisiane Niedsberg, Fernanda Oliveira, Maria Teresa Salgado Guimarães da Silva

    (Produção coletiva dos integrantes do grupo de pesquisa Escritas do corpo feminino, da Fac. de Letras da UFRJ)

     

    Assim como em certos dias a descida é feita na dor, também pode ser feita na alegria[1]

     

    A parábola do porco-espinho é uma metáfora usada pelo filósofo Arthur Schopenhauer para se referir às dificuldades de convívio entre os seres humanos. Os porcos-espinho buscavam se proteger do inverno rigoroso, no calor da companhia de outros. Mas, com a proximidade dos corpos, os espinhos causavam-lhes feridas. Diante da dor, eles se afastavam. Com o aumento do frio, os animais voltavam a se juntar e, novamente, os espinhos os machucavam. Isolados, o frio os ameaçava de extinção. Juntos, os espinhos os feriam. Qual a distância de convívio para que a proximidade entre os humanos, comparados a porcos-espinho, não nos incomode, e o afastamento não nos fira com a solidão? Como o único animal que tem consciência de si, de seus dilemas, animal tão frágil, errático, gregário e inteligente conseguirá enfrentar a parábola do porco-espinho?


    [1] Camus, Albert. O mito de Sísifo, Rio de Janeiro: Edições Bestbolso, p. 123.



    [1] Camus, Albert. O mito de Sísifo, Rio de Janeiro: Edições Bestbolso, p. 123.

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  • OS IMPACTOS DA COVID-19 PARA INTEGRAÇÃO EUROPEIA

    2020-05-12

    Por André de Oliveira Sena Melo - Mestrando em Políticas Públicas em Direitos Humanos – PPDH/UFRJ, bacharel em Defesa e Gestão Estratégica Internacional – IRID/UFRJ e pesquisador no Diretório de Pesquisa Desigualdade, interseccionalidade e Política Pública.

    Segundo Garcia (2013), a União Europeia (UE), em matéria de integração regional, pode ser considerada um modelo. Com efeito, foi o primeiro grupo a concretizar todas as etapas da integração econômica e da integração política (criação do Parlamento e Comissão europeia, de políticas de segurança comum e de livre circulação de pessoas e sistema integrado de educação superior). Todavia, fatores que vem ocorrendo hodiernamente ameaçam a União. Controvérsias com a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), o Brexit, a crise de legitimidade, recessão financeira, os ataques terroristas, a questão da migração e agora a pandemia da COVID-19; são todos exemplos da enorme quantidade dos desafios da UE hoje.

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  • PANDEMIA E DESGLOBALIZAÇÃO

    2020-05-12

    Por Marcelo Coutinho - Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

     A pandemia da Sars-Cov-2 destruiu a economia mundial como nenhuma outra depressão no passado foi capaz de fazer. Dessa vez, não foi uma crise financeira ou uma grande guerra que produziu uma queda vertiginosa do PIB em todos os continentes. Foi um vírus. E o tombo provocado pelo colapso sanitário de 2020 equivale aos choques de 1929 e 2008 somados. É como se um pedaço do meteoro tivesse atingido o planeta em cheio, não em um tipo de apocalipse exatamente, mas em profundas transformações, que não extinguem a humanidade, e sim, um estilo de vida global que vinha crescendo e se consolidando há décadas. Neste artigo, busco analisar as mudanças na sociedade global já possíveis de serem vistas. Argumento que o novo coronavírus não só trará o advento final da China hegemônica ao lado dos EUA, como afirmei em artigo anterior (Coutinho, 2020), como também representa o eclipse da própria globalização como nos acostumamos a vê-la. Procurarei mostrar como essas duas coisas se relacionam, além de discutir que tipo de modernidade emergirá nas sociedades contemporâneas a partir de agora. Já posso adiantar que a cena que vislumbro está bem distante da visão romanceada de que teremos uma sociedade mais humana e solidária.

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  • A PANDEMIA DA COVID 19 E A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – BRASIL

    2020-05-04

    Por Rosimar Souza dos Santos Borges - Assistente Social do CRM-SSA/NEPP-DH/UFRJ; doutoranda em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; Barbara Zilli Haanwinckel - Assistente social do CRM-SSA/NEPP-DH/UFRJ; doutora em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; Marisa Chaves de Souza – Assistente social, Coordenadora do CRM-SSA/NEPP-DH/UFRJ; mestre em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Adriana Santos Silva – Assistente Social do CRM-SSA/NEPP-DH/UFRJ; mestre em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) / Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz; Adriana dos Santos Neves – Assistente Social do CRM-SSA/NEPP-DH/UFRJ; mestre em Serviço Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Adma Andrade Viegas – Técnica em Assuntos Educacionais do CRM-SSA/NEPP-DH/UFRJ; mestre em Letras pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

     

    Em março de 2020 a Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou como pandemia o novo coronavírus (COVID-19), uma doença respiratória aguda causada pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2. Essa definição refere-se ao entendimento de que há um surto global de uma doença que, no caso da COVID-19, foi causado por não haver imunidade preexistente (BRASIL, 2020). A partir desse momento, a COVID-19 passou a ser entendida como uma emergência de Saúde Pública de dimensão internacional.

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  • CORONAVÍRUS E RACISMO NO BRASIL: NOTAS DE UMA OBSERVAÇÃO EM TEMPOS DE PANDEMIA

    2020-04-25

    Por Aline da Cunha Valentim Francisco - Graduada em Serviço Social (ESS/UFRJ) e Mestranda em Políticas Públicas em Direitos Humanos (NEPP-DH/UFRJ).

    “Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro
    Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro
    Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro
    Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro
    Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro
    Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro”

    Emicida, música “Amarelo”

    O coronavírus (COVID-19) tornou-se um assunto global nos últimos meses. Um vírus que já deixava a sociedade chinesa em estado de alerta e tensão, alcançou outros países do mundo, gerando o mesmo resultado de medos e incertezas. No Brasil, a realidade não é diferente e o que antes parecia distante e nada grave hoje é parte da vivência de todas e todos nós brasileiras/os.


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  • PANDEMIA: “A HISTÓRIA SE REPETE COMO COMO TRAGÉDIA OU COMO FARSA”

    2020-04-21
    Por Marialva Barbosa– professora titular da Escola de Comunicação da UFRJ e pesquisadora do CNPq.

    A célebre frase de Karl Marx, na abertura de O 18 de Brumário de Luís Bonaparte (1852),  ainda que se refira a outros contextos e à conjuntura política da França do século XIX, serve como epígrafe do texto que ora apresento e que trás algumas reflexões, a partir da história, sobre o terrível momento em que estamos mergulhados.

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  • ALERTA GERAL!

    2020-04-21

    Por Vik Birkbeck – antropóloga pela Universidade de Edinburgh, documentarista, curadora e programadora de cinema.

    O termo corona vírus é vago porque refere a uma família de viroses parecidos que inclui o SARS-COV. O nome certo do novo vírus seria o SARS-COV2 que provoca uma doença chamado de COVID19. Como o vírus anterior, a origem desse vírus parece ser dum animal, provavelmente um morcego. Uma virologista chinesa Shi Zhengli, conhecida como a Mulher dos Morcegos, vem pesquisando as conexões com os morcegos há muitos anos. O vírus vive tranquilamente com o animal, sem causar maiores danos, só vindo parar no ser humano em consequência do efeito catastrófico que a industrialização está tendo na natureza, reduzindo ou até destruindo totalmente o habitat das outras criaturas. Frente a isso vale parar para pensar no significado de queimar as florestas amazônicas, subsaarianas etc. derreter as geleiras da Antártida, desviar rios criando imensas barragens como Belo Monte e cavar buracos aleatoriamente para extrair minérios, em Minas Gerais por exemplo, sem falar da imensa poluição gerada por todas essas atividades. É possível que as vidas salvas na China devido à queda na poluição durante a quarentena ultrapassam as mortes por COVID19. Pesquisas de virologistas e epidemiologistas descobriram que a emergência de patógenos novos tende a acontecer nos lugares onde uma população densa vem modificando o paisagem — construindo estradas e minas, derrubando florestas e intensificando a agricultura. Com a população humana cada vez maior, invadindo os territórios dos animais silvestres, mudanças nunca antes vistos do uso do solo, animais domésticos sendo transportados por longas distâncias e criadas em condições de superlotação e sofrimento enquanto os seus produtos atravessam o mundo, e com o aumento vertiginoso das viagens domésticos e internacionais dos seres humanos, a previsão de novas pandemias é uma certeza.

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  • COVID-19: UMA PERSPECTIVA DO OLHAR DO FEMININO

    2020-04-20

    Por Profª Dra. Luciana de Almeida Campos, Professora do curso de Licenciatura em Pedagogia ISERJ/FAETEC. Pós Doutoranda em Ciências Sociais, Doutora em Serviço Social, Psicopedagoga, Neuropsicóloga, Psicóloga, Pedagoga. Email: luciana.campos360@gmail.com

    e Profª Dra. Lucy de Almeida Oliveira, Professora do curso de Licenciatura em Pedagogia ISERJ/FAETEC. Doutora em Psicologia Social, Especialista em Inclusão,Psicopedagoga,  Pedagoga. Email: lucyalmeida2004@yahoo.com.br

      A chegada do Coronavírus nos lembra que a incerteza permanece um elemento inexpugnável da condição humana. Todo o seguro social em que você pode se inscrever nunca poderá garantir que você não ficará doente ou será feliz em sua casa.   (Edgar Morin)

     Os pintores renascentistas pediam que seus modelos posassem para que pudessem ser retratados por seus pincéis. A ausência de muitos movimentos, facilitava a tarefa do artista. As autoras deste artigo, se propõem a uma façanha: pintar um quadro com pessoas em movimento, ou melhor: iniciar reflexões sobre uma crise mundial que está em eclosão e na qual ambas estão envolvidas, como cidadãs e mulheres.

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  • HUMANIDADE À PROVA: REFLEXÕES DE UM BRASILEIRO EM MADRI SOBRE CORONAVÍRUS, ISOLAMENTO SOCIAL E NECROPOLÍTICA

    2020-04-20
    Por Conrado Dess– diretor teatral, dramaturgo e mestrando do Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas da Universidade de São Paulo

     Cheguei em Madrid no dia 3 de março de 2020. Naquele momento, a Espanha tinha cento e cinquenta casos confirmados de infectados pelo novo coronavírus e nenhuma morte registrada. Cheguei em um dia frio e ensolarado, ainda um pouco de ressaca do carnaval de São Paulo. Na minha bagagem, além das roupas trazidas para uma temporada de seis meses, havia um pacote de máscaras cirúrgicas e três embalagens de álcool gel adquiridas depois de uma pequena peregrinação pelas farmácias da capital paulista, onde os itens já se encontravam em falta. No Brasil, eram dois os casos confirmados naquela data.

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  • O NOVO CORONA VÍRUS E A REFLEXÃO NECESSÁRIA

    2020-04-14

    Há alguns anos, a questão do aquecimento global foi levantada como uma preocupação importante para toda a humanidade, exigindo mudanças profundas nas economias, nas relações sociais e na cultura.

     

    Por Eduardo Mourão Vasconcelos - psicólogo, cientista político, doutor pela London School of Economics, e professor aposentado da UFRJ.

     

    Há alguns anos, a questão do aquecimento global foi levantada como uma preocupação importante para toda a humanidade, exigindo mudanças profundas nas economias, nas relações sociais e na cultura. Foi feito o alerta sobre suas consequências no destino comum que temos no planeta, mas seus efeitos de curto prazo, como os fenômenos climáticos cada vez mais radicais (furacões, tempestades, inundações e secas) apresentam uma associação complexa e pouco visível com o atual modo de vida dominante. E assim, de forma conjunta com nossos governos e autoridades, estamos empurrando o “lixo” para debaixo do tapete.

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  • DIREITO DE RESISTÊNCIA DO EMPREGADO E O COVID 19

    2020-04-14

    Os direitos à vida, à saúde, a segurança pessoal e a segurança social, dentre outros, além da garantia de recurso efetivo para qualquer ato que viole os direitos fundamentais, são inerentes a qualquer ser humano.

    Por Gabriel Oliveira Lambert de Andrade - Graduado em Direito pela PUC/RJ; Pós-Graduado em Direito do Trabalho pela Escola de Magistratura Trabalhista do TRT da 1a Região; Professor do Curso de Extensão em Compliance da PUC/RJ.

    Elevados ao status de direito universal dos homens, conforme consta na Declaração Universal dos Direitos Humanos, os direitos à vida, à saúde, a segurança pessoal e a segurança social, dentre outros, além da garantia de recurso efetivo para qualquer ato que viole os direitos fundamentais, são inerentes a qualquer ser humano.

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  • OS GRUPOS DE RISCO EM NOSSAS PANDEMIAS: E A VELHICE COM ISSO?

    2020-04-13

    Por Dr. Murilo Peixoto da Mota – Sociólogo do NEPP-DH/UFRJ; PhD em Serviço Social; Coordenador -  GANIMEDES - Grupo de Estudos e Pesquisas em Diversidade Sexual e DH/UFRJ

     

    Tudo indica que o novo Coronavírus está para abalar gerações. O fato é que estamos sendo confrontados com muitas questões que nos impõem imensos desafios e contradições neste momento de pandemia. A luta se amplia contra a disseminação e por assistência. E o que há de novo nessa conjuntura?


     

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  • O QUE NOS AFASTA DA CIÊNCIA? REFLEXÕES EPISTEMOLÓGICAS A PARTIR DA PANDEMIA DA COVID 19

    2020-04-13

    Por Patricia Silveira Rivero - Professora do Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos, do Núcleo de Políticas Públicas em Direitos Humanos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPDH/NEPP-DH/UFRJ).

    Sabe aquele chazinho, de guaco e mel, que a nossa avó nos indicava? Ele não faz mal, ele faz muito bem, e até pode ajudar você a se curar da gripe comum. Mas talvez ele seja bom para a você e não para o seu vizinho, que fuma muito, tem problemas pulmonares e seu organismo tem poucas vitaminas e minerais que ajudem a aumentar a imunidade. Mas eu não sou nem médico e nem infectologista, então, sobre sua saúde não posso lhe dizer muito mais do que isso. No entanto, eu sei que você me entendeu.

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  • SAÚDE E DIREITOS HUMANOS: ENSAIO PRELIMINAR SOBRE A RESPOSTA BRASILEIRA DE ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DO CORONAVÍRUS

    2020-04-11

    Por Richarlls Martins - professor do NEPPDH/UFRJ, doutorando em Saúde Coletiva IFF/Fiocruz, mestre em Políticas Públicas em Direitos Humanos, psicólogo/UFRJ, richarlls@hotmail.com

    “Como poderiam ter pensado na peste que suprime o futuro, os deslocamentos, as discussões? Julgavam-se livres e nunca alguém será livre enquanto houver flagelos” (A Peste, Albert Camus)

    “É preciso sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não saímos de nós.”  (Ensaio sobre a Cegueira, José Saramago)

    Este texto apresenta considerações críticas sobre as ações em curso do governo brasileiro no campo da prevenção e mitigação dos impactos da pandemia global, causada pela transmissão do novo coronavírus no Brasil. O presente ensaio se inscreve numa análise do tempo presente e propõe ampliar o escopo conceitual da intersecção entre a saúde e os direitos humanos, com objetivo de auxiliar na integralidade da resposta pública de enfrentamento sanitário no atual quadro pandêmico.

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  • O CORONAVÍRUS E A POLÍTICA INTERNACIONAL

    2020-04-09

    Por Marcelo Coutinho - Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

    Muito ocupada em combater a disseminação do coronavírus nas ruas, aeroportos e hospitais, como é de se esperar, pouca atenção tem sido dada pela comunidade internacional aos efeitos geopolíticos dessa pandemia, cujos significados sociais vão muito além da medicina e da economia. Neste breve artigo, argumento que, assim como a gripe espanhola de 1918 demarcou o início do processo de mudança do poder mundial de Londres para Washington, o Covid-19 representa também um divisor de águas mórbido na política internacional, mais exatamente uma transição de poder entre os EUA e a China. Ao contrário de cem anos atrás, em que pese a guerra comercial agora em pleno vigor, não há dessa vez uma grande guerra em termos militares combinada com a pandemia. No entanto, a simbologia desses dois casos tem muitos paralelos.

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  • A CRÔNICA ANUNCIADA DO CORONAVIRUS

    2020-04-08

     Por Ricardo Rezende Figueira - Antropólogo, professor localizado no NEPP-DH/UFRJ, coordenador do Grupo de Pesquisa Trabalho Escravo contemporâneo.

    O mais forte nunca é bastante forte para ser sempre o senhor (...).

    Rousseau. In O Contrato Social

    O COVID-19, um vírus até então desconhecido, assustou e assusta. As notícias começaram em dezembro de 2019, na cidade chinesa de Wuhan. Três meses depois já havia infectado mais de um milhão de pessoas em 190 países (O Globo, 05/04/2020), apesar da tentativa dos chineses em detê-lo, e produziu dezenas de milhares de mortes, especialmente de “idosos, diabéticos, hipertensos e quem tem insuficiência cardíaca, renal ou doença respiratória crônica” (O Globo,12/03/2020) .

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  • CONVERGÊNCIA DO TERROR

    2020-04-07

    Por Marildo Menegat- Professor Associado do Programa de Pós-graduação em Políticas Públicas de Direitos Humanos da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

    I

    A oportunidade fará a exceção se tornar definitivamente regra. O covid 19 cria uma mobilização pertinente a um estado de guerra. Trata-se de uma emergência, embora ela pudesse ser enfrentada numa outra perspectiva. A doença exige cuidados e ampla divulgação das suas causas, e não de soldados e leis marciais. Que sejam os exércitos e as polícias, juntamente com o saber médico que, de todas as disciplinas, talvez seja uma das mais amigáveis ao poder e parceira de longas jornadas adentro das marchas militares, quem organiza e impõe a ordem, não é nenhum acaso. Sempre que uma situação catastrófica é ordenada pela força, é o moderno patriarcado quem está a postos e se recompondo para os próximos passos, mesmo que ele esteja totalmente implicado nas causas da peste. Da China aos EUA, passando pela Europa, as leis marciais que prendem ou multam quem sai da quarentena não têm nada de um exercício da autonomia que tanto orgulhou no passado os defensores do sujeito da modernidade. Albert Camus, num de seus contos, comenta a diferença entre uma solidão escolhida - neste caso, a do isolamento como o melhor meio para preservar a vida – e uma solidão imposta - como alguém que subliminarmente avisa que possui um poder de morte sobre todos.


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  • O CORONAVÍRUS E A POPULAÇÃO REFUGIADA NO BRASIL: A “INABILITAÇÃO PARA O REFÚGIO” E O PRINCÍPIO DO NON REFOULEMENT

    2020-04-06

    Por Pedro Teixeira Pinos Greco - Mestrando em Direito Humanos pelo NEPP/UFRJ. Professor de Direito Civil da Pós-graduação em Direito das Famílias e Sucessões da UCAM. Professor de Métodos Adequados de Solução de Conflitos da Pós-graduação em Direito Civil e Processo Civil da UCAM. Professor de Direito Civil da Faculdade Gama e Souza. Professor de Direito Civil do Curso Degrau Cultural. Advogado.

    “Vivemos tempos sombrios, onde as piores pessoasperderam o medo e as melhores perderam a esperança”. Hannah Arendt

    O presente trabalho fará uma análise sobre o tema da população refugiada e a sua contextualização diante da pandemia de coronavírus no Brasil, tendo como recorte temporal os meses de março e abril de 2020. Desse jeito, passaremos por esses temas, tendo como referência a Portaria nº 120 de 17 de março de 2020, a Portaria nº 125 de 19 de março de 2020, a Portaria nº 152 de 27 de março de 2020 e a Portaria nº 158 de 31 de março de 2020 todas do Executivo Federal, bem como sublinhando o instituto da inabilitação para o pedido refúgio normatizado por esses atos infra legais.



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  • A CRÍTICA DA ECONOMIA POLÍTICA EM TEMPOS DE PANDEMIA

    2020-04-01

    Por Pedro Cláudio Cunca Bocayuva - Professor do NEPP-DH/UFRJ

    Se em tempos de emergência e economia de guerra a sociedade pode se programar quanto a direção  do gasto público, desenvolver políticas ligadas à demanda, de ação anticíclica e distribuição de renda o debate sobre o futuro do modo de produção diante dos limites e das crises do capitalismo ( mental, social e ambiental) abre 3 grandes vias de debate:

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  • DIREITOS HUMANOS, VIDA E SAÚDE PRECÁRIA DO TRABALHADOR: OLHARES SOBRE O CAOS INSTAURADO A PARTIR DA COVID 19 NO ESTADO QUE SE PRETENDE DE DIREITO.

    2020-04-01

    Por Maria Celeste Simões Marques - Coordenadora do Grupo de Estudos Direitos Humanos e Justiça –GEDHJUS/NEPP-DH; membro do Grupo de pesquisa do Laboratório Interdisciplinar de Estudos e Intervenção em Políticas Públicas de Gênero – LIEIG/NEPP-DH. Email: mcelmarques@gmail.com

    A proposta de pensarmos a saúde do trabalhador na perspectiva dos direitos humanos, na cultura institucional de um país, diante do caos inaugurado a partir da identificação das contaminações e mortes pela COVID 19, requer, minimamente, uma análise da prática efetiva de todos os agentes envolvidos no processo, quer da sociedade civil ou dos poderes públicos e do Ministério Público, quanto aos direitos difusos e coletivos de toda a sociedade, em particular, dos trabalhadores.

     

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  • GLOBALIZAÇÃO E PANDEMIA

    2020-04-01

    Por Pedro Cláudio Cunca Bocayuva - Professor do PPDH/NEPP-DH/UFRJ

    WUHAN e o Covid-19 não tem uma relação com o atraso mas com os fenômenos extremos que fazem interagir processos virais e processos virtuais. Mais do que uma metáfora ou uma representação temos um território produzido na onda longa da expansão chinesa.  A  megacidade tem o quadro social e ambiental da globalização no padrão ou na forma chinesa. Deve ser vista como expressão concentrada da arquitetura e do urbanismo, da verticalização, dominada pela velocidade.

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  • O FRACASSO DO NEGACIONISMO E DO GOLPISMO DE BOLSONARO DIANTE DA PANDEMIA

    2020-04-01

    Por Pedro Cláudio Cunca Bocayuva - Porfessor do NEPP-DH/UFRJ

    Novamente o otimismo da vontade pode vencer as forças regressistas do fascismo social e do autoritarismo de Estado com apoio no pessimismo da razão? A resposta a esta pergunta depende do modo como extraímos as lições da conjuntura nacional aberta pela tentativa golpista da manifestação de domingo 15 de março e da tentativa de negar a importância da epidemia global do coronavírus.  Já que, uma vez que fracassaram os intentos de perpetrar um golpe contra o legislativo e o judiciário, contra a democracia, e que também fracassou o intento de diminuir a importância da pandemia do coranavírus aos olhos da população, podemos afirmar que vivemos momentos de defesa de valores e tendências positivas para o resgate de uma política de defesa de direitos? Como toda crise orgânica, como toda a crise de hegemonia, que se dá quando governos fracassam, por vezes emergem potencialidades de virada catártica, de mudança súbita e imprevista para superar os quadros catastróficos e o fatalismo que conduz para regimes de guerra civil ou de exceção. A emergência da força potencial do argumento em defesa das políticas e ações públicas fitossanitárias, a retomada do discurso científico e da visão pública no terreno epidemiológico, sanitária e das políticas de saúde fazem parte de um efeito político pedagógico que está impactando o Brasil e o mundo.

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  • COVID19: PANDEMIA GLOBAL E POLÍTICA SANITÁRIA

    2020-04-01

    Por Pedro Cláudio Cunca Bocayuva - Professor do NEPP-DH/UFRJ

    O direito humano a saúde se tornou o centro dos debates internacionais com a pandemia do Covid-19. O quadro de agravamento dos efeitos da pandemia deve ser pensado no quadro mais amplo da urbanização planetária, da aceleração dos eventos extremos com a globalização das finanças, das comunicações e das mercadorias que se relaciona com a mobilidade e fluxo de pessoas. Os movimentos do capital, das informações, das rotas de comércio, de mobilidade do trabalho e das atividades turísticas se enlaça com o quadro de catástrofes, expulsões e fugas que fazem das correntes migratórias um tema que divide as sociedades nacionais. O panorama global das guerras se relaciona com a produção dos grandes movimentos de expulsão e fugas, ao lado dos “desastres" ambientais temos o espetáculo explosivo do fluxo de pessoas e das imagens das disputas e processos que levam a constituição dos “campos” como um novo território ou fronteira de exclusão. Do turismo ao terror, o trauma e as catástrofes se tornam parte do imaginário. Fomes e epidemias aparecem ao lado de catástrofes naturais e genocídios frutos das muitas guerras travadas contra as populações.


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  • DITADURA NUNCA MAIS

    2020-03-29
    As sociedades democráticas não comemoram o terror, não celebram a barbárie, não festejam a morte, a injustiça e a dor, não glorificam os algozes e os tiranos.

    Por João Ricardo Dornelles - Professor do Departamento de Direito da PUC-Rio; Coordenador do Núcleo de Direitos Humanos da PUC-Rio; Membro da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro (2013-2016).

    Há 56 (cinquenta e seis) anos atrás, na madrugada de 31 de março para 1 de abril (dia da mentira) do ano de 1964, tropas do exército, comandadas pelo General Olímpio Mourão Filho, saíram de Juiz de Fora em direção ao Rio de Janeiro, dando início ao levante militar que rompeu com o Estado Democrático de Direito e tirou violentamente João Goulart (Jango) da Presidência da República. Iniciava-se um longo período de 21 anos de ditadura empresarial-civil-militar. Uma longa noite escura, sem luar e sem estrelas. Uma noite de terror e medo que se abateu sobre o Brasil. 

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  • “Relações Raciais e Direitos Humanos” é o tema da próxima Revista METAXY

    2019-09-25

    As relações raciais estão no centro do debate político e acadêmico desta final de década. Sob esta temática estão envolvidas questões como movimento feminista negro, populações quilombolas, cotas raciais, identidade negra, negritude e diversos outros aspectos que merecem ser tratados por uma revista voltada para o campo da cultura, das políticas públicas e dos Direitos Humanos.

    Sob o tema Relações Raciais e Direitos Humanos é o que tratará a próxima Revista Metaxy/V.3, n.1 (2020). Analisar as diversas implicações, refletir sobre o estado da arte e as consequentes políticas públicas para a população negra será o nosso desafio.

    Este número de METAXY contará, ainda, com ensaios, resenhas e entrevistas.

    Além de artigos sobre o tema deste edital, METAXY está aberta para publicação de temas livres que abranja toda e qualquer discussão relevante para a promoção dos Direitos Humanos.

    Os artigos deverão ser encaminhados para avaliação até o dia 28 de fevereiro de 2020, pelo portal: https://revistas.ufrj.br/index.php/metaxy/   .

    Cabe ressaltar que a revista publicará artigos de autores com titulação mínima de doutor(a), com ou sem co-autoria e submetidos sob critério de avaliação cega. Recomendamos que os autores consultem as Diretrizes para Autores.


     

     

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  • Nota sobre o Museu Nacional

    2018-09-03
    03/09/2018
    Assessoria de Imprensa do Gabinete do Reitor
    NOTA OFICIAL
    Reitoria

    A cultura e o patrimônio científico do Brasil e do mundo sofreram uma perda inestimável com o incêndio ocorrido no Museu Nacional da UFRJ. Há décadas que as universidades federais do país vêm denunciando o tratamento conferido ao patrimônio das instituições universitárias brasileiras e a falta de financiamento adequado, em especial nos últimos quatro anos, quando as universidades federais sofreram drástica redução orçamentária.

    Em 2015, a atual Reitoria deu início a tratativas junto ao BNDES, justamente para adequar a edificação exclusivamente para exposições, garantindo a modernização de todo o sistema de prevenção de incêndio, um dos itens centrais do projeto. Os recursos aprovados para a primeira etapa foram da ordem de R$ 21 milhões e estavam em vias de liberação pelo banco. A UFRJ também vem reivindicando, junto a Secretaria de Patrimônio da União, a cessão de um terreno próximo ao Museu, para transferência de instalações, objetivando o deslocamento das atividades acadêmicas e administrativas da instituição para novas edificações.

    Nos últimos meses, um amplo trabalho interno para formação de brigadas e compra de novos equipamentos vinha sendo implementado. Em relação ao acontecimento da noite de 2/9, será necessário averiguar as causas e o motivo da rápida propagação das chamas. A Reitoria solicitou apoio pericial à Polícia Federal e a especialistas da UFRJ, almejando um processo rigoroso de apuração das causas.

    Urge, por parte do Governo Federal, uma mudança no sistema de financiamento das universidades federais do país. A matriz orçamentária existente no Ministério da Educacão não aloca nenhum recurso para os prédios tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e para os museus universitários. O mesmo acontece com o Ministério da Cultura, que igualmente não prevê recursos para tais fins.

    Este momento devastador deve ser um alerta para as forças democráticas do país, no sentido de preservação do patrimônio cultural da nação. O inadmissível acontecimento que afeta o Museu Nacional da UFRJ tem causas nitidamente identificáveis. Trata-se de um projeto de país que reduz às cinzas a nossa memória. Nós desejamos que a sociedade brasileira se mobilize junto à comunidade universitária e científica para ajudar a mudar o tratamento conferido a educação, a memória, a cultura e a ciência do Brasil.

    A Reitoria se reunirá nesta segunda-feira, 3/9, com os ministros da Educação e da Cultura, e, por meio da bancada federal do Rio, solicitou audiência com a Presidência da República para que os recursos necessários possam estar na Lei Orçamentária Anual de 2019.

    Reitoria da UFRJ Leggi di più al riguardo di Nota sobre o Museu Nacional
  • Prorrogado prazo para envio de artigos - 31/10/2018

    2018-07-19
    CHAMADA DE ARTIGOS

    “E/Imigrações e Refúgios” é o tema da Revista METAXY de número 3.

    No Brasil uma nova legislação sobre imigração foi aprovada, suscitando debate imediato. Esse é um momento propício para fazer circular a palavra, traçar novos mapas, avaliar posições, medir distâncias, confrontar ideias, assumir os novos horizontes dos estudos imigratórios, compreendendo os antagonismos e contradições presentes no contexto mundial dos deslocamentos e, sobretudo, discutir políticas públicas novas para lidar com a realidade dos refugiados e deslocados. São bem-vindos textos que adotem uma perspectiva crítica sobre essa temática.

    O número 3 contará, ainda, com ensaios, resenhas e entrevistas.

    Além de artigos sobre o tema deste edital, Metaxy está aberta para publicação de temas livres que envolva a temática sobre movimentos sociais e direitos humanos.

    Os artigos deverão ser encaminhados para avaliação até o dia 31 de outubro de 2018, pelo portal: https://revistas.ufrj.br/index.php/metaxy/

    Cabe ressaltar que a revista publicará artigos de autores com titulação mínima de doutor(a), com ou sem co-autoria. Recomendamos que os autores consultem as Normas da Revista. Leggi di più al riguardo di Prorrogado prazo para envio de artigos - 31/10/2018
  • Richarlls Martins, aluno do mestrado do Programa de Pós-Graduação do NEPP-DH/UFRJ, ganha Prêmio Ações Afirmativas da UFRJ

    2018-03-26
    O Conselho de Coordenação do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFRJ concedeu a Richarlls Martins, aluno do mestrado do Programa de Pós-Graduação do NEPP-DH/UFRJ, Moção de Louvor pela elaboração da dissertação “Participação social, população e desenvolvimento no Brasil (1994/2014): a emergência da internacionalização da sociedade civil e novas leituras sobre o monitoramento de políticas públicas para a análise da política externa”.

    O prêmio foi concedido pelo aspecto relevante, qualidade acadêmica, caráter propositivo de análise de compromisso com o combate as diferentes formas de preconceito e em apoio a iniciativas de inclusão elaborados no trabalho de dissertação. Leggi di più al riguardo di Richarlls Martins, aluno do mestrado do Programa de Pós-Graduação do NEPP-DH/UFRJ, ganha Prêmio Ações Afirmativas da UFRJ
  • NOTA PÚBLICA - Direção do NEPP-DH

    2018-03-16
    A direção do NEPP-DH e a Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas em Direitos Humanos vem manifestar o seu profundo pesar pela execução brutal da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Mulher, negra e defensora dos direitos humanos, a vereadora Marielle Franco materializava, nos gestos e compromissos, a proposta de uma sociedade efetivamente democrática e plural.

    Marielle presente!

    Direção NEPP-DH e Coord. PPDH Leggi di più al riguardo di NOTA PÚBLICA - Direção do NEPP-DH
  • Professor Ricardo Resende Figueira, do Núcleo de Estudos em Políticas Públicas e Direitos Humanos Suely de Souza Almeida, ganha PRÊMIO FREI HENRI DE DIREITOS HUMANOS

    2018-03-16
    A Ordem dos Advogados do Brasil, de Xinguara, no Pará, criou o Prêmio Frei Henri de Direitos Humanos. É uma homenagem ao frade dominicano francês, Henri Burin de Rosiers. O frade dedicou-se à defesa de trabalhadores rurais do Tocantins e do Pará durante mais de 40 anos de dedicação.

    Em 13 de abril de 2018, o Prêmio será entregue a quatro pessoas em função de seu compromisso com os direitos humanos. Um dos premiados é o professor Ricardo de Resende Figueira, do Programa de Pós-Graduação do NEPP-DH. Leggi di più al riguardo di Professor Ricardo Resende Figueira, do Núcleo de Estudos em Políticas Públicas e Direitos Humanos Suely de Souza Almeida, ganha PRÊMIO FREI HENRI DE DIREITOS HUMANOS
  • Reitoria declara luto oficial de três dias pelo brutal e covarde assassinato de Marielle Franco

    2018-03-16
    O brutal e covarde assassinato de Marielle Franco e Anderson Pedro Gomes nos provoca profunda consternação, tristeza e indignação. A UFRJ é solidária à família, às amigas e aos amigos, às companheiras e aos companheiros e aos que tinham em seu mandato um lugar de fala, de luta e esperança contra as injustiças sociais, a desigualdade, o racismo e as múltiplas expressões do machismo.

    A sua luta, a qual Anderson estava associado, motivou milhares de jovens, mulheres sobretudo, a atuar em prol da dignidade humana e dos direitos fundamentais, e, nesse sentido, a sua luminosa trajetória assumiu brilhante dimensão pedagógica, lastreada por inequívoco engajamento acadêmico.

    É também uma perda que alcança o contexto territorial da UFRJ, visto que ela era proveniente do Complexo da Maré. Por isso, a UFRJ se soma a todas as entidades democráticas do Brasil e do mundo e exige rigorosa apuração das circunstâncias, motivação e autoria dos assassinatos.

    A vereadora vinha denunciando a violência das operações policiais contra moradores pobres, negros e expropriados nas favelas e era relatora da comissão responsável, na Câmara de Vereadores, por acompanhar a intervenção federal e militar no Rio. O teor político desses brutais extermínios é parte obrigatória das circunstâncias, exigindo que a apuração alcance os reais mandantes do crime. Estaremos juntos com os setores responsáveis em busca da verdade e da justiça, assim como seguiremos reivindicando o esclarecimento do assassinato brutal de Diego Vieira Machado, estudante da UFRJ, em 2016.

    Reitoria da UFRJ

    15/3/2018 Leggi di più al riguardo di Reitoria declara luto oficial de três dias pelo brutal e covarde assassinato de Marielle Franco
  • CHAMADA DE ARTIGOS

    2018-03-16

    âE/Imigrações e Refúgiosâ é o tema da Revista METAXY de número 3, prevista para setembro de 2018.

    No Brasil uma nova legislação sobre imigração foi aprovada suscitando debate imediato. Esse é um momento propício para fazer circular a palavra, traçar novos mapas, avaliar posições, medir distâncias, confrontar ideias, assumir os novos horizontes dos estudos imigratórios, compreendendo os antagonismos e contradições presentes no contexto mundial dos deslocamentos e, sobretudo, discutir políticas públicas novas para lidar com a realidade dos refugiados e deslocados. São bem-vindos textos que adotem uma perspectiva crítica sobre essa temática.

    O número 3 contará, ainda, com ensaios, resenhas e entrevistas.

    Além de artigos sobre o tema deste edital, Metaxy está aberta para publicação de  temas livres que envolva a temática sobre movimentos sociais e direitos humanos .

    Os artigos deverão ser encaminhados para avaliação até o dia 31 de julho de 2018, pelo portal: https://revistas.ufrj.br/index.php/metaxy/

    Cabe ressaltar que a revista publicá artigos de autores com titulação mínima de doutor(a), com ou sem co-autoria. Recomendamos que os autores consultem as Normas da Revista.

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